Pessoas que largaram tudo para se aventurar nesse mundão de Au Pair!

07 junho 2010

Desde que cheguei - por Monick Vasconcelos

Eu pensei em várias coisas para escrever hoje, mas acabei ficando sem tempo.

Bom, todo mundo sabe o que aconteceu comigo, estava numa casa em que as crianças eram mimadas, mãe ocupada, pai falecido e menino autista. Geralmente todas as casas aqui tem uma regra: não se pode assistir TV, mas se pode, apenas meia hora por dia. Para muitas de nós soa como um absurdo, afinal não ficamos alienadas por assistir Chiquititas ou Show da Xuxa, mas os americanos acham que isso não faz bem para os filhos, então devemos respeitar. Enfim, quando desliguei a tv, o menino ficou com muita raiva, me bateu com controle, mãos, espada, pilhas etc.
Então com uma semana aqui - rematch.


Essa foto mostra apenas uma das coisas que aconteceu. Desde já espero que fique claro aqui que ninguém veio para cá para apanhar. Se isso acontecer com você, chame a polícia e processe a família. Eu fiquei com pena e não fiz, mas eles não ficaram com pena de mim, e provavelmente não ficarão com pena de você.

Depois disso, veio CASA DA LCC, a minha experiência também não foi boa, não me sentia à vontade para comer, andar, nem respirar na casa. Logo, perdi alguns quilos. Até mesmo quando eu comprava comida, eles me olhavam torto. Depois de uma semana lá, contato com uma família que não deu certo, me surge uma família de 4 kids em Massachusetts.

Por sorte o application deles era aberto, liguei para a Cultural Care, falei que não os queria, mas salvei o e-mail. Uma das partes chatas do rematch é que não tem só você em rematch, então você precisa ficar ligando pra agência daqui, lembrando que você precisa de uma família. Isso é horrível se você chegou a pouco tempo e seu inglês não é tão bom.

Depois de um dia se passar, nenhuma família com meu app e o desespero começando a bater, mandei um e-mail pra tal família de 4 kids.

Contarei um segredo sobre as famílias: elas mentem.

Nas duas famílias me disseram que eu NUNCA trabalharia nos fds, mas quando cheguei, meu schedule estava pra trabalhar no Sábado também. Se for discutir, é uma palavra contra a outra, logo, quando eles disserem no tel que você não precisa trabalhar, dê uma de João sem braço e pergunte por e-mail, aí você terá uma prova.

Depois de fechar com a família, no outro dia já estava dentro do avião. Nada de balões, cartazes ou presentes quando cheguei, apenas o pai foi me pegar no aeroporto porque ele também estava chegando de viagem. Cheguei numa Quinta, e desde a Quinta comecei a "trabalhar" na casa. No final de semana fomos para New Hampshire - casa do lago, e lá estava eu trabalhando... Eu não os cobrei, nem eles me pagaram, mas tudo bem, foi bom para enturmar com as kids.

O lado positivo de ter 4 kids é que geralmente eles brincam entre si e você só tem que olhar, mas o lado negativo é que você não pode os deixar só, e infelizmente você não pode tirar o seu braço do corpo e esperar que ele ande só pela casa para recolher as roupas, colocar para lavar e arrumar tudo o que deve. Então o que acaba acontecendo é você trabalhando no seu tempo off, para dar tempo de fazer tudo.

Para completar, a mãe trabalha em casa. Tem gente que tem ótima experiência com isso, como a Amanda Yes Ok, mas para mim é diferente. Eu fico com vergonha de comer, e os dois mais novos por tudo querem ir para o escritório falar com a mãe.

Outra coisa que acontece aqui, é que você percebe que ser au pair é um tédio, então várias vezes você pode pensar "eu não preciso disso."

Também não liguem muito para a ignorância dos americanos, já me perguntaram coisas do tipo: no Brasil tem barco? No Brasil tem semáforo? E o mais absurdo: O que é o Brasil? Um país ou uma cidade?

Você tem todo direito de achar ruim, mas eles se acham o centro do mundo.

Uma vez eu li uma coisa que a Alice falou na comunidade, achei super verdade. A melhor coisa de ser au pair é seu tempo off. Nesse momento você ama muito estar aqui, sair, conhecer coisas novas e perceber o quanto roupa e comida podem ser baratos. O resto do tempo você só resmunga internamente ou se diverte brincando com as kids. É, às vezes é legal. Das minhas 4 kids, eu adoro 3 e não gosto de um. Não se preocupe, é normal sentir vontade de sufocar com um travesseiro quando você não gosta, mas você não vai fazer isso. Só respira fundo e faz o que tem que fazer, afinal, você não é paga para gostar de todos eles.

Por fim, só quero dizer que... Existem experiências boas e ruins, eu sei que é importante para mim estar aqui, então aguento certas coisas que em outra situação, jamais aguentaria.

Mantenha-se firme, saia sempre que puder e tente olhar o lado positivo das coisas. A vida de au pair não é fácil, certamente não é o emprego dos sonhos, mas acaba te proporcionando experiência e maturidade. Então se está em dúvida, digo que venha. Porque cada caso é um caso, e você pode tirar a família premiada. :)
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O Blog das 30 Au Pairs

5 comentários:

  1. Monick, vida de aupair nao são flores.
    Mas, com o tempo melhora...
    eu acho, neh?

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  2. Adorei esse post. Sei mesmo que a vida de au pair não é nada fácil e reclamar é próprio do ser humano. Todo mundo sempre reclama do emprego então não é diferente com as au pairs, acho que todo mundo vive esperando o fim de semana, né? Hahaha

    Vc tá morando onde? Vou pra MA tbm!

    Bjos.

    http://perfectlittleaccident.blogspot.com/

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  3. É sempre bom ver outros pontos desse programa... gostei muito do seu post e estou torcendo por vc... Super bjos

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  4. Bruna, eu moro em Sudbury. :)
    Quando você vem?
    É, é bom ver os dois lados da moeda. E sobre melhorar com o tempo... Talvez. Pode ser que quando as coisas não sejam mais novidade, você se sinta triste.
    Monick.

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  5. Post perfeito! Falou tudo o que eu penso!!!!

    Beijooooossss...e boa sorte!

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