Pessoas que largaram tudo para se aventurar nesse mundão de Au Pair!

26 julho 2013

Top 10 dos mitos mais ditos e repetidos no mundo au pairiano - parte II



Depois de uma pausa técnica mês passado, vamos retomar a parte final do nosso top 10. 
Fiquei feliz em receber feedback de outras au pairs e ex au pairs sobre as cinco frases anteriores, além de algumas sugestões para o texto de hoje. Acho que essa é a parte mais bacana de escrever para o blog de uma comunidade tão diversa quanto a au pairiana; todo mundo tem algo a dizer sobre basicamente tudo, seja uma história similar ou a total discordância em um tópico. Isso só me relembra que quando discutimos sobre experiências, não existe o certo ou o errado, existem pessoas diferentes que tomaram caminhos diferentes. Mas vamos ao que interessa!



6. "Vou abandonar o programa e virar nanny que é mais negócio!".

Olha, nem sempre. Mas nem sempre mesmo. Eu já vi casos bem sucedidos, mas não foram meninas que saíram do programa no terceiro mês ou tinham inglês meia boca ou, mais importante de tudo, não tinham malícia e jogo de cintura (ou boas savings!). E é exatamente o perfil oposto de meninas que mais repetem a tal frase. 
Outras que adoram dizer que vão virar nanny são as que já emendam na frase "porque estou cansada de crianças" (juro, já vi umas três vezes só esse mês nos grupos e fóruns da vida). Minha gente, se vocês estão cansadas desses kids americanos remelentos e dos pais bananas deles, vão pra casa e trabalhem no que faz vocês felizes, pronto. 
Claro, não morar com o seu chefe ajuda muito, mas no final do dia se você não tem jeito com as crianças e não gosta do que está fazendo, não tem jeito, nada vai melhorar só porque você mudou de título. Fora que não morar com chefe significa você se bancar sozinha e isso sai BEM caro (pergunte a uma nanny live out pertinho de você!). 


7. "Deus me livre morar com single dad, isso dá problema na certa.".

Conversei com meninas de outras nacionalidades e, pelo que notei, pra elas é mais comum aceitar trabalhar pra um host dad do que pra nós, brasileiras. Eu imagino que grande parte disso vem da percepção mais machista que temos no Brasil, afinal, a idéia de morar com um homem divorciado e os filhos dele já soa errada sem precisar adicionar mais nenhum elemento na história. 

Agora como contar pra mãe e pai? E pra vovó? Eu sei, é complicado. Eu mesma não teria aceitado, se tivesse me aparecido algum no processo pré-match. Tudo culpa do pré-julgamento, claro. Mas daí eu vim e vi várias amigas tendo experiências maravilhosas com seus "pais adotivos", aliás eu até ousaria dizer que as au pairs que eu considerei mais sortudas, eram justamente as que trabalham pra host dads sozinhos.
Não quero e nem vou convencer ninguém a fechar com um viúvo ou divorciado, mas acho que diante das experiências que conheci nos últimos dois anos, eu diria pra vocês pelo menos darem uma chance, caso a oportunidade bata à porta. Conversem com outras meninas na mesma situação e vejam se seus medos e receios fazem sentido; até hoje, não conheci nem uma que se arrependeu. Segundo as mesmas, elas ganharam um paizão pro ano todo.


8. "Celular e carro é obrigação da host family".

No, not really. Eu sei que quando a gente está no Brasil e vê os posts das meninas falando dos seus iPhones (ou qualquer outro smartphone) ou dos carrões que dirigem nos EUA, todas ficamos deslumbradas sonhando com qual modelo nossas futuras host families irão nos contemplar. Aí a gente chega aqui e ganha um celular pobrinho que mal manda text e o carro ainda é dividido, dá vontade de chorar -- I know, I've been there! Mas o negócio que a gente esquece é que essas coisas não fazem parte do pacote de obrigações da host family para com a sua querida au pair. Essas coisas são privilégios, como a sua querida LCC vai fazer questão de te lembrar. 
Isso vai depender da condição financeira da tua HF, do amor que ela dedica à linda au pair, o nível de confiança que ela tem em você e tantos outros fatores. Poderíamos discutir a noite toda sobre a indispensabilidade de um celular para se comunicar com os seus chefes e responsáveis pela sua segurança num país estranho ou mesmo sobre a comodidade de não ter que caminhar milhas e milhas até uma bus stop para esperar aquele ônibus que só passa de hora em hora. Eu sei, você amiga dona de casa sabe, sua LCC sabe e, se duvidar, até seus hosts sabem, mas depende mesmo da boa vontade e das condições deles de te oferecerem essas coisas.


9. "A agência e a LCC só ajudam a Host Family e deixam a au pair se lascar".

Muita gente prega isso como verdade absoluta, logo seguida da justificativa que os hosts são os que pagam a parcela mais alta do contrato. Entretanto, isso depende e MUITO. Cansei de ver casos de agência e area director trabalharem de verdade não apenas para conseguir um rematch pra menina, mas pra achar uma família boa de verdade. Não existe isso de "CC é do mal", "APC não tem suporte" ou qualquer outra dessas besteiras. 
O que tem que se levar em consideração é se a sua area director tem mesmo tempo pra fazer o trabalho dela (boa parte tem esse como um segundo emprego porque é part time e não tão bem remunerado), o motivo do rematch e qual a sua parcela de culpa nos motivos que causaram o rematch. Sim, porque na hora do rematch as au pairs são todas coitadinhas, ninguém teve culpa de nada, a host que era doida, o host sem paciência, as kids demoniadas e a pobre au pair quase uma Mary Poppins. 


10. "Não vejo a hora de embarcar pra viver meu sonho americano".

Ô gente. :(
Essa nem é bem mito, é mais frase repetida nos fóruns da vida. E o pior, elas acreditam mesmo nisso, que vão chegar e ser a irmã mais velhas, os kids vão se apaixonar no primeiro dia, os fins de semana vão ser pura alegria entre viver entrosada com a família americana e as baladinhas com as novas amigas, vão estudar em Harvard (ou qualquer outra instituição popular) e ai, gente. Segura Berenice, [ou] nós vamos bater!
Acho que sonhar é bacana, sabe? Dois anos atrás eu também tava cheia de planos para o que seria o meu American Dream, mas não deu uma semana e eu caí na real de que meu ano de au pair seria só metade disso (e olhe, olhe!). Também não quero acabar com os sonhos de ninguém, até porque vez ou outra, acontece. Quem disse que não? Mas mais pé no chão, por favor, assim a queda é menor quando a vida não sai como a gente queria.




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É isso, ficamos por aqui com o nosso top 10. A idéia não foi criticar quem diz ou repete essas frases, mas chamar atenção para algumas verdades que existem por trás delas e que cada estória é única, mesmo que alguns elementos se repitam. 

Às que ainda virão e vivem consumindo todas as informações espalhadas nos blogs e fóruns, uma dica especial: esqueçam a panela de pressão, as latas de leite condensado, sacos de farofa e as paçoquitas, mas tragam a malícia de vocês e muito jogo de cintura, é disso que vocês vão precisar para se dar bem nesse ano fora de casa. No resto a gente dá um jeito.

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::..belle..::

3 comentários:

  1. Nossa, Belle! Dá pra rir, chorar e se desesperar com esse post! Não sou daquelas que só sonham, não. Não espero que minha HF seja perfeita, mas desejo que seja uma boa HF e que eu consiga me adaptar a eles, na mesma medida em que eles a mim. Vejo que tudo que vier depois é crédito e resultado daquilo que virei a plantar.

    Sou bem do tipo "cada coisa de uma vez". E hoje a decisão da vez é: ter paciência e saber esperar, para ponderar bem na hora de escolher!

    bj

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  2. Puxa, eu sou tão tonta e nada down -to- earth.. quero muuito ser au pair, mas sempre penso na minha falta de malícia. Alias, de que modo? Eles vao querer da uma de espertos em algum momento?

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  3. Belee, meu coment não tem nada a ver com seu psot, mas é que eu queria conversar com vc e nao sabia como! rsrs Vc foi au pair em Bethesda? Acabei de chegar aqui!! Tem algumas dicas? hehe Bjos!!

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