Pessoas que largaram tudo para se aventurar nesse mundão de Au Pair!

01 outubro 2014

A tal da "Host Family Perfeita"

No fantástico mundo das Au Pairs (muitas vezes fantasioso) rola a lenda da família perfeita, no caso, aquele tipo de história que muitos ouvem falar, mas poucos realmente conseguiram encontrar. Bom, pra mim esse conceito de família perfeita é algo que varia muito. 

Pra começar, vamos pensar: o que é família perfeita pra você? Uma que more em uma mansão na California, te disponibilize uma BMW para que você possa dirigir no seu tempo off e não te dê Curfew? Ou uma que more na Times Square, em Nova York, tenha apenas uma criança e te pague um “bonus” a mais no salário? Ou uma família em Chicago, que viaje o ano inteiro e te leve junto? Bom, pra mim todas essas soam muito incríveis, mas, e se… a família da mansão na Califórnia tivesse 5 kids? E se essa de Nova York te desse uma Schedule que não fosse fixa, e te fizesse trabalhar nos finais de semana? E se essa de Chicago abusasse do seu horário, te desse um Curfew a meia-noite e não te deixasse usar o carro no seu tempo off? É, pensando bem, elas não são tão perfeitas assim… E sabe porque? Não existe host family perfeita! Mas existem algumas muito boas sim. E pra mim isso vem de um equilibrio, sempre irão existir coisas boas e outras nem tanto, não só em relação a nossa família americana, mas em tudo na vida. A gente tem que por na balança o lado positivo e o negativo e ver qual deles pesa mais, e qual importa mais. E sabe o que facilita ainda mais a gente entender como funciona esse equilíbrio? Colocando na nossa cabeça que o objetivo principal desse nosso ano (ou anos) como Au Pair é o TRABALHO. É claro que tem também a diversão e o estudo, que são partes muito importantes e que nos ajudam a ter um bom ano, mas elas vem em segundo plano, e eu já vi muita gente se frustrando por não conseguir entender isso. 

Mas e aí, como que é que a gente escolhe essa tal da família quase-perfeita? Não é tão difícil quando parece. Mas a gente tem que saber quais são os pontos que realmente valem. Eu sempre digo que a gente nunca pode começar o programa imaginando morar na Califórnia, Nova York, Flórida, etc. Primeiro porque existem vários outros estados incríveis, e temos sempre a opção de viajar para conhecer lugares durante nosso ano. Eu acho que encontrar uma família que respeite seu horário e sua privacidade, te faça se sentir em casa, etc é muito mais válido do que escolher uma família apenas pelo lugar onde eles moram. Obvio que se você conseguir uma família que seja boa e que se encaixe naquilo que você considera como bom é muito melhor, se não, eu sinceramente de indico que coloque a localização em segundo plano, e escolha com muito cuidado, porque quando estamos online aqui no Brasil temos bastante tempo e mais chance de podermos ter critérios para escolher a família, mas caso um rematch aconteça, o tempo é curto e a pressão é muito maior. Pensem muito bem no que é uma boa família para vocês, tenha metas e critérios, mas o mais importante: estejam de cabeça aberta! Isso é algo importantíssimo do começo ao fim da nossa experiência nesse programa e pode ajudar muito!

Eu posso dizer que tive uma Host Family maravilhosa, e me sinto sortuda. Mas, em compensação minhas amigas me diziam sempre: "nossa, como você aguenta essa sua família abusiva?”, e sabe como? Eu pensava nas coisas boas que eu tinha lá, e elas sempre foram mais significativas e me fizeram aprender a lidar com o lado negativo. Eu morava em uma cidade linda no subúrbio de Seattle, cuidava de apenas 2 crianças, sendo que uma delas passava a maior parte do tempo na escola, tinha meu próprio banheiro e um quarto super confortável, tinha o meu próprio carro que eu podia usar no meu tempo off, tinha a liberdade de levar minhas amigas em casa, eles respeitavam muito a minha privacidade, e assim vai indo, a lista de coisas boas é muito grande. Mas em compensação eles abusavam muito do horário, não respeitavam as horas e constantemente eu tinha que trabalhar mais horas do que o que estava na schedule, que também não era fixa, eu trabalhava de sábado a noite, tinha curfew, começava a trabalhar todos os dias as 5:30 da manhã, e minha host era stay at home… Mas sabe como eu lidava com isso? Tentando ver, além das outras coisas boas, o lado positivo que essas coisas podiam trazer. Eu trabalhava mais horas, mas em compensação eles me pagavam todas as horas extras que eu trabalhava, o que me dava um bom dinheirinho extra no fim do mês; quando trabalhava no sábado a noite eu podia fazer coisas divertidas com as crianças, como levar eles pra jantar fora ou no cinema, e quando eu resolvia ficar em casa eu podia receber minhas amigas enquanto estava trabalhando e elas podiam me “ajudar”; meu curfew era a meia-noite, mas com o tempo minha host foi deixando mais tarde até que ela tirou completamente dizendo que era porque ela confiava em mim e porque eu fazia um bom trabalho; começando a trabalhar as 5:30 da manhã eu consequentemente terminava de trabalhar mais cedo, então podia aproveitar o resto do dia para fazer o que eu quisesse; e minha host ficando em casa as vezes me ajudava com as coisas. Bom gente, isso não é uma propaganda da minha HF, é só uma maneira de tentar mostrar que essa história de família perfeita vai da maneira com que a gente encara as coisas, e varia muito de pessoa pra pessoa. Tudo vai de acordo com o que a gente espera para o nosso ano, e o que nos faz feliz. 

É isso gente! Um bom outubro pra nós! Beijinhos
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Stephanie Bischoff.

2 comentários:

  1. Adorei seu post! Só lembre de fazer uso dos parágrafos da próxima vez, Stephanie! :)

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  2. Adorei! Adoro pessoas positivas e otimistas ;)

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