Pessoas que largaram tudo para se aventurar nesse mundão de Au Pair!

03 abril 2015

Adequando-se aos costumes locais

Oi gente!
Hoje eu vim falar sobre um ponto que eu nunca achei que seria um problema, mas vi que é: adequação com a cultura do país. 

Outro dia fui em um restaurante como uma au pair recém chegada (não tão recém assim) que recusou-se a pagar a "tip" do garçom com o argumento de que ela "não era obrigada". Caso alguém não saiba do que se trata a tip, é a famosa gorjeta que grande parte das pessoas que prestam algum tipo de serviço nos EUA (não sei como funciona nos outros países) esperam receber.
Em alguns estados eles são mais relax com isso, em outros são mais exigentes. Em NY, por exemplo, paga-se tip pra tudo: pro garçom (15% do valor da conta se o serviço foi ruim - isso mesmo! ; 18% se o serviço foi bom e 20% se o serviço foi ótimo), pro coach check, pro taxista, pra cabeleira, pra manicure, pro lixeiro, pro carteiro e até mesmo pro cara fantasiado de Mickey na Times Square. Costumamos brincar que em NYC é melhor você não pedir informação na rua, pq vão te cobrar por isso.


Eu confesso que às vezes isso me irrita um pouco, já que você supõe que já está pagando pelo serviço (o corte de cabelo, a corrida de táxi ou a comida do restaurante) e não quer desprender mais grana, mas a questão é que a partir do momento que você escolhe viver em outro país, VOCÊ tem que se adaptar a cultura deles e não eles à sua.

Escuto muita gente falando "não vou fazer porque não faço isso nem no Brasil" e não é assim. Você não está mais no Brasil, você optou por viver em outro país (ou até mesmo visitar) e você tem que se adequar aos costumes daquele lugar. É rude não pagar tip, é "nojento" cobrir a boca com as mãos quando espirra (eles aqui cobrem com o braço, pros germes não ficarem na mão - um dos poucos costumes que eu adquiri por achar mais sensato), é estranho cumprimentar com beijo e abraço e é normal tomar banho só 3 vezes por semana no inverno e comer com as mãos (guardanapo de papel na mesa é raridade).

O ponto é que, enquanto você viver aqui, você não precisa deixar de ser você (e tomar seus 2 banhos por dia) e seguir as regras que você "não concorda", mas você precisa entender que você está num lugar diferentes, com costumes diferentes e que ir pra esse lugar significa respeitar as regras e costumes locais.

Vai ter que parar de beber na rua, vai correr o risco de ser convidada a se retirar da piscina se tiver usando aquele biquíni fio dental lindo que fazia tanto sucesso no Brasil e provavelmente vai ter que andar descalço dentro de casa (e ouvir as crianças fazendo pum e arrotando como se fosse a coisa mais normal do mundo). Vai! E não vai adiantar bater o pé, falar que no Brasil não é assim ou tentar argumentar. Chegou aqui, se adeque. Se puder usar isso a seu favor, ótimo. Se puder repassar os bons costumes do nosso país (minhas kids estão aprendendo a usar o guardanapo de papel pra segurar a comida), melhor ainda. Mas não tente passar por cima dos costumes deles só porque não são os mesmos que os seus. Respeite o local que você escolheu viver e te recebeu. Respeite os costumes e cumpra as "obrigações" que os nativos tem e use tudo isso a seu favor (nem que seja pra colocar na lista de "escrotices dos americanos"). 
Acostume-se. A conta vai chegar na sua mesa sem você pedir (imediatamente após você terminar de comer) e você ainda vai ter dar dinheiro pra esse garçom maldito que tá te mandando embora do restaurante. Vai ter que pagar tip sim, e se reclamar, vai pagar duas vezes :p 
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Mariana Rezende

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