Pessoas que largaram tudo para se aventurar nesse mundão de Au Pair!

01 agosto 2018

Tá com medo? Agarra nele mesmo e só vai!

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Oi gente linda, tudo bem? Eu espero que sim...

Queria confessar que esse texto não é recente - eu escrevi ele quando estava prestes a embarcar pro meu ano de Au Pair, porém não postei. Apesar de não ser atual, eu lembrei dele com carinho agora que completei seis meses de intercâmbio e acho que algumas pessoas poderão se identificar. Espero que gostem.  :)

Há um ano atrás, eu jamais imaginaria viver o momento que estou vivendo hoje.


Mentira. Vou corrigir: muitas vezes não só imaginava, como queria esse momento, mas era algo tão distante, tão “será?” que de fato a realidade se tornou bem diferente do que minha imaginação me fez acreditar que seria.
Hoje eu durmo e acordo com frio na barriga, agitada por fazer planos no escuro, por não saber o que esperar desse futuro, desconhecido. Logo eu, regrada, pessoa que não corre riscos e que sempre preferiu andar em solo firme, territórios conhecidos, zona de conforto. Este está sendo o maior dos desafios!
É como se 24 horas por dia eu estivesse naqueles 60 segundos de subida da montanha-russa que eu tanto relutei em ir. Gosto de lembrar dessa história quando sinto medo...

Estava eu no parque de diversões com as minhas amigas, e só de imaginar que elas iriam me obrigar a ir na nova montanha-russa, meu estômago dava uma volta. Eu não tinha problemas em ir na antiga...ela é normal, fechadinha, os pés encostam no chão, é lenta e não tem tantos loopings - e eu já a conhecia, tinha ido mais de dez vezes. Mas a nova era aberta, sem carrinho e invertida: os trilhos ficam sobre a cabeça e os pés literalmente pendurados, soltos no ar, passando por 5 loopings a 100km/h. Apresento-lhes a FireWhip:

Firewhip

Gente, eu estava tão apavorada, sério! Entrei na fila só pra satisfazer minhas amigas, mas crente que quando chegasse nossa vez eu iria zarpar dali. Doce ilusão, haha. Não vou dizer que elas me obrigaram, literalmente, porque ninguém obriga a gente a nada né. Acho que eu mesma me forcei a ir, vendo que tinham criancinhas de um metro e meio, provavelmente com ⅓ da minha idade saindo, plenas, pela porta de saída.
Ainda posso sentir o que eu senti no portãozinho do vagão, antes de sentar. Ele abriu, eu sentei, fechei a trava de segurança e conferi 1634 vezes se estava bem presa.
Cada segundo que passava eu pensava “ainda dá tempo de desistir, bora?”. Mais um segundo e “por que tô fazendo isso?”. E fiquei nessa até o operador apertar no botão verde e o carrinho começar a andar. Agora não tinha volta. A menos que eu começasse a gritar, passar mal e fazer escândalo - o que não era uma opção pra mim.
Ao invés disso, fechei os olhos, segurei firme, cruzei os pés (não queria ter a sensação de eles livres no ar) e pensei “logo acaba!”. Na primeira descida minha boca soltou um grito involuntário, não pude controlar, mas me fez relaxar um pouco.

Em resumo, passei o percurso inteiro de olhos fechados e pés cruzados, apenas sentindo ser jogada pra cima e pra baixo, sem querer ver o caminho que o carrinho ia percorrer ou quando seria o próximo looping. E aí acabou. Resultado? Eu não morri! Eu completei o desafio e eu gostei! Mas foi como se eu não tivesse estado lá! O fato de estar com os olhos fechados me impediu de aproveitar o momento de verdade, de literalmente enxergar que eu estava ali, vivendo aquilo. Olhei para as minhas amigas e disse “vamos de novo!”. Elas se divertiram com a minha bipolaridade e entramos na fila de novo, claro.

Dessa vez estava ansiosa, com frio na barriga, óbvio, mas estava animada e não apavorada. Com olhos bem abertos e os pés soltos, a subida foi maravilhosa! O dia estava lindo, sol brilhando e se podia ver a praia lá de cima. Como eu não quis ver isso antes? Quase me distraí, e aí...desceu. Uou! Adrenalina a mil, vento forte, sobe e desce, 1,2,3,4,5 loopings e meu sorriso de orelha a orelha. Eu ESTAVA lá, e foi demais! Mas foi tão demais, que quando saímos eu entrei na fila para ir de novo…

Nem senti mais vontade de ir naquela antiga, com os pés no chão do carrinho. Até fui, porque queria aproveitar ao máximo o ingresso do parque (rs). Mas posso dizer que não senti emoção; aquilo já era pouco pra mim. Queria meus braços e pernas soltos no ar, velocidade e queria virar de cabeça pra baixo não uma, mas várias vezes!

Alguma coisa mexeu comigo naquele dia...talvez fosse o impulso causado pela adrenalina, mas cheguei em casa, abri meu e-mail e enviei os papéis para a agência de intercâmbio.
Agora, definitivamente minha vida viraria de pernas pro ar…

Até breve. Com carinho,
Dai ❤
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Daiani Tobaldini

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