Pessoas que largaram tudo para se aventurar nesse mundão de Au Pair!

15 maio 2013

Sobre decisões…



Sobre a liberdade e livre arbítrio que temos de construir nossas vidas a partir delas

 

Hey girls,
No meu primeiro post citei o quanto foi difícil tomar a minha decisão final. A  experiência que tive me faz acreditar o quanto essa escolha pode modificar nossas vidas. Vejo muitas meninas perguntando se vale a pena abandonar emprego, faculdade, carreira, namorado, amigos, família... enfim, a vida que construiu para se tornar Au Pair. Por esta razão, escolhi o tema para post do mês. Não venho com uma resposta, porque infelizmente não existe. A decisão certa vem do nosso coração e depende da nossa história e de nossas metas. Hoje venho aqui  compartilhar minha experiência sobre como escolhi trilhar por esse caminho de aventuras, medos, experiências, aprendizado...
           
Conheci o programa de Au Pair quando cursava faculdade, estava no segundo ano. Existe uma agência na praça de alimentação da universidade que estudava. Um dia parei do lado de fora e juntadora de papeis que sou, peguei os panfletinhos que falavam sobre os intercâmbios. Li todos, mas, o que mais entrava na minha realidade financeira era o Programa de Au Pair. No mesmo ano conheci umas meninas que foram au pairs e me fizeram cultivar a ideia. Conversei com meus pais, mas eles falavam que era melhor eu terminar a faculdade. Como meu sonho sempre foi fazer um intercâmbio na Europa por conta de amar história e pela facilidade que é de viajar pelos países decidi esperar, para talvez, ir só como estudante para a Europa, porque as agências de au pairs que conhecia só enviava au pairs para os Estados Unidos, e este, era o último país da minha lista. Por fim, entrei no terceiro ano da faculdade e consegui um excelente estágio. Fiquei muito feliz porque era na minha área, tinha minha própria sala, ramal, salário digno, horário certo (era vendedora em shopping e sempre trabalhava muito mais), pessoal super legal... então decidi que realmente aquele não era o momento.   Guardei o sonho numa caixinha.
           
Me formei, fui efetivada no estágio. Minha vida estava caminhando perfeitamente.  Mas, o sonho despertou e não conseguia mais dormir na caixinha e então ele começou a me deixar ansiosa de novo, a querer me fazer sair da zona do conforto, enfrentar meus medos, a querer o novo... A rotina que levava estava me sufocando.  Expliquei novamente para meus pais sobre o programa, agora já formada, eles me apoiaram, mas não queriam que eu viesse como Au Pair, falaram que eu deveria trabalhar mais um ano e juntar dinheiro para então ir só estudar. Mas, eu já estava com a decisão tomada. Então, um belo dia sem ninguém saber peguei meu cheque,  o ônibus e fui a agência fechar o programa.
           
 Naquele momento estava certa e queria ir o quanto antes porque apesar de estar em um ótimo emprego,  ja estava na rotina e cansada dos mesmos assuntos. Não tinha pra onde crescer. Queria aventuras, novidades...  Quando recebia anúncios de vagas para trainee me sentia a mais incapacitada. Parava ali, no primeiro requerimento: - Ensino superior completo. O segundo sempre era inglês (o bonito sempre me fu***)... vi que se ficasse no Brasil fazendo os cursinhos de inglês iria demorar mais uns 5, 6 anos até conseguir uma comunicação de índio, porque após três tentativas de cursos de inglês confirmei que não tinha a mínima facilidade e nem paciência. Gosto da prática, da vivência, de quebrar a cara.  Com mania de fazer lista escrevi os prós e contras. Os prós fortaleciam minha decisão. Comecei a preencher meu perfil.
           
No meio do caminho surgem os personagens da história que vão lhe falar que: você é louca, que é formada e vai ser babá, que tem emprego bom e vai largar, que você nunca teria paciência com criança, que não vai suportar morar uma semana com estranhos, ainda mais americanos, que  são a pior raça do mundo... Mas você não liga, porque ninguém entende o quão grande é o seu sonho de morar fora, de viver novas experiências. E então você não acredita. Mas, em alguns momentos essas “vozes do mal” vão ser fortes pra lhe por pra baixo.
       
        Foi o que aconteceu comigo.  Após conversar com algumas famílias (ou pelo menos tentar – com ajuda do santo google tradutor), uma que você sem explicação sentiu um feeling e de repente você entende o que ela fala, vocês passam uma semana conversando por Skype todos os dias, conhece as crianças, falou com a atual Au Pair e a host mother fala que é você mesmo e lhe envia todos os rules, o schedule, mas no dia seguinte misteriosamente some do seu perfil. É... tentei acreditar que fazia parte do processo de match. No fim do dia enviei um email perguntando e a fofa respondeu que tinha falado com o marido e estava super triste porque ele gostaria de uma menina que já tivesse morado fora e ele é quem dava a decisão final, então o match dela não era válido. Isso acabou comigo. Tive um match, só que não. Aí comecei a acreditar que aquilo realmente não era para mim, que americanos são loucos, superficiais e inconstantes.  Desisti! Algumas famílias entraram no meu perfil, enviaram email, mas nem respondi.
      
        Decidi tocar minha vida, me matriculei em um curso, comecei um novo romance e comprei novos sapatos hahaha.  Entrada de ano novo 2011 para 2012  estava numa vibe de me permitir e pensei: ‘’bom vou voltar a falar com essas famílias loucas, pelo menos to treinando o inglês’’. Mas não estava empolgada, não senti feeling com nenhuma. Respondia normal, sem entusiasmo, sem esperança alguma. Por fim, depois do carnaval entrou uma família, trocamos emails, fizemos Skype e senti que eles iam pedir Match. Esse foi mais um momento delicado, achei que ia ficar louca... Vou ou não vou? Será a coisa certa? E meu emprego? Até papelzinho de sim e não fiz para tirar na sorte... Pedi aos céus e ventos para me dar um sinal de qual seria a decisão certa.  Estava desesperada. Achei que estava louca.  Se revelação é ter certeza e mansidão, então tive uma revelação maravilhosa. Após um momento desespero de loucura entre o sim e o não tive minha resposta. Senti uma paz, que não sentia há um bom tempo e uma voz falou na minha mente: “Você tem dois caminhos a seguir, não existe certo ou errado. Se você escolher ir será o caminho certo, Se você escolher ficar também. A diferença é que são caminhos diferentes e sua vida vai tomar rumos diferentes a partir da sua escolha. Mas qualquer que seja, ela vai dar certo”. Eu chorei, porque tive minha resposta. Se escolhesse ficar ia continuar infeliz, na mesmice, arrependida, só pensando e não realizando o que realmente eu desejava... E então tudo ficou mais claro, eu precisava viver isso. No outro dia estava marcado Skype com a host family e já tinha avisado meus pais que tive minha resposta e que sentia q eles iriam pedir Match e então I said YEEEES, I HAVE MATCH. Tive vinte dias para organizar minha partida. Foi uma surpresa para família, amigos, companheiros de serviço. Foi maravilhoso receber o apoio de todos.
Apesar de todas dificuldades que enfrento aqui, não me arrependo nem um segundo pela minha decisão.

Boa sorte para todas que estão no Brasil e para as que estão aqui. Porque as decisões não param, são diárias!

Larissa Alves

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Larissa Alves

5 comentários:

  1. Isso ai Larissa! Brasileiro não desiste nunca! Segue seu sonho e vai ser feliz menina!
    Boa sorte!
    bjs =*

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  2. Larissa, sensacional seu post ! Me identifiquei contigo em vários aspectos, inclusive sobre as vozes do mal, que tornam nossa decisão ainda mais dificil. Boa sorte !!! Beijos !

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  3. Oi Larissa, adorei seu post, super me identifiquei, porque eu sinto paz no coração em ir, mais tantas coisas tem levantado pra tirar o foco, graças a Deus por sua infinita garça derramada em nós e por Ele sempre estar conosco, amei e me inspirei pra escrever no meu blog :)

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  4. Super me identifiquei tambem. Em tudo! A muito tempo quero ir, desde 2007 quando entrei na universidade. Fiz um intercambio em 2010 e quando retornei ao Brasil logo queria voltar para os EUA como au pair, mas como estava terminando uma das universidades decidi esperar e terminar como vc fez. Ja terminei um curso e perto de terminar o segundo, mas dessa vez nao vou esperar. Estou trabalhando na minha área tambem. De inicio tava otimo, mas agora ja me sinto na rotina e vejo que vale a pena jogar tudo para o alto e me tornar au pair. Tenho certeza que nao vou me arrepender, é um sonho antigo que quero realizar.

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  5. Admirador Secreto =P22 maio, 2013

    Gostei do seu post, até me deu vontade denovo de ir pra Europa, desbravar o mundo, inquietação não me falta...
    Mas sério, volta pro Brasil, vou gostar mto =P
    hahaha

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