Pessoas que largaram tudo para se aventurar nesse mundão de Au Pair!

25 janeiro 2016

É tempo de...

Divertir-se!!
Seja lá o que for, pra mim, pra valer a pena tem que ser divertido ou encantar! Tem que faltar ar, gritar ou sorrir e gargalhar. Se não for assim, não me serve, eu canso, me irrito, me deprimo, largo tudo e desisto.



E no meu ano como au pair eu me diverti. E quando acabou eu pensei em ir de novo, mas não fui. Por vários motivos. Eu escolhi ficar e aproveitar a minha família, e não ir e curtir outra.

Mas vou contar uma coisa aqui hoje: saudade dói. Saudade aperta e puxa e maltrata. 
Porém, vou te contar outra coisa: saudade quer dizer que algo bom aconteceu! 

Esses dias aí, num dia super ensolarado e bem quente digno de verão brasileiro, eu estava num almoço me achando um peixinho fora d´água e me lembrei do dia que cheguei lá em Munique. E eu fiquei com saudade da sensação daquele dia inteiro. Era quarta-feira e eu não sabia definir se estava perdida por causa do fuso horário, do alemão que todos falavam ou o cinza do céu em plena primavera. 

Ao desembarcar com minha mala, avistei meus futuros filhos postiços e a mãe deles atrás da cordinha da porta de saída da sala de desembarque. Soltei um "Hallo" tímido e desajeitado e abracei e beijei os três! A conversa já continuou em mímicas, quando me perguntaram como foi o voo e eu quis contar que me assustei quando o avião arremeteu antes de pousar. Durante a viagem de Munique até a cidade, a conversa foi um pouco mais fácil. A mãe me perguntava da minha vida, eu contava, e ela contava da deles. E eu olhava pela janela, pra estrada, e ao mesmo tempo em que estava maravilhada por ter ido tão longe, chegava a me perguntar que maluquice era essa que eu tinha inventado!?

Mas eu adoro maluquices e elas são minhas e só minhas. São essas minhas maluquices, essas aventuras que eu invento que me deixam lembranças maravilhosas para eu usar no meu Feitiço do Patrono. Geralmente quando eu me pergunto "o que eu fui inventar de fazer?"eu sei que tá valendo a pena. Quando levei minha irmã pra Islândia, foi ela quem me fez essa pergunta; tadinha, ela quase congelou de frio numa noite em que fomos à caça da Aurora e topamos com uma tempestade de neve no caminho. 

Ao chegar em casa com minha nova família ja era quase meio-dia, e a mãe postiça me perguntou se eu queria dormir. Claro que eu queria! Mas eu disse que não, se eu dormisse naquela hora não dormiria à noite. E assim, ela me mostrou a casa, instalamos meu computador e conectamos na rede. Ajeitei minha mala no quarto. As crianças me contaram como ajudaram a montar meus móveis, e o pequeno me mostrou as figurinhas de jogar de futebol que estavam coladas na minha cama.

Almoçamos e à tarde a mãe ainda ficou em casa, e eu ia pra lá e pra cá, perdida sem saber o que fazer!

Mas eu não estava perdida-triste, estava perdida-alegre-empolgada! Dois dias depois eu conheci o pai das crianças e o filho mais velho deles, e nesse dia a janta foi sushi. Eu não me lembro se falei algo durante o jantar. Eu tirei fotos. Pedi para o garçom tirar uma foto da nossa mesa de seis pessoas! E era o meu primeira dia na Alemanha e eu já consegui me entender com uma família inteira e um garçom! Foi uma sensação super deliciosa e eu senti que podia fazer qualquer coisa! 

Era um lugar diferente, com pessoas diferentes que não me conheciam e não falavam meu idioma. E eu estava adorando tudo isso! Ao mesmo tempo que era amedrontante era extasiante! Ao mesmo tempo que eu chorava de saudade da minha vida brasileira eu ansiava por aquela novidade toda! 

Por essa sensação e tantas outras, eu penso em outra maluquice. Mas logo paro e desisto, por vários motivos.Em um livro que estou lendo tem um trecho que define quase que exatamente esse momento desconfortável e indeciso:

"A única coisa mais inconcebível do que ir embora era ficar; a única coisa mais impossível do que ficar era ir embora. Eu não queria destruir nada nem ninguém. Só queria sair de fininho pela porta dos fundos, sem causar alvoroço nem consequências, e depois só parar de correr quando chegasse à Groenlândia".
(Livro "Comer rezar amar", de Elizabeth Gilbert)

E o ano tá só começando.. cheio de novas oportunidades e ideias e aventuras...
Se o segredo é aprender a dançar na chuva, vamos então tirar os sapatos pra não escorregar.
Divirtam-se, pessoas!




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Mel SSchiewe

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