Pessoas que largaram tudo para se aventurar nesse mundão de Au Pair!

07 abril 2011

Respira e vai.


2 de Maio de 2010. Foi a data em que eu estava saindo do meu país, pra viver um ano que não teria noção de como seria. Hoje, 7 de Abril de 2011, meu ano está chegando ao fim. O que de mais importante aconteceu no meu ano aqui? Eu cresci. Aprendi a ser mais humilde, mais sincera, aprendi o valor dos amigos, da família, da vida social, daquele boteco fim de carreira que você frequenta com seus amigos, e que ficam até de manhã, discutindo todos os assuntos possíveis.
Eu sofri muito, chorei muito sozinha e por muitas vezes fiz do cigarro meu melhor amigo. Apanhei de criança, passei por rematch, perdi peso, e não foi por querer ou precisar. Aprendi a fazer tudo sozinha, sair pra jantar, pra fazer compras, ir ao cinema, beber. Aprendi também que a maioria dos amigos do Brasil só falam com você em dois momentos depois que você sai de lá: quando você chega, e quando você está voltando. Nesse meio tempo, minha amiga/meu amigo, se vira nos 30. Eu percebi que não basta só ter au pair perto de você pra que sejam amigos. Tem questão de afinidade, e aí, eu devo ser muito chata. Não sou baladeira ao extremo, mas também não quero passar o ano inteiro em casa. E adivinhem só? Num ano inteiro aqui, só encontrei meus extremos, todos os meios termos que combinavam comigo, moravam longe. Mas graças a Deus e as operadoras telefônicas americanas, existe o tal do celular ilimitado. E às vezes, você vive em função dele.
Durante o ano, eu passei por humilhações que parecem coisa de novela, e passei por momentos emocionantes. Conheci todo o tipo de gente, fiz coisas que me orgulho e vou levar comigo pra sempre como um troféu, e fiz coisas que nem valem a pena comentar. Mas verdade seja dita: eu aprendi a levar a vida com mais humor. Aprendi que sempre tem alguém pior que você e que reclamar sozinho, não vai fazer com que as coisas mudem. A palavra chave do ano? Paciência. Essa meu amigo, aprendi a tirar sabe-se lá de onde.
Passei pela maior dúvida da minha vida: should I stay or should I go? Passei meses com essa dúvida. Deixei até o prazo da agência vencer, porque queria ter certeza da decisão. Decidi voltar, não porque o Brasil é um país maravilhoso, com uma vida mais feliz e com pessoas mais legais. Decidi voltar porque simplesmente coloquei na balança e vi que os momentos de raiva, frustração, decepção, são maiores que os de felicidade. Provavelmente eu vou me arrepender, pra ser sincera, em parte até já me arrependo. Mas sou medrosa demais para tentar mudar o visto e fazer outra coisa, ou até mesmo a mesma coisa, mas morando só. E além do mais, o ‘sou formada, poderia conseguir uma coisa melhor e na minha área’, pesa muito.
A gente só tem uma vida, não vale a pena abrir mão da sua felicidade, por coisas que a gente não sabe no que vai dar. E para os que ainda estão em dúvida se vão vir ou não: venham. Pode ser nem o melhor, nem o pior ano da sua vida, mas com certeza vai ser o mais diferente. ;)


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Copo sobre a mesa.

8 comentários:

  1. Post muito sincero, gostei. Boa sorte na vida pós au pair, que tudo volte a ser melhor agora!!

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  2. Não sei o que seria de nós sem esses celulares! Já parou para pensar em quantas horas nós passamos falando no celular? lol

    Super concordo, esse ano não foi o melhor e nem o pior, foi diferente! :)

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  3. Adorei o post!
    Eu tô na fase do "should I stay or should I go" e a dúvida é cruel!
    Mas uma coisa que eu tenho certeza é que pelos bons e pelos maus momentos essa experiência vale muito a pena!
    Boa volta pro Brasil e aproveita aquele país lindo!!!
    Ai que saudade... hehe

    Beijos...

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  4. Muito legal tudo o que disse. Acompanhei sua trajetória e vi que sofreu um bocado e mesmo assim não fala como a dona da razão coisas como: "não venham, pois aqui é péssimo" ou, "vão te maltratar", enfim, pq cada um vive uma experiência diferente e não tem como afirmar que o intercâmbio de um e de outro será tão bom ou tão ruim quanto o nosso. Cada um vive de uma forma diferente seu intercâmbio, mas olha...não pense que irá se arrepender por não extender, pq é muito sensato vc pensar que o fato de ser formada pesa, pq pesa mesmo. Vc foi, morou um ano fora e além de aprender uma outra lingua, trouxe muito mais em sua bagagem, como a experiencia de ter vivido fora, amadurecimento, flexibilidade, enfim. Vc volta mais bem preparada para o mercado de trabalho. Agora pensa: se tivesse seus 18 aninhos e somente ensino médio...com certeza a coisa é diferente. Acredite em sua decisão e FAÇA DELA, VC MESMA a decisão correta, como tem feito até agora.

    Beijos e se cuide,
    Sah

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  5. Oi Monick! =)
    Parabéns pela força, por ter aguentado tudo o que passou e ter ficado um ano!
    E tomara que dê tudo certo aqui no Brasil pra vc, qndo voltar!
    Boa sorte! ;)
    Bju bju!

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  6. Nossa! Post muito bom, muito sincero e bem escrito *-*

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  7. Adorei o post!
    Boa sorte na sua volta! Sucesso pra vc!
    Bjo

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