Pessoas que largaram tudo para se aventurar nesse mundão de Au Pair!

30 dezembro 2010

AU PAIR

Olá pessoal,

Hoje posto um texto que achei bem interessante, escrito por Vanessa de Souza e que foi publicado pela Revista eletrônica Paradoxo.


Au Pair – a babá quase perfeita
Dizem que a melhor forma de aprender inglês é com as crianças, que tal experimentar?

Na lista de desejos de muitos jovens de hoje está o item “fazer um intercâmbio”, seja para se divertir, conhecer uma nova língua como o inglês, uma nova cultura ou ter oportunidade de fazer amigos de diferentes partes do mundo. Agências especializadas em programas de Au Pair dão a oportunidade para jovens do mundo inteiro, entre 18 e 26 anos, que queiram morar nos EUA por um ano.



Neste programa, os intercambistas vão para os Estados Unidos cuidar das crianças da família que os receberem. Por meio de um dossiê de informações pessoais preenchido pelos candidatos, as família escolhem quem querem receber em suas casas. O formulário é bem criterioso e pede informações desde atestado de saúde e antecedentes criminais, como referências de trabalho, principalmente de cuidados com crianças. Existem também perguntas muito específicas, como o que você come, se é vegetariano, se tem tatuagem, piercing e até namorado.



“Na verdade, esse programa não foi bem uma escolha e sim a opção que eu tive. Eu sempre quis aprender inglês fluente, mas os cursos que fiz no Brasil não foram suficientes. Foi então que comecei a pensar em sair do País”, explica Mariana Maggiori, au pair brasileira que está nos EUA. Ela conta que primeiro começou a olhar programas de intercâmbio na Inglaterra, mas o valor estava bem longe do que ela podia pagar. “Eu não tinha a grana pra pagar. Então conversei com a mãe de uma amiga que estava fazendo o programa Au Pair. Ela me disse que a filha estava gostando muito e que era uma ótima oportunidade para quem queria aprender inglês sem gastar muito”, completa.



Entre os pré-requisitos para participar do programa estão: ter cuidado de crianças pelo menos 200h, possuir carteira de motorista, ter nível intermediário de inglês, ter entre 18 e 26 anos, ser solteiro e não ter filhos. Em contrapartida a tantas exigências, estão os benefícios de morar com uma família americana sem precisar gastar com hospedagem e aprender os costumes e a língua diariamente, receber cerca de 140 dólares toda semana por cuidar das crianças e US$ 500 do governo americano para estudar.



Na prática...

Au Pairs cuidam das crianças por 45 horas semanais, em média, têm um dia e meio de folga por semana e um fim de semana inteiro por mês. Dar banho, lavar roupa das crianças, dar as refeições, ajudar na lição de casa e brincar são algumas das obrigações. Mas não se desespere, em casa de americano é tudo muito automático. Lavar louça? Lavar roupa? Maquina de lavar estarão lá para ajudar.



Acertada a parte burocrática, a agência dá inicio a buscar por uma família que seja parecida com o perfil do intercambista menina para minimizar o choque cultural. É comum que o candidato demore meses até conseguir uma família. Muitas delas só olham e devolvem no mesmo dia o dossiê, outras ligam para conhecer melhor o candidato, conferir o seu nível de inglês e se ele está realmente apto a cuidar dos seus filhos.



“A escolha da família foi muito cautelosa. Eu não queria crianças muito pequenas e também não queria crianças com deficiência física”, relembra Mariana Maggiori. “Não tive pressa em acertar a família porque sabia que ia ter que conviver um ano com eles e que eu tinha que gostar logo de cara”. Foi então que apareceram os Hess. Responderam todas as dúvidas da Mariana e preencheram seus pré-requisitos do que ela esperava numa familia.



Esta espera pela família é um dos motivos de maior ansiedade para o futuro Au Pair. Durante este tempo, o intercambista já marcou a entrevista no consulado, que demora quase dois meses para acontecer. E para conseguir o visto, é necessário já ter tudo acertado com a família, o que não é uma garantia, ainda assim.



“Toda aquela papelada e dossiê foram demoradas e chatas. Tinha umas coisas que eram até engraçadas de ler, como no formulário para o visto: ‘Você pertence a alguma organização terrorista?’”, lembra Mariana.



Para a brasileira Sarina foi um pouco diferente. “Quando o meu dossiê foi enviado pra Boston, no mesmo dia uma família o pegou. Fiquei superanimada esperando o e-mail deles, mas em vez de um e-mail, no dia seguinte eu recebi uma ligação deles e nesta mesma ligação a gente já fechou tudo”, conta.
visto

A espera da entrevista não é nada agradável, pois você vê quem conseguiu o visto e quem não teve tanto sucesso. Tente manter a calma, pois você pode presenciar cenas tristes. E se não conseguir o visto, não insista. Marque outra entrevista.



Após tudo isso, o intercambista está pronto para viajar. Mas antes de partir, verifique como e onde você vai morar, se é frio, o que tem perto da cidade, lugares para visitar, tudo que possa te beneficiar. Nunca se esqueça de se comunicar com a família antes de chegar lá. O diálogo é fundamental para começar a conhecer as pessoas com quem você vai morar.



Contratempos

Em caso de problemas com a família, como falta de compreensão, ausência de diálogo e exploração, o Au Pair deve contatar a coordenadora local do programa. Geralmente ela possui outra atividade, mas qualquer problema que tiver, a coordenadora deve ser imediatamente avisada.



Mas os problemas devem ser referentes a conflitos reais. Saudades todos sentem, mas é preciso saber lidar com a situação, tentar ocupar o tempo para não se deprimir, fazer amizades, passear, conhecer lugares. “A saudade do Brasil é muito grande e às vezes tenho vontade de chorar”, confessa Mariana. “Acredito que isso também seja normal e que logo me acostumarei com todas as novidades daqui”, analisa Mariana, que chegou lá por agora.



Como dicas, mariana sugere que o Au Pair não deixe nunca de estudar e tome muito cuidado com as suas atitudes. “Aqui é muito diferente do Brasil e às vezes somos mal interpretados. Não é nada fácil, tudo é novo. Não ache que você sabe de tudo”, pondera Mariana. “Somos pessoas espontâneas e calorosas. Muitas pessoas que você vai encontrar aqui serão aparentemente mais frias, mas saiba respeitar. No fim você acaba entendendo”, compara.
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Lay

Um comentário:

  1. Acho que foi o post mais emocionante que eu li.. Eu veterinária e futura au pair me emocionei com você e com o Fred..
    "left with love"

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