Pessoas que largaram tudo para se aventurar nesse mundão de Au Pair!

07 março 2016

Coisinhas que a vida de Au Pair te ensina

       
Um pouco mais de 13 meses, exatos 400 dias. 9.600 horas recheadas de experiências maravilhosas – e outras não tão boas, também. Muitas amizades novas. Muita gente nova! Diversos lugares, comidas diferentes. Inglês, Português, Francês, Holandês, Espanhol, Alemão e deve ter língua faltando aí. Uma vida todinha em uma versão pocket de 1 ano. E dessas muitas coisas que eu aprendi, algumas foram muito importantes pra mim. Talvez não façam tanto sentido pra você, mas tenho certeza de que aí na sua cabecinha você sabe no que você mudou e o quanto isso é valioso na sua vida. Vamos lá, então, que vou te contar quais figurinhas novas adicionei ao meu álbum da vida:


Ser Tolerante: as coisas nem sempre são como a gente idealiza e, na maioria das vezes, mudá-las está totalmente fora do nosso controle. Desde aquele post no grupão que você acha um absurdo e já quer ir lá dar um barraco até sua indignação quando a sua kid, um anjinho com você na semana, dá a louca e bate nos hosts no fim de semana. Não é problema seu! Passe pro próximo post e aumente o volume da sua TV, respectivamente. Haha!

Me colocar no lugar dos outros: de amigos, de host parents, dos kids. Eu gosto muito de uma frase que me motiva a pensar assim: “Be kind. Everyone you meet is fighting a battle you know nothing about”. Sempre que eu ia ao Walmart ou McDonald’s aqui, me incomodava o jeito que os functionários me tratavam. A maioria tá sempre de cara fechada; alguns até te tratam mal... Eu achava isso um absurdo. Até que eu comecei a pensar (e também descobri coisas que não sabia sobre o quão mal pagos eles são e as péssimas condições de trabalho). Hoje em dia, eu tento me imaginar ali, naquela situação. Aquela caixa que te atende com uma cara não tão simpática deve estar trabalhando há muitas horas pra ganhar uma merreca que, provavelmente, não vai ser suficiente pra pagar o aluguel dela e colocar comida na mesa pros seus filhos. Talvez ela seja uma mãe solteira que não pode contar com a ajuda do pai dos seus filhos... Enfim! Não custa nada tentar entender o lado do próximo. E, afinal, nada melhor um “Obrigado” com sorriso no rosto pra quebrar qualquer mau-humor =)

Ser mais paciente: inspira, expira. Faça isso 10x. Vá dar uma voltinha, ver uma série, tomar uma água... e... pronto! Passou! Meu pavio cresceu demais nesse ano de Au Pair. E o porquê eu não preciso nem falar, né?

Curtir minha companhia: no meu primeiro mês de Au Pair, eu tinha zero amigos. Eu sempre saía sozinho. Cinema, mercado, shopping, restaurante. Mesmo depois de um tempo, depois de ter feito algumas amizades, eu ainda fazia muita coisa by myself. Hoje, eu conheço bastante gente e é difícil eu sair sozinho, mas isso já não é mais um problema. Muito pelo contrário! Eu curto e muito pegar um cinema mesmo sem companhia. Adoro dirigir por aí sem ninguém, cantando minhas músicas. Recomendo, inclusive!

Comer de tudo: pensem numa pessoa que ficava com fome, mas não comia nada de muito diferente. Eu sempre fui MUITO chato pra comer. Eu não gostava de NA-DA. Não sei como eu sobrevivia... Mas aqui o buraco é mais embaixo! Ou eu comia o que tinha ou ia morrer de inanição nas primeiras semanas. Eu me forçava a comer tudo que os hosts faziam. Algumas coisas eu odiava. Mas comia! Me lembro da primeira vez que eu comi Orange Chicken e eu quase vomitei com aquilo. Era doce e salgado ao mesmo tempo... eca! Adivinhem quem ama um Orange Chicken nesse março de 2016? Pois é... euzinho.

Neve é menos legal do que parece: é bonitinho ver tudo branquinho? É! É emocionante ver neve pela primeira vez? É! É legal acordar 5h da manhã com um text dos hosts avisando que não vai ter aula por causa da neve (isso pelo menos 1x por semana durante o inverno)? Não. Não é. É legal não poder sair de casa porque seu carro atola no gelo? Hmmm... acho que não é. Ou então ficar parado no meio de uma estrada atolado na neve? Não mesmo! É... eu queria que a neve fosse super legalzinha como é no filme da Elsa...

Ser mais direto: eu olho os texts que eu trocava com os hosts quando eu cheguei e... que menino chato! Eu dava muita volta pra falar coisas simples. Respondia um textão pra perguntas em que um “sure” seria suficiente. O problema não é nem se vão me achar chato ou não, mas o que eu sentia. Eu sempre achei super cansativo isso de ter que dar um role todo pra falar um “não”, por exemplo. Isso é desgastante! Por isso, hoje, se eu te responder “sim”, “não”, “okay” numa conversa por text, não quer dizer que eu tô bravo e não te amo mais. É só preguiça de todo aquele mimimi mesmo.

Ser mais grato: olhando pra trás, nesse um ano que passou, eu vejo quantas coisas boas eu vivi; quanta gente legal eu conheci; a sorte que eu tive pra muita coisa... começando pela minha HF, que tem sido maravilhosa pra mim; meus kids tranquilos, carinhosos, compreensíveis; as pessoas que eu conheci aqui que são como minha família; as oportunidades de viver coisas, comprar coisas, comer coisas (parte mais gostosa); de ter uma cama quentinha no frio; de não precisar lavar louça, ou estender roupa no varal. São coisas pequenininhas, mas que fazem toda a diferença.

O Matheus que veio não é o mesmo Matheus que vai dar tchau pra isso tudo daqui alguns meses (ou não). O Matheus que veio pesava uns quilinhos a menos e tinha mais cabelo. Na hora de ir embora, aquelas 3, 4, 5 ou 12 malas que você vai levar de coisas materiais nem se comparam com aquela sua bagagem que ninguém vê, mas que você leva no seu coração e na sua mente.

E assim eu me despeço do Blog das 30 Au Pairs. Eu espero que eu tenha te ajudado de alguma forma nesses últimos meses como colaborador aqui do site. Sou muito grato por toda a equipe do Blog, pela oportunidade e suporte de sempre. Vou sentir falta de aparecer pra vocês todo mês por aqui.

Mas não se preocupem, porque eu não vou deixar vocês sentirem saudade de mim. Muito pelo contrário! Pra quem quiser, tem overdose de Matheus no www.ebasicamenteisso.com, meu novo blog que acabou de sair do forno. Tem post pra todos os gostos. Te vejo por lá!

Um grande abraço,

Matheus 
Share:
Matheus

Um comentário:

  1. Seu lindooo me fez chorar com esse post!!!!! Se eu faço parte dessas pessoas que vc considera familia, eu diria que Vc eh meu pai !!!! Kkkkk bjo da Lila

    ResponderExcluir