Pessoas que largaram tudo para se aventurar nesse mundão de Au Pair!

29 dezembro 2017

Au pair três vezes: loucura ou motivação?


Aos 12 anos eu tinha uma certeza na vida: queria fazer um intercâmbio! Claro, eu era muito nova e este sonho só se realizou dez anos depois. Foi muita pesquisa até conhecer o programa de au pair, ao qual eu julguei perfeito: baixo investimento, vivência com uma família americana e oportunidade de viagens.
Meu objetivo principal no primeiro intercâmbio era aprender inglês fluente.  Eu estava no último ano da faculdade de Jornalismo e participava de muitas entrevistas para trainees em grandes empresas e todas pediam o bendito inglês fluente, mesmo que os candidatos fossem ainda na faixa dos 20 anos...
Com isso, mergulhei de cabeça na ideia, corri atrás de tudo sozinha e aos 22 anos embarquei pela primeira vez na viagem que me mudaria para sempre! Fui au pair em San Diego, na California, o paraíso na terra...
Cheguei com medo, com saudade de casa, contando os dias para um ano passar voando.Mas a vida de praia, viagens, amigos e culturas novas me conquistou e, no fim vi que um ano tinha voado! Com isso, resolvi estender o programa por mais seis meses, para viver momentos diferentes. Aí fui para uma família em Long Island, NY e, amei viver uma experiência oposta. Troquei o sol, a praia e os coqueiros pela neve, a sobriedade e a intensidade incrível de Nova York, acho que foram os seis meses mais felizes. Fiz amizades para a vida naquele lugar.
No início de 2012, meu 1 ano e meio como au pair acabara e retornei ao Brasil; em um mês já estava empregada, trabalhando na área e realizada profissionalmente.
Dois anos e meio se passaram e vi que minha vida continuava a mesma coisa, eu sentia falta das viagens, da intensidade que só intercambista conhece e a rotina começou a martelar na minha cabeça. Eu tinha 26 anos, idade limite para ser au pair nos Eua e pensei, porque não? A gente só vive uma vez né?
Lá fui eu, sempre sortuda, achei uma família maravilhosa em Manhattan, Nova York, o lugar que eu sempre sonhei em morar. 
A experiência na segunda vez é bem diferente, você não se deslumbra tanto com as coisas, fotografa menos, a homesick quase não te atinge mais, você tem maturidade para lidar com os problemas e fica mais seletivo até com as amizades. Meu foco já não era aprender inglês, então eu busquei aprimoramento profissional na segunda experiência. Fiz cursos na Columbia University na minha área de Jornalismo e valeu muito a pena ( mesmo que eu tenha tirado o dinheiro do meu bolso para completar o valor do curso). Eu não viajei e nem comprei loucamente como fiz na primeira vez, preferi aproveitar outras coisas. Um ano depois, minha host de NY foi transferida para Boston e ela mudaria para Newton (fica a meia hora de Boston). Ela disse que seria muito importante se eu fosse com eles, para ajudar na adaptação das crianças. Eu não pude negar, além de amar essa família (este ano passei 20 dias na casa deles a passeio), pude viver em mais um lugar, ter uma experiência diferente e fazer novas amizades. 
Voltei ao Brasil, comecei a trabalhar, namorar e achava que essa vida de intercâmbio tinha ficado para trás, que estava super estabilizada. Mas a vida é imprevisível né? Perdi o emprego e não tinha mais motivação, queria algo novo para a vida e, quem viaja, sempre acha que deixou de viver se passou mais de um ano conhecendo um lugar novo, é muito instigante. 
Bom, eis que aos 29, quase 30, graças ao incentivo de uma amiga, eu tomei coragem para ir ser au pair na Holanda. Estou prestes a embarcar em mais uma aventura.
Claro que quando eu dei essa notícia para as pessoas elas me chamaram de maluca, que estava agindo como adolescente, que eu tinha que focar na minha profissão, etc.
Exceto pelas minhas amigas au pairs, essas sempre deram todo incentivo e foi o que me fortaleceu. Hoje minha família entende que isso me fará feliz e lá vou eu. Acho que não temos nada a perder, um ano fora não vai mudar seu rumo profissional ou pessoal, muito pelo contrário, só irá acrescentar. Um ano de viagens, passeios, perrengues, tudo que eu amo. E quem critica, é porque talvez nunca tenha saído da sua zona de conforto para ir viver.
Estou muito empolgada, mas confesso, o frio na barriga é o mesmo da primeira vez, o medo e a ansiedade sempre acompanham. Mas se as duas primeiras vezes foram incríveis, tenho certeza que a terceira não será diferente. Na dúvida, vá!



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Gabi Costa

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