Pessoas que largaram tudo para se aventurar nesse mundão de Au Pair!

30 outubro 2015

O resumão do ano e a hora do adeus!

"Acabouuuuu, acabouuuuuu, é tetra, é tetra" Essa foi a primeira frase que pensei na sexta-fiera passada, di 23 de outubro, ao acordar para meu último dia de aupair. Como foi meu adeus? Você descobrirá nas próximas linhas.




Para quem acompanhou a minha história, sabe que desde agosto minha saaída está ensaiada, que eu tenho alguns planos para os próximos meses e que eu estava bem ansiosa pra mudar e começar uma vida diferente antes de voltar para a vida real no Brasil. No post de hoje, eu vou tentar resumir um pouco do que foi essa minha jornada de quase dez meses na casa da hostfamily, o que mudou em mim e o que eu descobri que era essencial que não mudasse.
Meu ano começou em 11 de janeiro de 2015, um domingo às 11 da manhã. Meu namorado e o pai dele me levaram de carro de Zurique até Schwabisch Hall, uma pacata cidade no sul da Alemanha. A família que eu havia escolhido tinha o tal do feeling, sempre teve e eu estava muito anida. Iria cuidar de dois meninos de 5 e 3 anos e de uma baby de 3 meses. O começo da minha relação com a família foi bastante bom. Conversávmos após o jantar e eu ia até fazer compras com ela quando eu não estava cansada. O marido quase não ficava em casa e, por isso eu, tina bastante liberdade. Meu namorado ia me visitar a cada 15 dias na cidade. Chegava sábado e ia embora no Domingo. Dormíamos num hotel, pois a família não permitiu que ele dormisse comigo, o que não achei de todo ruim, pois, assim, teríamos nossa liberdade.
Entre março e abriu a gente descobriu um jeito fácil e barato de eu ir pra Zurique, de ônibus. Eram 3horas e meia de viagem na sexta de noite, o que faazia com que tivessemos mais uma noite juntos no final de semana. Eu comecei a visitá-lo com mais frequência, quase todo final de semana, já que era meu tempo off, a família nunca falou nada. Quando eles pediam que eu trabalhasse no sábado ou domingo, eu ficava, mesmo tendo trabalhado mais que minhas horas durante a semana.
No começo minha rotina também era tranquila. Eu trabalhava das nove às quatro, sim, mais que as seis horas permitidas pela lei alemã. Mas desse tempo, durante a manhça, a baby dormia quase o tempo todo e os meninos estavam na escola até as duas, o que me deixava com um tempo livre pra estudar e fazer minha coisas, já que, enquanto a baby dormia, ela ficava no carrinho no salão da mãe, que me ligava quando ela acordasse. Contudo, a escola entrou em greve em maio e aí eu tive meu primeiro desentendimento com a família. Numa sexta-feira, que eu ficaria em casa e trabalharia no sábado eu fiquei com os três por muito tempo. Ela disse que a amiga dela passaria pegar os meninos às 14h00 e a mulher tava mega atrasda, o que me irritou muito. Daí ela me liga pra perguntar se tava tudo bem e eu respondi, "today was too much" mas só de desabafo, sabe. Ela me vira a voadora " but it is your job." meu sangue subiu e eu repliquei " yes, and it was supposed to be for 6 hours per day, not 8". Nessa hora a mulher virou o diabo e soltou um "we talk later" e só voltou a falar comigo no domingo. Eu expliquei a situação e tudo voltu ao normal.
Em junho fomos à Dinamarca, por 15 dias e eu não tive final de semana ou horário definido para trabalhar. A gente tava no meio do nada e eu passava o dia com eles, fazendo viagens pelo país ou no meu quarto dormindo. Ajudava sempre a colocar e tirar a mesa da janta, ajudava a cortar as coisas e andar com as kids quando eles queriam um tempo livre. Contudo, mesmo assim, não me senti muito incluída, e eles sentiram o mesmo. Nós conversamos sobre isso, mas desde então a relação começo a ficar estranha.

Eu nçao sentia mais vontade de ficar lá nos finais de semana e, por isso, comecei a vir pra Zurique toda sexta e voltar no domingo de noite. Eu estava trabalhando cada vez mais e, agora que a baby já estava maior ela não dormia tanto mais e nem ficava no salão, ou seja, alguns dias, eu ficava das nove às cinco trabalhando. A hora que ela chegava eu só queria deitar na minha cama e ver filme. E foi o que comecei a, de fato, fazer. E, por fim, depois da briga que a gente teve na hora que eu falei que ia sair antes do previsto, eu comecei a eveitar os cafés da manhã. Eu preparava tudo e voltava pra cama. Eu estava sempre cansada, meio triste e desanimada nos últimos tempos. Até que o dia chegou e eu não me cabia em mim de alegria.
Nossa última semana foi ok. Eu trabalhei muito, principalmente no final de semana do dia 17, pois eles passaram o dia num SPA, mas eu já tinha um alívio de dever cumprido no meu coração. Na quinta-feira eu estava meio triste, meio melancólica, meio animada. Até fiz um textçao no Face falando dos meus sentimentos.
Na sexta, eu acordei e comecei a arrumar minhas coisas. Ninguém falou nada, nem no café da manhça, nem no almoço. Meu namorado chegou às 15h00, arrumamos juntos o que faltava em 10 minutos, carregamos o carro e eu voltei, com o casaco na mão, para falar tchau pro hosto e pros meninos. Ele me deu um aperto de mão e me desejou tudo de bom, eu pedi desculpas pelos erros cometidos e também desejei força para ele e coragem (semana que vem ele está indo lutar no Afeganistão), o menino maior me deu um beijo e um abraço e o menor só deu tchau do sofá. A baby estava dormindo e eu queria sair sem dar tchau porque ela era minha maior paixão naquela casa. Contudo, com os barulhos, ela acordou e eu dei um último abraço e a primeira lágrima escorreu. Eu nçao disse tchau, nçao consegui, só abracei ela e senti o cheirinho dela pela última vez. Entrei no carro e fomos ao salão da hosta. Cheguei lá com lágrimas nos olhos e fiz o mesmo discurso que pro hosto. Ela só me deu uma abracinho sem sal e disse: tinha que ser desse jeito. Saí de lá meio triste por ir embora e meio com o coração partido pela frieza da hosta, o pai dela tinha um brilho interessante nos olhos e ele sempre foi muito acolhedor, foi um adeus curto, mas bacana.
De lá partimos para a cidade, afinal eu tinha que fazer uma fotos de recordação. Disse adeus a cada cantinho, a cada esquina, ao café, às folhas que caíram no chão, à escadaria da igreja e terminamos a tarde jantando num restaurante mongoliano que eu amava. 
Às sete da noite do dia 23 de outubro de 2015 eu deixei Schwabisch Hall no fiesta do meu namorado abarrocado de coisas, mas com um coração leve.
Desde o meu primeiro post, eu falo de uma mala de experiências, a qual eu trouxe vazia e que tenho enchido. Agora ela já tá quase cheia. Faltam dois meses para o tão esperado regresso. Mas agora é só diversão.
Um beijo, e até dia 15!
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Luana Pizzi

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