Pessoas que largaram tudo para se aventurar nesse mundão de Au Pair!

17 novembro 2015

Alguns conselhos que eu queria ter tido:

Levei 5 anos planejando para ser Au Pair e mesmo assim, com todos os blogs lidos, todos os conselhos que outras pessoas me deram, todos os skypes com Au Pairs da época não foram suficientes para me preparar pra a roller coaster que foram meus dois anos no programa. 

Publiquei algumas experiências sobre a escola de treinamento no meu blog e acho que a parte que explico sobre o banheiro, por exemplo, não tinha visto em nenhum outro blog até então. Nunca explique, porém como foi meu convívio com as 5 host families que tive e posso dizer, com certeza, que, apesar de ter tido 3 rematches, e só ter parado por mais de 3 meses na primeira e última famílias, todas as boas experiências também vieram convivendo com elas.

Aqui vão alguns conselhos pra quem tá em qualquer etapa do processo, inclusive quem já terminou ou está prestes a terminar:

1. Confie em sua intuição
É normal estar ansiosa, é normal querer ouvir opiniões, mais normal ainda é procurar conselhos com quem já está no programa, mas nada melhor que ouvir a si mesma. Parar, ponderar, decidir sozinha o que é melhor pra você.

- Aconteceu comigo: desde que vi as fotos das crianças com a primeira família com quem morei, sabia que tinha alguma errada com a menina. Não deu outra! A menina era desequilibrada, ainda não ia ao banheiro sozinha aos 4 (quase 5) anos de idade, não sabia usar uma tesoura, não se esforçava para fazer os exercícios da escola. Ela foi meu estresse maior.

2. Não confie na sua host family
Eles não são sua família, eles são seus patrões. Por mais que você esteja confortável na casa deles, a casa é deles e vocês só moram juntos porque um contrato os uni. E ponto.


- Aconteceu comigo: na primeira e na quarta famílias eu acreditava que tinha um relacionamento bacana com as mães, mas, no final das contas, elas não gostavam tanto assim de mim e decidiram que, porque não aceitei ser mãe de filho dos outros e não escondia que os filhinhos delas não eram nada perfeitos, entramos em rematch.

3. Você deve ser respeitada
Não importa seu credo, sua religião, sua cor, seu status social, seu sexo, você deve ser respeitada em todos os âmbitos. Não se conforme com tratamento medíocre ou "destratamento". Claro que, antes disso, respeite.
imagem usada fora do contexto feminista
- Aconteceu comigo: cuidei de adolescentes quando morei com o primeiro single dad e ouvia muitas coisas desrespeitosas do moleque (casal de gêmeos), MUITA COISA. Decidi não contar nada e me arrependo até hoje. Foram os dois meses mais difíceis em relação a tentar me relacionar com outro ser humano. Nunca me senti tão menosprezada.

4. Privilegie sua individualidade
Seu quarto, suas coisas, seus planos, seus méritos. Goste, em primeiro lugar, de você. Eles não tão nem ai pra seu conforto. Sabe por que? Porque a casa é deles, então tem que tá confortável pra eles. Falo em relação a tudo! Schedule, horários de folga, exigências sem-noção que algumas família fazem (ter que jantar todas as sextas/os sábados a noite, obrigatoriamente, com eles? A vá! #vátomarnocu), planos pessoais, saber do seu weekend de folga com antecedência...

-Aconteceu comigo: a mãe na primeira família não me dava espaço "pra onde vai? com quem?", batia na minha porta se eu não saia do quarto no final de semana. Na terceira família, a mãe era uma controller freak e contava quantas uvas eu colocava no lanche da menina, e quantas almôndegas iam no espaguete. Na quarta família não tinha privacidade alguma, a porta do meu quarto não tinha tranca e não tinha nem guarda-roupa direito, porque o quarto original destinado a nannies/au pairs tinha sido dado para o caçula porque, aparentemente, uma criança de 7 anos precisava de uma quarto maior para dormir... além de ter que trabalhar nos finais de semana pra completar as 45h, mesmo que isso significasse 10h no sábado e 10h no domingo (eles só chegavam em casa às 3pm, e ela chegava às 7-9pm), e a poha da folga era na segunda!

5. Priorize!
Parece brincadeira, conselho antigo/sem sentido, conselho de mãe pegando no seu pé, mas não é. O que você quer fazer aqui? Quais suas metas? Curtir? Viver? Casar? Estudar? Não faça planos a longo prazo, mas faça. Depois que fizer, foque e se esforce para seguir em frente. Mudanças são possíveis e algumas vezes necessárias. Não se fixe no plano, mas tenha um! Pelo menos UM!
-Aconteceu comigo: Eu não tinha planos quando vim pra cá. O único plano que dia era sair de onde estava. Os meus fantasmas me acompanharam, pra dizer a menor das coisas que me seguiram e meus primeiro meses não foram apenas sofridos, mas foram martirizantes, porque não me encaixava nessa vida de au pair (e ainda acho que não me encaixo) e sofri todos os dias durante um bom tempo. Depois que superei o mimimi, consegui planejar algo pro meu segundo e consegui cumprir: cuidar de mim, ser feliz, me pôr em primeiro lugar e, literalmente, não tá nem me lixando para os problemas familiares da família que não é a minha.

No mais, ladies, #SucessoPraNós! Sempre! Cada umã que entra nesse programa tem uma experiência diferente, cada uma terá uma visão diferente antes, durante e depois. Eu não tive uma boa experiência como Au Pair, mas faria tudo de novo! Os perrengues e situações que passei fizeram de mim a pessoa que sou hoje: ainda mais forte, ainda mais mulher, ainda mais humana.


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