“Hello everybody, so glad to see
you!"
Qual au pair que
nunca escutou ou nunca ira escutar esse música?
Eu sou a Debora, sou paulista, paulistana e São Paulina! ¼ de
século em minha vida já se passou. Tive uma infância de verdade, brinquei na
rua, fiz comidinha com frutinha roubada na árvore do vizinho, brinquei de
boneca e também quebrei dedo jogando bola. Videogame nunca fez parte de minha
vida, e até hoje sou péssima com isso.
Aos 10 anos, já pedia para o meu pai me levar para a Disney, mas é
claro que a gente não tinha condições de nem ir para um lugar diferente que não
fosse para o Sul de MG, onde temos parentes. Mas aquele sonho sempre ficou na
cabeça. Mais ou menos aos 12 anos, minha mãe comprou uma máquina de bordar, mas
todos os manuais eram em inglês, um belo dia eu falei pra ela: Por que você não
me coloca no curso de inglês, aí eu posso ler esses manuais pra você (como se
fosse rápido e fácil). Mais uma vez o dinheiro era um empecilho. Não sei se foi
destino ou sorte, mas um vizinho resolveu dar aulas de inglês e ele tem uma
filha, que na época tinha uns 17 anos, que iria dar aulas de inglês para
crianças (ops, eu era já pré-adolescente) e eles vieram oferecer os serviços
para meus pais: “Então, se vocês colocarem a Debora e o Danilo (meu irmão) a
gente faz um desconto”. Ok, e assim começou a minha saga estudando inglês. E me
apaixonei... Fui lá e juntei minhas moedinhas e comprei a fita do Titanic
legendada, lembro até hoje a carinha da minha vozinha de decepção que teve que
assistir 3 horas de filme legendado. A música também foi minha aliada! Gostei
tanto que fiquei razoavelmente boa no negócio. No terceiro ano do ensino médio,
a professora de inglês me deu a única nota vermelha, porque ela não gostava de
mim! O motivo? Os alunos preferiam tirar dúvidas comigo do que com ela!
Em 2006, eu comecei minha faculdade e arrumei meu primeiro emprego
como recepcionista bilíngue de um prédio comercial. Em meio de conversas, uma
das meninas ficava falando, ah que não sei o que da minha casa em Chicago, não
sei o que em Chicago, e eu me perguntava, como assim? Perguntei pra outra menina...
como assim ela morou em Chicago? Eis que veio a resposta... ela foi Au Pair! Au
o que?
Passou-se o tempo, mudei de emprego e estava cansada de minha
vidinha monótona, e num sábado a tarde de tédio, resolvi jogar no google, AU
PAIR! E assim começou a minha saga, com uma pesquisa no google... ai o resto da
história sabem como é, procurar agência, ser contrariada, ser apoiada,
preencher papelada, juntar dinheiro (que até com sapato furado eu fui
trabalhar) fazer match, tirar visto e so on.
Fiz o match com uma família de Washington DC, eram 2 kids: 1 e 2
anos e meio. No começo eu achava que era normal o que eu estava sentindo (muita
homesick e minha tia avó morreu 2 semanas depois que eu cheguei), as tarefas
que minha host mandava eu fazer, mas depois de um tempo, comecei a pensar que
minha vida não era nada parecida em comparação das meninas que embarcaram
comigo. Eu tinha que levar o menino pra escola de ônibus, levar a menina junto,
não podia tomar o leite que estava na geladeira, deixei claro que não gostava
de uvas passas e o único pão que tinha na casa era lotado de uvas passas, e
sim, foi rematch.
Chorei, sofri, então pedi para vir embora! Minha LCC pediu para
que esperássemos até uma quinta a noite, se não ela compraria a minha passagem
de volta. Eis que na quarta recebi uma ligação e não consegui pegar! Chequei a
caixa postal e era minha ex-host dizendo que queria me conhecer! Senti-me ótima
desde o primeiro dia que fui fazer um teste com eles (detalhe: a distancia
entre uma casa e outra era só de 2 quadras) e fizemos o match! Daí em diante,
meu ano começou a valer a pena! Tão valeu a pena que fiquei mais 6 meses com o meu lindo que tinha 18 meses quando eu cheguei. Me apaixonei pela
família, pela cidade e pelo meu baby, of course!
Eramos tão iguais, tanto na aparência como na personalidade, que
todo mundo pensava que era meu filho! (Isso pode produção?) Uma vez
uma mulher no mercado falou: “How amazing you look like each other!” e eu
respondi: “It´s really amazing, because I’m the nanny!”
O adeus foi muito duro, porém necessário. Voltei para o Brasil no
começo de 2010, voltei a estudar, arrumei emprego, depois consegui o emprego
dos meus sonhos, e tenho uma amiga do meu trabalho que um belo dia veio me
perguntar como foi, como fazia e acrescentou: Você pode voltar, vamos comigo? Parei,
pensei e falei, vou com você!
E assim estou! No meio do meu processo de RETURNING AU PAIR!(você
tá ficando louca?) Entreguei o application ontem na Experimento (não quis mudar
de agência) e vamos ver no que vai dar!E sim, não tenho dinheiro pra passar
mais que 15 dias nos EUA, por isso vamos limpar bunda de criança again! Dessa
vez estou mais tranquila, com mais experiência (digamos, idade) e vou fazer
muitas coisas diferentes do que na primeira vez, o que? Eu não sei, quando eu
descobrir eu conto pra vocês.
Então, essa sou eu, um pouco da minha história e todo dia 19 eu
estarei aqui pra contar as minhas novas e velhas experiências desse mundo de Au
Pair e espero poder ajudar de alguma forma, e fazer novos amigos!
See you soon! =-)
Gostei do seu post Débora!!
ResponderExcluirMuita sorte no seu segundo processo!!!
Beijos!
Linda história, adorei ler. Sério que você também sofreu porque os amigos preferiam tirar dúvidas com você? Achei que era a única sortuda a passar por isso haha Coisas da vida. Parabéns, anseio pelos próximos posts!
ResponderExcluirObrigada Celis! Eu tbm achava que era a única!!! Temos coisas da vida em comum né! Bjos!!!
ResponderExcluirQue legal... Quero muito saber como vai ser. Já fui au pair e to pensando em ir de novo (já li tanta coisa na internet sobre voltar de novo como au pair, muita gente falando mal). Vc está voltando pra mesma família? Vou ficar acompanhando sua história... Voltei em julho do ano passado, ou seja, tenho até janeiro do ano que vem pra decidir, correr atrás de tudo e embarcar em julho... Mas e o medo de abandonar minha vida aqui... Bjs e boa sorte
ResponderExcluir