Pessoas que largaram tudo para se aventurar nesse mundão de Au Pair!

30 julho 2018

AU PAIR | Como o programa de au pair mudou a minha vida?

Particularmente pra mim, o au pair me transformou. No começo é difícil enxergar tantas mudanças, mas hoje eu vejo o quanto eu mudei, amadureci e me tornei melhor. Parece clichê, mas independente da experiência de au pair ser boa ou ruim, você vai aprender muito sobre você. Tenha certeza disso.

Eu sempre fui uma pessoa determinada e sempre acreditei em mim. Sempre soube das dificuldades e também das minhas limitações, mas nunca deixei de acreditar em mim.

Quando ainda trabalhava no Brasil, eu me vi numa situação difícil profissionalmente e até um pouco constrangedora. Em frente de todos os meus colegas de trabalho, minha chefe demonstrou muita surpresa e indignação ao saber que eu não falava nada de inglês. Naquele momento eu me senti um pouco constrangida, por saber que eu, no meio daquele grupo de pessoas, fui a única que tive a coragem de falar a verdade (pois muito deles também não falavam inglês) sobre meu nível de inglês. Enfim, não me deixei abalar por isso, e assim que tive oportunidade comecei a estudar inglês, com o objetivo de ter mais oportunidades profissionais e também porque eu sempre amei músicas em inglês e sempre achei lindo o idioma. 

Resumidamente, depois de 1 ano e meio eu falava inglês melhor do que muitos no meu trabalho. Porém, nesse meio tempo muita coisa mudou na minha cabeça. Eu não queria mais ficar ali, eu queria viajar, praticar inglês fora do Brasil, morar fora...ter novas experiências; e foi assim que o au pair surgiu na minha vida.

Vou listar pra vocês tudo que aprendi com o au pair (na verdade tudo que eu consigo lembrar agora):

  • Eu me tornei mais independente - sempre fui independente em muitos fatores, como correr atrás do que era importante pra mim e etc, mas aqui eu aprendi como é viver sozinha, cercada de gente desconhecida e diferente de você. Essa solidão que bate no começo não é fácil. O famoso "choque cultural" também não é, mas confesso que não senti muito isso não.
  • Eu hoje enxergo o mundo e a vida de uma forma que eu nunca tinha visto antes - não tenho mais o sonho de ter muito sucesso profissional, ter dinheiro e etc. Eu quero viver bem e ponto. Sou uma pessoa simples. Ter um lugar legal pra morar, acesso a saúde, aproveitar o que o mundo tem de bom pra oferecer é o que eu desejo agora.
  • Dou muito mais valor pra minha família - hoje eu vejo quantas oportunidades eu tive de ajudar minha mãe com coisas simples e eu não fiz por preguiça e egoísmo. Não vejo a hora de poder fazer um almoço gostoso pra ela, de lavar roupa pra ela e dar a oportunidade dela descansar um pouco.
  • Aprendi a cozinhar e a cuidar de uma casa de verdade - acho que a necessidade te ensina tudo ou quase tudo nessa vida. Só minha mãe sabe o quanto eu odiava cozinhar. Tinha vontade ZERO de ir pro fogão e hoje eu adoro cozinhar. Me sinto relaxada quando estou cozinhando. Acho incrível descobrir novas receitas, fazer uma comida gostosa ou tentar imitar um prato da minha mãe e conseguir.
  • No meio do meu intercâmbio eu descobri qual é minha vocação profissional. Quero ser professora de inglês e português e também tradutora. Eu sei que vai levar um tempinho, mas eu não tenho nenhuma dúvida de que vou conseguir.
  • Meu machismo tem diminuído mais e mais - parece estranho, mas mulher também pode ser machista. Sabe por quê? Porque ter sido criada num ambiente machista me fez ter pensamentos machistas que nem eu sabia que tinha. Nunca concordei com essa história de que mulher que tem que cozinhar e arrumar a casa, mas confesso que no Brasil era o que mais eu via e cresci numa casa onde os homens não faziam nenhum serviço doméstico. Cá estou eu na Suécia, talvez o país mais igualitário do mundo, e aqui é tão normal homens fazendo tarefas domésticas; não existe brinquedo de menina, cor de menina, tarefa de menina. Aqui todo mundo cresce com a ideia de igualdade de sexo e isso é tão maravilhoso.
São tantas as lições aprendidas que é difícil listar. Daqui a pouco vou lembrar de muitas mais. Eu tenho certeza de que me tornei uma pessoa melhor e de que quero melhorar ainda mais. 

Se você está com medo de se jogar nessa aventura de incertezas que é ser au pair, eu só tenho um conselho: vá! Será a experiência mais louca e talvez mais valiosa da sua vida. Mesmo com os altos e baixos eu não me arrependo de nada e faria tudo de novo pra chegar onde estou agora.

É meu segundo ano como au pair e eu não seria, nem serei au pair de novo, porque acho que é uma fase e a minha fase tá chegando ao fim, mas desejo de coração que você encontre o seu caminho no au pair ou fora do au pair.


Boa sorte!

Por Valeska Monteiro

E-mail: vikingbrasileira@gmail.com

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Valeska Monteiro (Viking Brasileira)

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