Pessoas que largaram tudo para se aventurar nesse mundão de Au Pair!

16 janeiro 2016

O que o Au Pair me ensinou.

Acredito que tenha sido em março de 2012 que decidi me aventurar nessas idéias. Já conhecia o programa desde 2010, mas a primeira vista achei que não era pra mim. Afinal, cuidar de criança? Eu hein! 
Mas aí a faculdade acabou, o emprego não veio, o dinheiro era curto. O que tenho a perder, não é mesmo? 
Acredito que todo mundo que se jogou meio de cabeça na idéia, sem muito preparo ou noção do que realmente significa ser au pair acabou tendo uma experiência como a minha. Meu perfil era horrível, tinha o mínimo de horas necessário, meu inglês era mequetrefe e coloquei várias restrições nada razoáveis. Obviamente que isso não deu muito certo e quem me acompanha aqui no blog desde que quando me juntei a equipe (agosto/2012! uau!) sabe de todas as reviravoltas e loucuras. 
Mas aconteceu! E em Março de 2013 eu embarquei pra minha primeira experiência como au pair! E que experiência! O ano de 2013 foi marcante. E ao regressar em 2014, depois de seis meses embarquei novamente! E agora aqui estou eu. Uma outra pessoa, que a antiga eu jamais pensou que viria a existir! 
Mas vamos ao que o título do texto remete... O que aprendi com o au pair? 


- Paciência. Nem sempre as coisas acontecem como você quer e do jeito que você quer. É preciso aguardar. E aguardar. E torcer pra que tudo der certo. E confiar. Não ter o controle, pra alguém como eu, é algo extremamente complicado. Mas eu aprendi. 

- Inglês. Eu sempre tive um inglês razoavelmente bom ao mesmo tempo que sempre foi bem mequetrefe. Nunca estudei a sério, então era muito na base do achismo e de imitação do que de conhecimento mesmo. Hoje em dia consigo ver claramente o quão melhor meu inglês se tornou e como a experiência em um país nativo de inglês foi importante pra que chegar ao nível em que estou no momento. 

- Amadurecimento. Amigos, eu sou filha única de mãe solteira criada com a avó. Um combo daqueles. Pra minha sorte eu nunca me deixei me levar muito por essas coisas, mas mesmo assim precisei abandonar vários comodismos meus e aprender coisas que nunca precisei antes. Você não sabe o que é se virar sozinha até estar sozinha num país completamente diferente do seu onde você não domina a língua. E aí você aprende, na marra. E cresce, na marra. E amadurece, na marra. 

- Profissionalismo. Não existe prova de profissionalismo maior do que morar com os chefes e manter a relação numa boa. Se você conseguiu navegar por essa área tranquilamente durante o seu ano merece os parabéns com louvores. É uma das partes mais complexas, afinal, nem todas as host families sabem ser profissionais e é necessário muito jogo de cintura pra morar com a pessoa e trabalhar com a pessoa e curtir com a pessoa e ficar de boa com a pessoa. 

- Visão de mundo. O au pair me deu a oportunidade de conhecer lugares com os quais eu só sonhava. Pude conhecer e experimentar outras culturas, mudar minha opinião pré-formada sobre algumas coisas. Me encantar por pessoas e lugares de novo e de novo. Acredito que esse seja um dos maiores aprendizados que levo comigo. Todo lugar pode ser incrível se você se dedicar a explorá-lo. 

- Valor da amizade. Tanto os amigos de longe, que só alguns sobreviverão... Quanto os de perto, que são imprescindíveis. Quando você vai morar fora, alguns fenômenos acabam acontecendo... Pessoas que nunca falavam contigo de repente super interessadas na sua vida. Gente que era fechamento total que de repente te esquece. E no final, quem resta são aqueles que você sabe que pode levar pra vida toda, no matter what. Além disso a gente faz muitas amizades pelo caminho, pessoas sem as quais não teríamos sobrevivido por um ano. Pessoas que fazem com que seus dias sejam mais leves e divertidos e que entendem tudinho daquilo pelo qual você está passando.  

- A recomeçar. Quem vai embora uma vez, nunca volta. O voltar não é um retorno, é um recomeço. Do mesmo jeito que ir também foi. E recomeçar é preciso. Mudar é preciso. Ir atrás do que a gente quer é preciso. Nem sempre é fácil. Mas acredito que depois que a gente tem a coragem de fazer uma vez, as outras se tornam mais simples. A semana foi horrorosa? Tudo bem. A próxima vai ser melhor. A gente descobre um novo lugar, uma nova praça, um novo restaurante, assiste a um filme, conversa com as pessoas queridas e fica tudo bem. Tudo novo de novo. Seja aqui, seja lá, seja em qualquer lugar do mundo. 

Não é fácil resumir tudo o que aprendemos durante a vida de au pair, são tantos acontecimentos em um período tão curto de tempo que é difícil registrar e processar todos. 
Mas o que importa é que vale a pena. Pelas caras quebradas e pelos sorrisos largos. Vale a pena. A gente sofre, é claro que a gente sofre. A gente sofre pra caralho. Ficar longe de família, amigos, lugares conhecidos, da vida que a gente levava é difícil. E tanta coisa acontece enquanto a gente fica longe. O mundo não para por que você tirou um ano de férias da sua vida. Mas no final, vale a pena. Mas se preparem pra voltar sendo outra pessoa. Nem tenham esperanças de que a vida será a mesma depois desse ano (ou mais) por que se tem algo que ela não vai ser é igual. Você vai mudar, e não vai ter volta. E isso é ótimo! 
Então fica aqui essa mensagem de esperança e ânimo pra vocês que nesse começo de 2016 estão embarcando nessa jornada! Aproveitem cada minuto! 


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isabella k.

2 comentários:

  1. Uau!! Me identifiqueo com seu texto. Assisti apenas a uma palestra e estou na dúvida se vou ou não. A descrição do perfil, o inglês, as horas de experiência. Tudo. E ainda VC descreve todas as minhas expectativas de quando for, no final. Adorei. Espero ter coragem para ir. Parabéns por conseguir.

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  2. Ótimo texto. Muito inspirador! <4

    Beijos

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