Pessoas que largaram tudo para se aventurar nesse mundão de Au Pair!

24 abril 2010

Introdução - por Amanda Balbi

Simplesmente adoro viajar. Esse foi o motivo que me fez querer ser au pair. A primeira vez que ouvi falar sobre o programa foi no primeiro ano de faculdade, quando uma amiga resolveu ser au pair na Alemanha. Quando ela me falou o que ia fazer lá achei a ideia um absurdo. Cuidar de crianças? Ser babá? Tá louco!

Bem, ela foi, se deu mal, teve inúmeros problemas com a família, entrou em rematch, trocou de família e voltou, depois de um ano. Mas apesar de todas as dificuldades, não vi sinal de arrependimento nela, ao contrário, vi saudades de tudo que aconteceu no ano que ela não vai esquecer jamais.

Mas, pra mim, a ideia de ser au pair ainda parecia loucura. Nunca no mundo eu cuidaria de crianças dos outros se nem aguentava ver choro de criança no supermecado. O sonho de viajar, morar fora, conhecer outra cultura e ficar fluente em outra língua ainda me fascinava, mas não tinha dinheiro nem pra três meses de Work and Travel, quanto mais pra um ano de estudos em outro país.

E eu já tinha ate deixado essa ideia de ir morar fora pra lá. Já pensava apenas que conheceria novos lugares por turismo, nunca pra morar ou trabalhar. Quem sabe eu não poderia pagar um intercâmbio pro meu filho no futuro e realizar pra ele esse meu sonho? Porque, pra mim, achava que não tinha mais tempo.

Só que morar fora por um período nao era um sonho só meu. Minhas irmãs também sempre quiseram fazer um intercâmbio. E foi através de uma delas que descobri o au pair nos Estados Unidos. Fomos em uma agência que representa a Cultural Care na minha cidade pra conhecer alguns programas de intercâmbio e foi lá que vi pela primeira vez aquela revistinha da Cultural Care com uma jovem morena e uma loira brincando com uma menininha. Aquela revistinha cor de rosa, com todas aquelas fotos e sorrisos e todas aquelas inúmeras vantagens fez o "Cuidar de criança? Tá louco?" virar um "hum… Eu quero!".

Mas pra mim, faltava experiência. Foi então que resolvi ir atrás de uma grande amiga minha que tinha acabado de ter um bebê e perguntei pra ela se não podia tomar conta dele vez ou outra pra ver se pelo menos conseguia desenrolar. E foi o que fiz. Apesar de ficar super estressada em alguns momentos, achei aquilo muito bom, e não tinha como nao gostar daquele menino. Mas fiquei com a impressão de que so gostava do baby da minha amiga porque simplesmente era o baby de uma das minhas melhores amigas. Mas será que aguentaria cuidar de crianças que não têm vínculo nenhum comigo? E ainda, gostar do trabalho?

Então resolvi tentar a creche. Fui atrás de um estagiosinho em uma creche do lado do meu estagio de Jornalismo e lá encarei 19 crianças entre um ano e meio e dois anos de idade. E apesar de toda aquela loucura, de todos os gritos, choros e estresses, não é que eu gostei da coisa? E foi assim que resolvi ir na agência, fazer o teste de inglês, preencher toda a papelada e fazer toda aquela novela que vocês sabem bem como é.

Nesse meio tempo entre descobrir o programa de au pair e me inscrever no programa foram dois anos de pesquisa em blogs de meninas, orkut, site das agências de intercâmbio e com as próprias au pairs ou ex au pairs pelo msn. Li muuuuito, pesquisei muuuuito. Tentei ir pela CI (Au Pair Care), mas desisti por vários motivos. Fui em 7 agências na minha cidade, vi todos os preços e todas as vantagens e desvantagens de cada agência nos EUA e no Brasil. Sabia falar sobre o programa melhor do que os próprios funcionários das agências. Então tive a certeza de que o au pair não era o programa dos sonhos, era apenas um meio mais barato de se estudar fora. E depois de ter certeza que a Cultural Care deveria ser a minha agência, entreguei a papelada, em duas semanas fiquei on e em 3 dias ja tinha a família no meu perfil, que apesar de não me oferecer carro, não morar na região onde eu gostaria de viver (California), ter uma mãe que trabalha em casa e 3 crianças de um, quatro e seis anos, foi o match que eu quis.

Agora já vou completar dois meses nos Estados Unidos. Tenho namorado no Brasil, 5 anos! Tive homesick na primeira semana aqui, achei o trabalho pesado demais e por vezes pensei que não ia conseguir, mas passou. Conheci outras au pairs muito legais, conheci lugares lindos e outros nem tanto, vi coisas tenebrosas e vi coisas lindas. Já me sinto diferente e já consigo avaliar a vida que levava no Brasil, muito cheia de regalias e comodismo da minha parte. Tinha tudo, tenho tudo no Brasil. E sinto saudades. Mas agora valorizo mais tudo, meu Brasil, minha cultura, minha família. E quero voltar pra casa, sim, mas só daqui a um ano, ou quem sabe dois? A saudade bate toda semana. Mais precisamente nas manhãs das segundas-feiras. Mas aí chega a hora de ir pro parque com o baby, ou então saio pra jantar, de repente já é o final de semana e eu tenho inúmeros programas pra fazer e minhas novas amigas pra encontrar.

Sim, ainda é difícil, choro, sofro, trabalho pra caramba, sinto frio e saudades, mas não me arrependo nem um minuto da escolha que fiz, e sei que esse ano só vai me deixar mais forte. Amo as crianças que tomo conta, acho que escolhi a família certa e descubro cada vez mais que gosto, sim, de crianças, e que sou capaz de muito mas do que eu imaginava antes.

E que venham os outros 11 meses e meio!
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O Blog das 30 Au Pairs

3 comentários:

  1. Amanda to torcendo por vc viu!!!!!

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  2. Amandaaaaaaa
    amei teu post
    tenho certeza que seu ano vai ser maravilhoso

    BJokas

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  3. Amanda, que bom que deu tudo certo pra vc. Com certeza sua experiencia nos dá motivação!
    Boa sorte no restante do programa, muitas felicidades!

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