Pessoas que largaram tudo para se aventurar nesse mundão de Au Pair!

07 março 2014

Fazer parte da família nem sempre é bom!

Uma vez meu host me perguntou qual era a pior parte de participar de um programa de intercâmbio, respondi que é ficar longe da família e dos amigos. Claro que isso é verdade, mas pra ser sincera, a pior parte mesmo é ter que morar com uma host family.

Sou uma pessoa extrovertida e social, sempre conversei e contei coisas para meus hosts e minhas kids. Eu participei várias vezes de coisas da family, como viajar, ir brincar na neve no inverno, acampar no jardim, assistir peça que eles apresentavam na igreja etc.

Mas eu também tenho meus momentos de ser reservada, de ficar no sussego, sozinha no meu quarto escutando música ou fazer programas com meus amigos. Mas uma vez eu tive um probleminha com a minha host devido a isso. Depois de um Natal cheguei em casa e me deparei com uma cartinha na porta do meu quarto. Minha host tinha escrito 2 páginas que, resumidamente, ela reclamava que eu saia demais ou ficava trancada no quarto e não participava muito da família. Ai que tá o problema de ser au pair, na minha opinião, é ter que morar com a família pra quem vc trabalha.

As agências de viagem vendem o programa com a seguinte idéia “Au pair não é uma empregada e sim um membro da família”, tanto é que o slogan da STB (agência de turismo pela qual eu fui) era “Big Sister Au pair". Na carta, minha queridíssima host dizia que eu tinha que me ver como uma irmã das crianças e não como uma contratada/empregada. No fim da minha leitura, eu cheguei à conclusão que as hosts families fazem tanta questão que sejamos “um membro da família” porque dessa forma a au pair acaba trabalhando mais do que deveria e a family diz que ela/ele está apenas “participando da vida da família como um membro qualquer”. A minha host pedia na carta para eu começar a ir na escola das crianças com ela para participar das atividades que as kids faziam lá, jogar video-game depois da janta, fazer sessão cinema - eles alugavam filme toda semana pras kids assistirem depois da janta, jogar jogo de tabuleiro com a família etc.

Não vejo problema nenhum em participar de algumas atividades com a family, porém essas "atividades" familiares aconteciam sempre depois da janta e nos fins de semana, ou seja, nas minhas horas de folga e descaso. É claro que é divertido fazer parte da família e aprender costumes deles etc. Pow, mas a minha host queria que eu abrisse mão da minha vida social e ficasse grudado neles.

Au pairs geralmente trabalham o dia inteiro, leva, busca, dirige, brinca, troca frauda, dá comida, dá banho, ou seja, é mega exaustivo cuidar de criança. E ainda chega nas horas vagas eles querem que a au pair fique “participando” das atividades da família?

Eu sei que existem muitas famílias boas por ai, mas muitas delas usam esse discurso de "a au pair é um membro da família" como um disfarce para além de ficar o dia todo trabalhando, pra depois do expediente fazer a au pair continuar lá distraindo as crianças deles, enquanto os hosts ficam de boa. Na minha host family, muitas vezes que eu fiquei lá jogando jogos com as kids, assistindo filme com eles ou fazendo qualquer outra coisa com eles quando eu já estava off, os meus fofos (hosts) ficavam na internet, lendo livro, fazendo a unha...

Apesar disso, minha host family não era uma das piores, por isso, não quis arrumar encrenca, respondi à carta esclarecendo minhas razões de estar sair nos fins de semana com meus amigos, ou no meu quarto, nas horas vagas, ela pareceu – ou fingiu – entender, também fingi entender as razões dela e, por um tempo, a paz reinou mas não contente a host começou a implicar de novo com a minha privacidade.

Eu aguentei firme e terminei o programa porque sempre fui decidida a terminar tudo que comecei, e a experiência de au pair também tem muitos benefícios, mas que essa palhaçada deveria se chamar BIG SLAVE SISTER, deveria!!!
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Entre na Mente de Mari

5 comentários:

  1. No começo do programa eu passava muito tempo com a minha família. Até mesmo com a minha baby eu ficava quando estava off porque eu gostava de ficar com ela. Mas realmente, isso de considerar a au pair parte da família na maioria das vezes é um jeito de "trabalharmos de graça" e dependendo do contexto eu não acho nenhum pouco legal.

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  2. BIG SLAVE SISTER kkkkkkkk
    Sabe, Mari, eu morro de medo de algo assim acontecer comigo! Se tem uma coisa que adoro é ficar no meu cantinho depois de trabalhar. nada melhor como deitar e ler um livro. Mas, que bom que tu conseguiu terminar o programa. Beijos <3

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  3. kkkkkkkk complicado, pq na hora de xingar vc não vai ser parte da família neh? Por outro lado, vc, como pessoa gosta de ficar sozinhaa e a toa, qual o problema disso? Essa tal da convivencia complica tudo mesmo neh?

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  4. Gente do céu, bom ou não, tive esse "probleminha" logo na entrevista...tipo, conversei até com a mãe da hosta e elas explicaram que a family é muuito unida e fazem diversas coisas juntos, e quando eu mencionei sobre a "minha provacidade" (tipo, no final do dia gostaria de ter meu momento no meu cantinho) eu senti um alvoroço entre elas e a mãe da hosta disse "eu não entendo o quer quer dizer com privacidade, aqui nós todos fazemos tudo junto".. eu: ahn? O.o

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  5. concordo com tudo que você disse neste post... mas sabe, só fui reparar que todas as au pairs falam em vencer, cumprir missão, ir com o programa até o fim depois de estar aqui. Antes de vir parece que eu só reparava nas partes boas do que se escreve em blogs de au pair. Mas é por ai... eu já aceitei que na verdade vou trabalhar muito mais do que meu real horário de trabalho e abracei a causa sabe. Não sei se vou aguentar até o fim, estou há três meses e pus como meta durar mais três. Chegando lá eu decido se vou dar conta de ficar o ano inteiro nesse mergulho, que parece que seguramos a respiração o tempo todo, só olhando a luz no fim do túnel.

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