Pessoas que largaram tudo para se aventurar nesse mundão de Au Pair!

02 fevereiro 2013

Quando você acostuma a ficar longe!


Toda neurose desde o começo da idéia de se tornar au pair, até definitivamente se tornar uma, entre mil coisas nos faz pensar que, além de estar em outro país e viver com "estranhos", sofreremos sozinhas. Não que isso não aconteça, mas aí nos acostumamos! 

Bom, primeiramente, sou nova no blog e meu nome é Letícia Okabayashi, tenho 22 anos e sou de SP.  Como meu 1º post, vou contar um pouco sobre mim e minha experiência atual. Sou au pair numa cidade chamada Braunschweig, no norte da Alemanha, perto de Hannover e Berlin [adoro]. Estou aqui há 8 meses, cuido de 3 meninos de 4, 6 e 9 anos, meus monstrinhos, que às vezes eu amo e às vezes odeio :) 

 Meu processo não foi nem um pouco fácil. Teve muita burocracia, choro, revolta, correria, enfim. Resumidamente, eu me cadastrei no Au Pair World no final de 2011 pretendendo estudar alemão durante 2012 e vir em 2013 [escolhi a Alemanha porque eu tive um namorado daqui e era o país que eu tinha mais conhecimento, etc]. Ilusão, qdo apareceu família eu decidi vir em 2012 mesmo, e em 10 dias eu achei essa família, onde eu queria, e o pai é brasileiro. Eu só tinha estudado alemão sozinha na internet por 2 meses e fui fazer a entrevista no Consulado e passei. Só que como o pai é brasileiro, quando meu pedido chegou na Alemanha, eles negaram, alegando que poderíamos falar português em casa. Só que a au pair anterior era brasileira e não teve nenhum problema, além dele ter dupla nacionalidade. Ele recorreu e deu certo, mas em vez de ter o visto em 2 meses, eu tive que esperar 4. Sorte minha, no meio disso tudo eu conheci meu namorado, 2 dias antes de mudar pra cá e, como ele é sueco, nos vemos quando dá e estamos perto. Por este motivo, logo menos farei o pedido pro visto pra trabalhar na Suécia. Já tenho família lá também, que conheci pessoalmente numa das minhas visitas, 3 meninas, e a mãe é brasileira [mas sei que não terei problema porque a Suécia é beeem menos burocrática que a Alemanha e beeem mais aberta pra estrangeiros].

 A minha família atual é muito legal [tudo bem, Às vezes eles exageram qto às horas que eu trabalho, mas compensam de algum jeito depois], aberta, falam o que precisam pra mim sem rodeios. Os meninos... bom, o menor é super acostumado comigo e já até falou que eu sou irmã dele e que sente mto que quando ele for pra escola eu não estarei mais aqui. Eu adoro ele, também porque é mais fácil de controlar, sendo mais novo. O do meio às vezes eu acho que realmente não gosta de mim, às vezes não quer sentar perto de mim ou comer algo que eu fiz, mas acho que no fundo ele não se apega também por saber que logo menos eu vou embora, como as outras foram. O maior gosta de me ajudar quando cozinho algo, etc, e com ele não preciso brincar tanto ou tomar conta. Todos são mimados, mas acho que melhoraram um pouco desde que comecei a conseguir falar direito com eles [já que no começo eu não conseguia falar muita coisa]. O bom é que só falamos alemão em casa desde sempre, e eles SEMPRE me corrigem quando digo algo errado, e isso é muito bom, eu adoro, é muito importante, seja na língua que for.



 Quanto a estar longe de casa... nossa, no começo é bem triste, dá vontade de chorar toda vez que vejo foto da minha família ou dos meus amigos e etc. Eu já fiquei mais de um mês sem falar com a minha mãe pq não tinha por onde, e não falo com o meu pai há 5 meses, pq ele não me liga e eu não tenho condições de ligar pra ele.  Eu morava com a minha irmã, cunhado e minha sobrinha bebê antes de vir. Com ela eu falo todo dia, graças a Deus. Não sei o que seria de mim. É bem difícil no começo não ter com quem rir, dividir o que aconteceu no dia, assistir TV e etc. Com o tempo, acostuma. Simples assim. Não vai ter ninguém pra cuidar de você quando você ficar doente. Então você vai se acostumar a não precisar mais da sua família por perto. Mesmo sentindo falta dela...  Hoje eu não quero voltar pro Brasil pra morar e, se tudo continuar dando certo, assim será. Infelizmente não podemos ter tudo, e minha vida tem que seguir em frente – mesmo que seja longe dos meus amados. Já que não tenho emprego, carreira ou algo concreto no Brasil, prefiro arriscar e começar do zero aqui, onde eu vivo melhor mesmo sendo au pair e “sozinha”. Acho que ser au pair é mais que querer conhecer outras culturas, mas é se conhecer mais e se tornar uma pessoa mais forte, mais corajosa.

 Isso é um resumo de como eu cheguei até aqui e um pouco do que vou fazer daqui pra frente, espero continuar por aqui e poder ajudar vocês de alguma forma. Quando eu fui começar o processo procurava blogs de au pair mas nunca achava blogs legais como este, que podemos nos identificar com a experiência das outras, nos encorajar ou dar uma luz quanto ao que fazer.

 Eu tenho um blog, se quiserem dar uma olhadinha [www.leticiaok.wordpress.com] e lá conto meus dias daqui do outro lado do mundo. 

Beijos e boa sorte pra vocês [torçam por mim também, to precisando ;)]!

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Letícia Okabayashi

5 comentários:

  1. Ei Letícia,
    nossa adorei seu post SEJA BEM VINDA a família!!
    Bem legal esse processo pra Au Pair na Europa.
    Acho que em um post futuro você podia detalhar o processo, porque eu por exemplo, não conheço.

    Beijo

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  2. Nossa, Letícia! Que interessante sua perspectiva da vida de au pair. Eu já morei um ano fora do Brasil, mas como era em Portugal não foi difícil de me adaptar. Agora quero ir pros EUA e vivenciar uma cultura bem diferente da minha e, principalmente, viver num país que tem uma língua que eu não domino. Acho que vai ser desafio, menos dificultoso do que morar na Alemanha (isso sim acho que é pedreira, mais difícil só viver em países do oriente, penso eu) hahahaha.
    Boa sorte na sua empreitada! A Suécia é linda, não sei se vc já conhece, mas como vc já deve ter percebido os suecos são um povo diferenciado!

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  3. Olá, meninas, obrigada pelos comentários!
    Sara, ótima idéia sobre escrever sobre o processo, vou fazer um post sobre isso sim. Na verdade parece mais complicado do que realmente é :)
    Laila, realmente aprender um idioma diferente e viver na Europa era meu objetivo, pensei 'Se já falo inglês, por quê não aprender outra língua?' Obrigada, semana que vem mandarei meu pedido de visto pra Suécia e conto pra vcs como foi. Nas vezes que fui lá, juntando tudo, passei uns 40 dias, amo aquele lugar, principalmente Stockholm! Suecos são tudooo, hahah.

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  4. hahahah
    São mesmo, não esquece de contar tbm sobre o processo de au pair da Suécia!!! Quero saber o limite de idade :D

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  5. Oi Letícia. Achei incrível sua história. Diferente das au pairs que vemos sempre. Vou seguir seu blog com certeza! Bjs

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