Pessoas que largaram tudo para se aventurar nesse mundão de Au Pair!

19 agosto 2012

Welcome to the 19th!


“Hello everybody, so glad to see you!"

Qual au pair que nunca escutou ou nunca ira escutar esse música?

Eu sou a Debora, sou paulista, paulistana e São Paulina! ¼ de século em minha vida já se passou. Tive uma infância de verdade, brinquei na rua, fiz comidinha com frutinha roubada na árvore do vizinho, brinquei de boneca e também quebrei dedo jogando bola. Videogame nunca fez parte de minha vida, e até hoje sou péssima com isso.

Aos 10 anos, já pedia para o meu pai me levar para a Disney, mas é claro que a gente não tinha condições de nem ir para um lugar diferente que não fosse para o Sul de MG, onde temos parentes. Mas aquele sonho sempre ficou na cabeça. Mais ou menos aos 12 anos, minha mãe comprou uma máquina de bordar, mas todos os manuais eram em inglês, um belo dia eu falei pra ela: Por que você não me coloca no curso de inglês, aí eu posso ler esses manuais pra você (como se fosse rápido e fácil). Mais uma vez o dinheiro era um empecilho. Não sei se foi destino ou sorte, mas um vizinho resolveu dar aulas de inglês e ele tem uma filha, que na época tinha uns 17 anos, que iria dar aulas de inglês para crianças (ops, eu era já pré-adolescente) e eles vieram oferecer os serviços para meus pais: “Então, se vocês colocarem a Debora e o Danilo (meu irmão) a gente faz um desconto”. Ok, e assim começou a minha saga estudando inglês. E me apaixonei... Fui lá e juntei minhas moedinhas e comprei a fita do Titanic legendada, lembro até hoje a carinha da minha vozinha de decepção que teve que assistir 3 horas de filme legendado. A música também foi minha aliada! Gostei tanto que fiquei razoavelmente boa no negócio. No terceiro ano do ensino médio, a professora de inglês me deu a única nota vermelha, porque ela não gostava de mim! O motivo? Os alunos preferiam tirar dúvidas comigo do que com ela!

Em 2006, eu comecei minha faculdade e arrumei meu primeiro emprego como recepcionista bilíngue de um prédio comercial. Em meio de conversas, uma das meninas ficava falando, ah que não sei o que da minha casa em Chicago, não sei o que em Chicago, e eu me perguntava, como assim? Perguntei pra outra menina... como assim ela morou em Chicago? Eis que veio a resposta... ela foi Au Pair! Au o que?
Passou-se o tempo, mudei de emprego e estava cansada de minha vidinha monótona, e num sábado a tarde de tédio, resolvi jogar no google, AU PAIR! E assim começou a minha saga, com uma pesquisa no google... ai o resto da história sabem como é, procurar agência, ser contrariada, ser apoiada, preencher papelada, juntar dinheiro (que até com sapato furado eu fui trabalhar) fazer match, tirar visto e so on.

Fiz o match com uma família de Washington DC, eram 2 kids: 1 e 2 anos e meio. No começo eu achava que era normal o que eu estava sentindo (muita homesick e minha tia avó morreu 2 semanas depois que eu cheguei), as tarefas que minha host mandava eu fazer, mas depois de um tempo, comecei a pensar que minha vida não era nada parecida em comparação das meninas que embarcaram comigo. Eu tinha que levar o menino pra escola de ônibus, levar a menina junto, não podia tomar o leite que estava na geladeira, deixei claro que não gostava de uvas passas e o único pão que tinha na casa era lotado de uvas passas, e sim, foi rematch.
Chorei, sofri, então pedi para vir embora! Minha LCC pediu para que esperássemos até uma quinta a noite, se não ela compraria a minha passagem de volta. Eis que na quarta recebi uma ligação e não consegui pegar! Chequei a caixa postal e era minha ex-host dizendo que queria me conhecer! Senti-me ótima desde o primeiro dia que fui fazer um teste com eles (detalhe: a distancia entre uma casa e outra era só de 2 quadras) e fizemos o match! Daí em diante, meu ano começou a valer a pena! Tão valeu a pena que fiquei mais 6 meses com o meu lindo que tinha 18 meses quando eu cheguei. Me apaixonei pela família, pela cidade e pelo meu baby, of course!




Eramos tão iguais, tanto na aparência como na personalidade, que todo mundo pensava que era meu filho! (Isso pode produção?) Uma vez uma mulher no mercado falou: “How amazing you look like each other!” e eu respondi: “It´s really amazing, because I’m the nanny!”


O adeus foi muito duro, porém necessário. Voltei para o Brasil no começo de 2010, voltei a estudar, arrumei emprego, depois consegui o emprego dos meus sonhos, e tenho uma amiga do meu trabalho que um belo dia veio me perguntar como foi, como fazia e acrescentou: Você pode voltar, vamos comigo? Parei, pensei e falei, vou com você!

E assim estou! No meio do meu processo de RETURNING AU PAIR!(você tá ficando louca?) Entreguei o application ontem na Experimento (não quis mudar de agência) e vamos ver no que vai dar!E sim, não tenho dinheiro pra passar mais que 15 dias nos EUA, por isso vamos limpar bunda de criança again! Dessa vez estou mais tranquila, com mais experiência (digamos, idade) e vou fazer muitas coisas diferentes do que na primeira vez, o que? Eu não sei, quando eu descobrir eu conto pra vocês.

Então, essa sou eu, um pouco da minha história e todo dia 19 eu estarei aqui pra contar as minhas novas e velhas experiências desse mundo de Au Pair e espero poder ajudar de alguma forma, e fazer novos amigos!

See you soon! =-)

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Debora Oliveira

4 comentários:

  1. Gostei do seu post Débora!!
    Muita sorte no seu segundo processo!!!
    Beijos!

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  2. Linda história, adorei ler. Sério que você também sofreu porque os amigos preferiam tirar dúvidas com você? Achei que era a única sortuda a passar por isso haha Coisas da vida. Parabéns, anseio pelos próximos posts!

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  3. Debora Oliveira21 agosto, 2012

    Obrigada Celis! Eu tbm achava que era a única!!! Temos coisas da vida em comum né! Bjos!!!

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  4. Que legal... Quero muito saber como vai ser. Já fui au pair e to pensando em ir de novo (já li tanta coisa na internet sobre voltar de novo como au pair, muita gente falando mal). Vc está voltando pra mesma família? Vou ficar acompanhando sua história... Voltei em julho do ano passado, ou seja, tenho até janeiro do ano que vem pra decidir, correr atrás de tudo e embarcar em julho... Mas e o medo de abandonar minha vida aqui... Bjs e boa sorte

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