Pessoas que largaram tudo para se aventurar nesse mundão de Au Pair!

01 outubro 2015

Eu pago meus pecados por ter acreditado que so se vive uma vez.



Dia primeiro de Outubro, 
11 meses vivendo fora de casa, 
primeira experiencia fora de casa e pior, em outro pais.
Você sabe como eh viver longe de casa? Pois eu vou te contar:
Viver longe de casa,
é viver sem se sentir completo; é ter as emocoes sempre transbordando; é crescer antes da hora; é sorrir e chorar ao mesmo tempo e nao saber o que esta sentindo; é descobrir sentimentos novos a cada dia; é como carregar o mundo nas costas; é olha o mundo com outros olhos; é pensar em alguem quando você vê algo diferente “isso é a cara do fulano” e dar um sorriso timido enquanto segura aquela lagrima pesada; é dar passos maiores que a perna, e cair, pra depois se levantar; é um constante arrependimento acompanhado de felicidade, é ter orgulho de voce mesma; é se sentir culpado nos momentos em que você se sente feliz por inteiro; é ter feridas que não se saram, mas que de alguma forma, te deixam mais forte, é conversar sozinha pois não nem sempre tem alguem que fala a mesma lingua que a tua, e mesmo que fale, nem sempre pessoas entendem, ainda mais aquelas que estão tão longe de você; é fazer piada de situacoes que te machucam; é não saber o que esta sentindo; ou se deveria estar sentindo; é DIFICIL!

Nessa terra é onde todos querem ser o melhor, e não é que eles tem razão! Se voce não se der o melhor nunca vai poder se qualificar o suficiente do tamanho do seus sonhos.

Acredito que aqui ja fiz de tudo um pouco. Ja chorei querendo sorri, ja sorri querendo chorar. ja fui ao Mercado so pra pensar, ja me exclui do mundo varias vezes, ja comi de tudo ja perdi dinheiro com coisas que eu achava que era importante e nao foi, ja investi achando que ia ser uma droga e foi a melhor coisa que pude ter investido, ja viajei para esquecer e ja mandei uma carta para relembrar.


 "Voar: a eterna inveja e frustração que o homem carrega no peito a cada vez que vê um pássaro no céu. Aprendemos a fazer um milhão de coisas, mas voar… Voar a vida não deixou. Talvez por saber que nós, humanos, aprendemos a pertencer demais aos lugares e às pessoas. E que, neste caso, poder voar nos causaria crises difíceis de suportar, entre a tentação de ir e a necessidade de ficar. A vida de quem inventa de voar é paradoxal, todo dia. É o peito eternamente divido. É chorar porque queria estar lá, sem deixar de querer estar aqui. É ver o céu e o inferno na partida, o pesadelo e o sonho na permanência. É se orgulhar da escolha que te ofereceu mil tesouros e se odiar pela mesma escolha que te subtraiu outras mil pedras preciosas".
-(Parte do texto O alto preco de viver longe de casa)

Os corajosos que deixaram o aconchego do lar para estudar e sonhar com o futuro incrível e hipotético que os espera. Os corajosos que deixaram cidades amadas para viver oportunidades que não aparecem duas vezes. Os corajosos que deixaram, enfim, a vida que tinham nas mãos, para voar para vidas que decidiram encarar de peito aberto.
E começamos a viver um roteiro clássico: deitar na cama, pensar no antigo-eterno lar, nos quilômetros de distância, pensar nas pessoas amadas, no que eles estão fazendo sem você, nos risos que você não riu, nos perrengues que você não estava lá para ajudar. É tentar, sem sucesso, conter um chorinho de canto e suspirar sabendo que é o único responsável pela própria escolha. No dia seguinte, ao acordar, já está tudo bem, a vida escolhida volta a fazer sentido. Mas você sabe que outras noites dessa virão.
Algumas pessoas pensam que eh tao facil trocar o conforto de um lar, amigos e familia por outro pais onde voce nao sabe ao certo onde vai morar, o que vai aturar, o quao diferente eh a cultura que voce vai ter que se adaptar, e sim eu tive, ja passei perrengues que so eu sei. Ai so porque voce esta em outro pais, passa aquela historia que fiquei mais rica, é legal até, mas nao foi viajar para os quarto cantos dos Estados Unidos que acrescentou alguma coisa em mim como pessoa. Eu simplismente era uma Babaca, uma fresco, vivia numa bolha e conectada a futilidade, sem saber conversar com pessoas.
Quando você está longe do conforto e com a grana apertada, tem horas que não tem alternativa e você aceita ou cria. Como diz o guru Osho, “a maturidade é você aceitar o que você tem e não ficar pensando o que você quer”.
Antes de viajar sozinha, eu vivia nesse mundo de credenciais. A empresa que eu trabalho, o bairro que eu moro, o que eu visto, onde eu frequento, o que eu como e bebo era tão importante pra mim quanto fazer amigos e me relacionar com pessoas. O mundo não saia desse limite e os dias eram sempre, sempre iguais. Felicidade? Quando eu comprava alguma coisa, ou ganhava. Saia cheia de pose na camisa de 300 reais que tinha um micro bordado no peito, que todo mundo identificaria que eu era “bem de vida”.
Eu nunca fui muito timida, sempre trabalhei com comunicacao como todos sabem, era promotora de Eventos, vivia em meios sociais. Mas, tinha vergonha de algumas coisas, receios, preconceitos…
No Brasil a cultura te propõe isso. O preconceito está na cultura do país, apesar de ser o país que mais critica o preconceito. No Brasil temos “coisas de pobre”, “lugares de pobre”, “sub-emprego”. O fortinho não quer sair junto com o gordo, a mulher vira a cara se um homem feio lhe pede as horas, o pobre acha o rico metido e assim por diante.


O preço é alto. A gente se questiona, a gente se culpa, a gente se angustia. Mas o destino, a vida e o peito às vezes pedem que a gente embarque para longe ou perto, mas que recomecamos uma nova vida. Alguns não vão. Mas nós, que fomos, viemos e iremos, não estamos livres do medo de tantas fraquezas e sentimentos que se criam, e ninguem sabe alem de nos mesmo, aprendemos a lidar com isso forcadamente. Mas estamos para sempre livres do medo de nunca termos tentado. 
Keeping Walking.

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8 comentários:

  1. Que post mais lindo!!! Me emocionei pra caramba. Parabéns!

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  2. Adoro os posts que tem aqui. Mas se você pega uma parte do texto de alguém, precisa referenciar. http://vida-estilo.estadao.com.br/blogs/ruth-manus/o-alto-preco-de-viver-longe-de-casa/

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    1. Obrigada Beatriz, o post estava pronto a um tempo e eu realmente esqueci, mas ja editei. Muito obrigada critica eh sempre bem vinda =)

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  3. Estou simplesmente encantada com tantas palavras bonitas e de conforto, pra tantos corações solitários que nese momento, estão divididas por esse mundo gigante!

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  4. Achei lindo de ler e sentir e me trouxe tanta lembrança boa! *_*

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  5. Imagina Su, só falei pra ajudar mesmo. Adoro seus posts! Parabéns!

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