Pessoas que largaram tudo para se aventurar nesse mundão de Au Pair!

23 março 2018

Um caso de amor que durou dois meses, meu "hostcat" partiu

Quando eu fiz Skype pela primeira vez com a minha host family, eles logo me avisaram que tinham um gato na casa e perguntaram se isso seria um problema, por causa de alergia, etc.

Claro que eu disse que não teria problema, mas no íntimo eu pensei: "Ah que saco, seria perfeito se não tivesse o gato!". Eu sempre amei animais, mas como nunca tive gato eu tinha um pouco de medo e desconfiança.

Cheguei na Holanda em janeiro e conheci o Kese, um lindo gatinho tigrado com olhos verdes.

Assim que cheguei, ele já foi inspecionar minha mala, fuçar nas minhas roupas, cheirar os meus pés e eu pensava: "Aah, não quero saber desse gato dentro do meu quarto enchendo minhas coisas de pêlos".

Bom, os dias foram passando e como vocês podem imaginar, aquela criaturinha foi conquistando meu coração. Como resistir à pureza e a meiguice de um gatinho?

Kese era um amorzinho, sapeca quando tinha que ser, gostava de comer saco plástico e entrava na minha gaveta onde eu escondia os sacos dele. Não podia ver uma sacola de compras no meu quarto, que já entrava, virava tudo no chão e fazia bagunça.

Ele se tornou meu maior companheiro! Nós sentimos solidão quando estamos morando fora, e como minhas crianças só saem da escola às 14:30, até esse período ficava só eu e o Kese na casa. Ele era meu companheiro de tudo, até na hora da laundry ele ficava do meu lado, se enfiando entre as pilhas de roupas.

Eu que dava comida para ele (ele pedia pontualmente com muitos miados), trocava a água, fazia carinho, conversava e abria a porta para ele ir passear. Ele amava ir passear na rua, minha vizinhança tem muitos gatos e imagino que todos sejam amigos, e como crianças, adoram brincar na rua.

Numa noite fria de março, ele se posicionou na porta pedindo para sair e eu abri para ele. Na manhã seguinte meus hosts me perguntaram se eu havia visto ele, porque naquela noite ele não tinha voltado. Meu coração apertou forte sentindo que algo havia acontecido, ele nunca havia deixado de voltar para casa espontaneamente.

Horas depois, um vizinho nos avisou que ele havia sido atropelado e morto. Para muitos pode ser besteira, mas ali meu chão caiu. Chorei copiosamente por toda a noite, e por uma semana eu chorei todos os dias.

A manhã seguinte foi a mais difícil, olhava para os cantos da casa e ele não estava, cadê ele na poltrona favorita, no sofá da sala que ele amava tomar o solzinho matinal, cadê meu parceiro de quatro patas?

Foi muito difícil seguir e, principalmente, ter que pedalar pela rua que ele fora atropelado. Achei que nunca mais seria feliz nessa casa!

Busquei os pelinhos dele na poltrona, coloquei no vaso de plantas que tenho no meu quarto e reguei. Hoje eu converso com a planta (que tem o nome dele, claro rs) e sorrio. A tristeza passou, mas a saudade e a certeza de que ele foi um anjo na minha vida ficaram. Sou grata por ele ter despertado em mim o amor aos gatos, criaturas tão especiais.

Não vejo a hora de meus hosts pegarem um novo animal, para que eu possa amar e cuidar novamente!


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Gabi Costa

4 comentários:

  1. Ahhhhhh que lindo!!! Me emocionei 😢 gatos são muito companheiros mesmo, sinto muito pela perda 😞

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    1. Obrigada querida! Gatos são muito companheiros mesmo 🐱

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  2. Nossa, até me emocionei com o teu relato! Eu amo gatos tanto que quando vejo um, já quero ir lá fazer cafuné!

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