Pessoas que largaram tudo para se aventurar nesse mundão de Au Pair!

Inserir ou não o Au Pair no currículo?

O que as empresas precisam ultimamente é de gente inteligente e que aprende rápido. E esse tipo de habilidade nós, au pairs, temos de sobra!

Au Pair na Europa

Você tem mais que 26 anos? Não tem CNH? É casada ou tem filhos? Ou também não tem como comprovar sua experiência com crianças? Talvez fazer o programa de Au Pair na Europa seja uma boa alternativa pra você.

Agências para os Estados Unidos

Tudo sobre diversas agências que fazem o programa de Au Pair para os Estados Unidos.

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17 janeiro 2016

Diário de uma chegada

Em casa há #10 dias
Sem palavras pra explicar o segundo misto de emoções que é estar de volta ao ponto onde tudo começou. O mesmo aeroporto, os mesmos olhos de meu pai com um sorriso enorme. As vozes que antes eram só vozes-ao-telefone, agora tinham forma, corpo e expressões faciais e as risadas escandalosas estavam fora de casa. Foi bom voltar, mas é estranho estar de volta.

Os buracos das calçadas estão no mesmo lugar e algumas árvores foram cortadas, algumas ruas que eram contra-mão não são mais e outras que não eram, agora são. A promoção sorvete-pela-metade-do-preço ainda existe todas as segundas. Os bebês do condomínio estão jogando bola no campinho em frente ao prédio. A baiana do acarajé agora paga aluguel do ponto que é dela há muito mais tempo do que eu me entendo morando aqui. Está quente e não sei se está quente porque eu voltei no início do inverno nos EUA, ou se é porque estou na Bahia e esse verão está de matar mesmo.

Fui mudada temporariamente de quarto e estou dormindo no quarto dos meus irmãos, enquanto a mobília do meu antigo quarto é toda novinha e o colchão é do jeito que gosto: duro. haha sair de casa durante esse tempo acho que fez bem pros meus pais, afinal, tá tudo novo dentro de casa. Agora tem lustre e estante e novos lençóis, mas aqueles de quando eu era pequena ainda estão aqui.

As coisas não mudaram tanto. Meus pais continuam daquele jeito que todo pai e mãe é: meio estranhos, meio amorosos, meio cuidados demais, e depois falam que você é adulta e que tem que dar conta disso e disso e daquilo outro. A lua de mel de minha chegada durou poucas horas, mas valeram à pena.

Meus amigos não sabiam que eu estava voltando antes do Natal, então foi uma surpresinha a cada dia, em diferentes casas, visitando diferentes pessoas. Foi bem legal :D

Ah! Coisas que não contei no outro texto porque resolvi dormir:
- Sobre o meu cartão: sim, estava bloqueado, mas GRU é um sonho na vida de uma viajante e tem agência do BB lá e resolvi tudo logo depois do almoço com os pais do Alan, Au Pair que voltou comigo.

- Sobre as malas: Cês sabem que burrei e esqueci de pedir a agência meu destino final aqui na Bahia, né? Daí não pude usufruir da franquia de bagagem internacional no meu voo doméstico o que, graças a Deus foi resolvido bem rapidinho: despachei 30kg (um mala mais e uma caixinha de livros) pelos correios, gastei menos da metade do que gastaria pagando o excesso à companhia aérea e chegou em 5 dias úteis.

- Sobre malas abertas: chegou tudo! Tudo tudo, sem nem remexer nada dentro.

- Sobre 3 itens de mão: eu acho que porque minha carry-on era uma malinha sem ser de rodinha, eles barraram, mas foi assim: no despache de malas eu passei com 3 itens, mas na hora de entrar na aeronave, acabou que tive que despachar a malinha de mão, mas sem tarifas adicionais. Daí foi tudo lindo e feliz. ah! Eles me deram a opção de qual bagagem despachar e de, óbvio, transferir itens de uma mala para outra.

- E o ukulele? Chegou lindo, perfeito e sem danos! Só um pouco desafinado, mas duvido que tenha sido só o balanço da aeronave.

- Sobre viajar Internacionalmente de TAM: divino! Mesmo sendo classe econômica achei o serviço bem legal. Com janta e café da manhã, a equipe é normalmente bem animada e hiper prestativa. Gostei e indico. Se você puder fazer upgrade para classe executiva ou primeira classe, também recomendo. Motivo simples: espaço para as pernas. haha

Em casa há #21 dias
Deus sabe que esses mês voou. Natal foi em família e depois visitei meu irmão e minha cunhada na casa nova, depois ainda fui na casa de um amigo onde ficamos, eu e meu irmão do meio, até às 5 da manhã papeando e bebendo vinho e repetindo a ceia às 4 da manhã. Acordei umas 9 e fui pra cidade vizinha visitar amigos e curtir uma praiazinha bem de leve com direito a água de cocô e ver a lua cheia nascer sentada no murinho do orla, ouvindo um amigo de um amigo (haha) tocar Natiruts no violão. Mágico, deu pra ver, né? No fim do dia, depois de ver a Lua, comer pastel frito e escondidinho de carne, fomos a uma boate local. Lotada, claro! Mas foi bem legal não ouvir o tutitutitu de sempre de lá nos EUA.

E dias se passaram e chegou o meu tão apreciado Reveillon. No dia anterior fui ao show de Saulo Fernandes com uma amiga (que nos conhecemos somente há 21 anos!), e no dia seguinte ela voltou pra casa e eu continuei por lá, na cidade vizinha, afinal, iria encontrar com meus pais e passaríamos a virada juntos. #sqn. Não sei porquê ainda me engano acreditando nos planos dos meus velhos. Eles sempre dão pra traz. Ou quase sempre. Como eles avisaram muito tarde, meu plano B foi por água abaixo, mas graças a Deus que o plano C foi bárbaro. hahah E vi a prainha do Cristo colorir com os fogos de artifício. Toda a avenida iluminada. Outro momento encantado.

E os planos pra 2016 são simples e serenos: Permanecer bem comigo mesma e caminhar sempre em rumo do meu bem e do meu bom. A caminhada é sempre válida :D e a minha está tomando o rumo de outro curso universitário. E #vamoquevamo que esse bando de 18 anos que estão fazendo o ENEM podem estar mais frescos que eu, mas eu terei sempre o que eles vêm construindo: maturidade, foco e, acima de tudo, experiência.

E este mês, depois de 2 anos e bolinha publicando no Blog das 30 Au Pairs, me despeço não apenas do programa, mas também da equipe do Blog. Fechar um ciclo é não deixar arestas abertas e carregar consigo a experiência do processo e trarei comigo toda a fantástica experiência de ter uma equipe 100% virtual, mas que, fazendo o possível, dá conta de administrar todo o processo de publicação que nestes últimos tempos tem estado nas mãos da linda Debora Oliveira. Grata por toda dedicação, Debora! Você é dez! E o Layout lindo do blog? Grata, Isa.

Ainda é tempo de celebrar, concordam? Afinal, são apenas 18 dias de um ano lindo e promissor! Façamos o nosso ano! Não deixemos nossas escolhas à mercê dos outros. Tomemos as rédias de nosso caminho, compasso e destino. Realizemos nossos sonhos e tenhamos coragem e força pra sonhar sempre um pouco mais e que possamos conquistar um pouco mais daqueles desafios que antes eram enormes. Superemos medos! A vida é muito curta para que tenhamos tantos medos! Vivamos hoje! Amanhã? Bem, amanhã a gente vê o que faz :)

#SucessoPraNós

Ontem, hoje, amanhã e sempre.

"Eu te desejo a sorte de tudo que é bom!"


Gabriella Almeida
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17 dezembro 2015

Diário de uma partida

(em 26.10.15, #51dias)
Misto de emoções. Tudo que consigo escrever. Prometi que escreverei esse post aos poucos e sempre que bater aquela vontadezinha de contar um pouco a mais eu volto aqui, com data e tudo, pra dizer como é que foi isso de voltar ao Brasil depois de quase 2 anos fora de casa um parágrafo por vez. Ontem arrumei minha caixa de lembranças do meus anos, hoje arrumei alguns documentos, em breve começo com as malas. ai-ai-ai, voltar tá complicado quando a gente põe na calculadora quantos dias faltam.

(em 03.11.15, #44dias)
Hoje decidi que não vou levar muitas roupas que tenho aqui. Nunca fui apegada demais a roupa nenhuma e como estou voltando ao Brasil por tempo indeterminado, estou me esforçando para levar na mala apenas o que importa porquê: A) não quero pagar excesso de bagagem; B) não tô afim de ir pra DC pra pegar aquele atestado de residência, ainda mais que morei em 5 endereços diferentes; C) como mudei muito, não tenho muitas roupas e as poucas que tenho estão bem batidas. Uma decisão meio louca é que vou levar meus casacos mais pesados de frio, foram caros e eu pretendo usá-los bem em breve.

(em 18.11.2015, #30dias)
Ontem tive um meltdown daqueles. Liguei pr'um amigo e implorei por chocolate e sorvete, com direito e lágrimas e dúvidas e contemplações e inseguranças. Em 28 dias deixo os EUA e em 30 dias estarei em casa! O que eu penso?! Bem, reconheço que já vivi o que tinha de viver no programa, mas não estou pronta pra deixar este estilo de vida que vivo daqui e voltar pra cidade onde meus pais moram. Estou morta de medo do desconhecido e do incontrolável, se terei emprego, se vou conseguir passar no teste de inglês do mestrado, se vou conseguir me adaptar, se meus amigos ainda são meus amigos, do que me mudei e as coisas continuam no mesmo lugar... pra piorar ainda estou no TPM. #pqp

(em 06.12.2015 #12dias)
Pensei várias vezes em voltar aqui e reportar como estava me sentindo. As emoções são tantas e os pensamentos foram tão avassaladores que pôr a cabeça em ordem foi complicado. Foi? Não, não. Tá sendo. Como resolvi me desapegar e deixar/doar as roupas e coisas que sempre posso comprar no Brasil (e em qualquer outro lugar do mundo), terei uma mala de memórias e souvenirs e sapatos, que já está pronta e outra com os quase-nada que estou levando, que vou fazer um dia antes de embarcar. Quando tiver o peso certinho eu posto. Qual a sensação? Tô angustiada, desesperada, triste, feliz, emocionada, contente, triste de novo, chorona, reclamona, TPM nível 11 (numa escala 0-10), não dormo bem, como pouco e, na maioria das vezes, porcaria (pipoca, macarrão, chocolate, litros de água - o que não é porcaria - e... é isso que estou comendo ultimamente, além das visitas ao Chick-fil-A que estão mais frequentes). 

Essa coisa de ter mudado várias vezes, agora, no final de todo esse desespero, é um lado bem positivo. Não tenho apego às roupas, aos sapatos, às bolsas como tinha antes. Aliás, consigo contar quantas peças estou levando e, muito provavelmente, não vou usar a franquia de bagagem permitida no voo internacional (2 malas de 70lb/32kg). Como tenho outro voo de GRU pra minha linda Bahia (terra de todos os Santos, encantos e Axé haha), vou mandar uma mala por correio e levar a outra comigo. Isso tudo porque esqueci de pedir a agência que marcasse meu voo final pra Bahia, mas as coisas vão bem ainda assim.

Estou preocupada com gastos extras. Meu cartão do Brasil não uso há dois anos e não sei se ainda está ativo ou se a agência já considerou como conta inativa. Isso me preocupa por não saber se posso usá-lo quando pousar em GRU, afinal vou ficar por lá por um dia inteiro antes de meu destino final. Estas últimas semanas me dediquei a curtir os amigos que fiz aqui, os momentos, as curtições, as pequenas festas e etc, então lhes garanto que o que juntei aqui não dá pra render um saldo surpreendente quando pousar lá hahaha.

Quanto ao fim do programa... cara! Como tô feliz em poder dizer "missão comprida, mas cumprida!". Se eu tivesse que embarcar de volta ao Brasil imediatamente depois de todos os rematches/mudanças voltaria depressiva, desanimada e sem brilho. Voltaria semente infértil, acredito. Conseguir um lugar pra chamar de meu, um cantinho que sei que posso voltar e conhecer uma família legal, normal, sem firulas... normal! hahaha me faz ter esse sentimento de que as coisas tinham que ser como foram e passar por cada situação foi necessária. Resiliência é um termo muito na moda ultimamente, e acredito que reconheço que meu nível de resiliência subiu um degrauzinho. ;)

Finalizar o programa assim também me traz outros sentimentos: autoconfiança, autoestima. Valorizar minhas pequenas realizações - ser mais eu, admitir e aceitar que sou "diferente" num mundo de tantos "iguais" e que sempre serei "a estranha" porque tenho sonhos e objetivos diferentes, pois vejo realização maior em viajar, curtir, brincar, descobrir e me encantar com o novo do que sentar horas a fio numa cadeira investindo tempo-de-vida num tempo-futuro que é incerto ao invés de batalhar para sustentar a única coisa da qual posso ter certeza: AGORA. "O que posso fazer por mim agora?" é o que me pergunto todos os dias e a resposta é diferente a cada dia.

(em 10.12.2015, #8dias)
Em 6 dias chego ao Brasil, em 8 dias chego a minha linda e acalorada Bahia. Deus seja comigo, pois minhas pernas estão curtas e meu coração parece não querer repousar. São 10:23pm e nem sinal de sono pra tentar colocar a cabeça pra descansar.

As malas estão todas prontas. Estou levando um total de duas malas grandes, um mochila, um ukulele e uma carry-on. Organizei uma mala com todas as tranqueiras e coleções de objetos e papeis que fui acumulando durante os anos e outra apenas de roupas. Como a de roupas tá bem murchinha, semana que vem, antes de embarcar vou balancear o peso pra não ficar uma mala hiper pesada e a outra pela metade. Estou levando a mochila como "bolsa", minha carry-on e meu uku comigo na aeronave. Tomara Deus, tomara que possa levar tudo comigo, não quero despachar meu uku no porão porque tenho medo de voltar quebrado.

Tenho lido bastante, escrito um pouco, comido muito, ainda não chorei haha tenho buscado viver devagar. Há esse sentimento de que "acabou e agora é só esperar chegar no Brasil". Esse é um sentimento ruim quando penso que, além de ler, meus dias se resumem a aconchegar no sofá com o cachorro, comer, beber e dormir. Sinto que essa semana está bem improdutiva, mas creio que seja normal, afinal, não tenho grana pra esbanjar. 

(em 15.12.2015, 24h antes do voo pra GRU, #3dias pra chegar na Bahia)
Malas prontas, coração miudinho de me despedir do "meu quarto", dos amigos, das parceiros de balada. Ontem um amigo (amigo!) cozinhou pra mim e ficamos bestando até umas 9 e tiquinho porque hoje ele tinha que trabalhar. Hoje marquei com uma amiga de irmos tomar um café e tricotar por mais uma manhã antes de voltar pro Brasil. Um outro amigo vei passar a tarde comigo e daqui umas horas uma outra amiga vem me ver.

Amanha logo cedo a nova babá chega. Ela não é Au Pair, é americana mesmo e foi a melhor decisão que meu host poderia ter tomado. Meu voo é somente a noite, mas pela manhã o Au Pair que conseguimos pegar o mesmo voo vem me buscar, pois meu host está viajando.

Comprei algumas lembrancinhas de Natal pra eles e tô deixando em cima dos travesseiros. O que eu ganhei? Bem, um muito obrigado e uma carta toda rabiscada dizendo sentiremos sua falta. E a vida segue.

(em 16.12.2015, 2h antes do voo pra GRU, #2dias pra chegar na Bahia)
Então! Coisas de Gabriella. hahaha esqueci de pôr um locker de segurança nas minhas malas. Coisa boa é que ambas estão com peso inferior a 55lb. Como eu consegui? Desapeguei. Sabe aquelas peças de roupa que ficaram no armário por meses? ou ainda aquelas que você usou tanto, mas tanto que quando se deu conta elas já eram parte integrante da sua pele. haha Desapeguei de roupas, sapatos, maquiagem antiga, espelho velho. Desapeguei do celular velho, do meu homework organizadíssimo do college. Desapeguei. Chegarei em casa com malas "vazias", repletas de esperanças para uma próxima aventura.

(em 16.12.2015, em GRU há 7h, 15h antes de chegar na Bahia)
Logo no avião, saindo da conexão em Orlando foi aquele burburinho de gente falando em português. Dá uma sensação boa e ao mesmo tempo assustadora. Mas estou aqui e cada passo que dei dentro de GRU foi uma confirmação do que já sabia: estranharia o vuco-vuco sem rumo de gente. Ninguém anda em linha reta, ninguém caminha ou do lado esquerdo ou do lado direito, caminham por onde há espaço. Na hora do almoça um restaurante estava anunciando R$6,39 por 100g de comida. Sério? Achei louco os preços. Paguei quase 6 reais nunca garrafinha d'água. Ok, ok, estou dentro do aeroporto, mas ainda assim... assusta.

Já tenho reserva no hotel e devo fazer check-in às 8pm. Só volta a escrever da Bahia. Aguenta coração!

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17 novembro 2015

Alguns conselhos que eu queria ter tido:

Levei 5 anos planejando para ser Au Pair e mesmo assim, com todos os blogs lidos, todos os conselhos que outras pessoas me deram, todos os skypes com Au Pairs da época não foram suficientes para me preparar pra a roller coaster que foram meus dois anos no programa. 

Publiquei algumas experiências sobre a escola de treinamento no meu blog e acho que a parte que explico sobre o banheiro, por exemplo, não tinha visto em nenhum outro blog até então. Nunca explique, porém como foi meu convívio com as 5 host families que tive e posso dizer, com certeza, que, apesar de ter tido 3 rematches, e só ter parado por mais de 3 meses na primeira e última famílias, todas as boas experiências também vieram convivendo com elas.

Aqui vão alguns conselhos pra quem tá em qualquer etapa do processo, inclusive quem já terminou ou está prestes a terminar:

1. Confie em sua intuição
É normal estar ansiosa, é normal querer ouvir opiniões, mais normal ainda é procurar conselhos com quem já está no programa, mas nada melhor que ouvir a si mesma. Parar, ponderar, decidir sozinha o que é melhor pra você.

- Aconteceu comigo: desde que vi as fotos das crianças com a primeira família com quem morei, sabia que tinha alguma errada com a menina. Não deu outra! A menina era desequilibrada, ainda não ia ao banheiro sozinha aos 4 (quase 5) anos de idade, não sabia usar uma tesoura, não se esforçava para fazer os exercícios da escola. Ela foi meu estresse maior.

2. Não confie na sua host family
Eles não são sua família, eles são seus patrões. Por mais que você esteja confortável na casa deles, a casa é deles e vocês só moram juntos porque um contrato os uni. E ponto.


- Aconteceu comigo: na primeira e na quarta famílias eu acreditava que tinha um relacionamento bacana com as mães, mas, no final das contas, elas não gostavam tanto assim de mim e decidiram que, porque não aceitei ser mãe de filho dos outros e não escondia que os filhinhos delas não eram nada perfeitos, entramos em rematch.

3. Você deve ser respeitada
Não importa seu credo, sua religião, sua cor, seu status social, seu sexo, você deve ser respeitada em todos os âmbitos. Não se conforme com tratamento medíocre ou "destratamento". Claro que, antes disso, respeite.
imagem usada fora do contexto feminista
- Aconteceu comigo: cuidei de adolescentes quando morei com o primeiro single dad e ouvia muitas coisas desrespeitosas do moleque (casal de gêmeos), MUITA COISA. Decidi não contar nada e me arrependo até hoje. Foram os dois meses mais difíceis em relação a tentar me relacionar com outro ser humano. Nunca me senti tão menosprezada.

4. Privilegie sua individualidade
Seu quarto, suas coisas, seus planos, seus méritos. Goste, em primeiro lugar, de você. Eles não tão nem ai pra seu conforto. Sabe por que? Porque a casa é deles, então tem que tá confortável pra eles. Falo em relação a tudo! Schedule, horários de folga, exigências sem-noção que algumas família fazem (ter que jantar todas as sextas/os sábados a noite, obrigatoriamente, com eles? A vá! #vátomarnocu), planos pessoais, saber do seu weekend de folga com antecedência...

-Aconteceu comigo: a mãe na primeira família não me dava espaço "pra onde vai? com quem?", batia na minha porta se eu não saia do quarto no final de semana. Na terceira família, a mãe era uma controller freak e contava quantas uvas eu colocava no lanche da menina, e quantas almôndegas iam no espaguete. Na quarta família não tinha privacidade alguma, a porta do meu quarto não tinha tranca e não tinha nem guarda-roupa direito, porque o quarto original destinado a nannies/au pairs tinha sido dado para o caçula porque, aparentemente, uma criança de 7 anos precisava de uma quarto maior para dormir... além de ter que trabalhar nos finais de semana pra completar as 45h, mesmo que isso significasse 10h no sábado e 10h no domingo (eles só chegavam em casa às 3pm, e ela chegava às 7-9pm), e a poha da folga era na segunda!

5. Priorize!
Parece brincadeira, conselho antigo/sem sentido, conselho de mãe pegando no seu pé, mas não é. O que você quer fazer aqui? Quais suas metas? Curtir? Viver? Casar? Estudar? Não faça planos a longo prazo, mas faça. Depois que fizer, foque e se esforce para seguir em frente. Mudanças são possíveis e algumas vezes necessárias. Não se fixe no plano, mas tenha um! Pelo menos UM!
-Aconteceu comigo: Eu não tinha planos quando vim pra cá. O único plano que dia era sair de onde estava. Os meus fantasmas me acompanharam, pra dizer a menor das coisas que me seguiram e meus primeiro meses não foram apenas sofridos, mas foram martirizantes, porque não me encaixava nessa vida de au pair (e ainda acho que não me encaixo) e sofri todos os dias durante um bom tempo. Depois que superei o mimimi, consegui planejar algo pro meu segundo e consegui cumprir: cuidar de mim, ser feliz, me pôr em primeiro lugar e, literalmente, não tá nem me lixando para os problemas familiares da família que não é a minha.

No mais, ladies, #SucessoPraNós! Sempre! Cada umã que entra nesse programa tem uma experiência diferente, cada uma terá uma visão diferente antes, durante e depois. Eu não tive uma boa experiência como Au Pair, mas faria tudo de novo! Os perrengues e situações que passei fizeram de mim a pessoa que sou hoje: ainda mais forte, ainda mais mulher, ainda mais humana.


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06 novembro 2015

Aprendendo inglês durante seu ano como Au Pair II

Quando fiz uma revisão dos meus textos no meu post de comemoração pelos meus dois anos como autora do #OBlogdas30AuPairs citei que o texto original que escrevi sobre como aprender inglês depois que você chega na Terra do Tio Sam foi escrito nas coxa e é bem verdade. Hoje, porém, resolvi me redimir haha e realmente buscar auxiliar as meninas que vem pra cá com o tão famoso "inglês tupiniquin". 

AVISO: ESTE É UM TEXTO EXPLICATIVO-EDUCATIVO, SE O ASSUNTO NÃO TE INTERESSAR, NÃO SE PREOCUPE, AMANHÃ TEM TEXTO NOVO! :D

Se você está realmente interessada em aprender uma segunda língua, seja ela qual for, a palavra chave de todos os seus dias será sempre paciência. Não se aprende nada da noite pro dia. Você levou quase um ano para começar a balbuciar palavras, não espere aprender a se comunicar com clareza com menos de, digamos, uns 3 meses imersa num país de língua estrangeira.

Outra coisa que a gente tem que parar de se crucificar é quanto ao nosso ritmo de aprendizagem e também quanto ao progresso da aprendizagem. Lembra quando sua mãe/pai falava pra você "Mas você não é fulana!" haha isso, agora, nunca foi tão verdade. Como ilustres seres humanos que somos, temos nossas peculiaridades de como aprendemos. E é justamente nisso que quero te auxiliar hoje.

Cada pessoa aprende de um jeito diferente e como você já passou da idade de alguém te "ensinar como aprender", cabe a você reconhecer a maneira como você melhor aprende. Existem, basicamente, 4 estilos de aprendizagem: Visual, Auditivo, Leitura/Escrita e Cinestésico (leia mais sobre eles aqui). Ninguém aprende 100% por apenas um desses estilos. Eu, por exemplo, sou uma aprendiz que melhor se enquadra nos estilos Leitura/Escrita e Cinestésico. Isso significa dizer que não basta, pra mim, apenas assistir uma aula sentada numa cadeira e não copiar nada que o professor diz. Tenho sempre que ouvir, tomar nota do que foi dito e, muitas vezes, criar meu próprio estilo de dizer a mesma coisa com outras palavras. Tenho sempre que ler e reproduzir ao meu próprio estilo. O ponto negativo é que sou mais lerda que as pessoas que se enquadram no estilo Visual ou Auditivo por exemplo, mas a vantagem é que, diferente delas, consigo aproveitar a maioria das aulas "padronizadas".

FAÇA O TESTE PARA SABER EM QUAIS ESTILOS VOCÊ MELHOR SE ENQUADRA:
The VARK Questionnaire: How Do I Learn Best? (em inglês)
Estilos de Aprendizagem: Descobre o teu! (em Português de Portugal, link no finalzinho da matéria)

Fiz o segundo teste e pus ao lado de cada estilo de aprendizagem minha porcentagem depois de calcular minha pontuação :D

Como fazer para melhorar meu aprendizado de uma segunda língua se me enquadrar melhor no estilo:

1. VISUAL (4%):
Se você for predominantemente um aprendiz visual, você sempre se dará melhor com tabelas, gráficos e mapas mentais. Por exemplo: para lembrar os significados do verbo to get, faça mapas ou tabelas em que você possa visualiza-los. Não se satisfaça apenas em escrever, decore seu caderno com cores diferentes, preferencialmente em padrões (padrão que segui durante meu ano de vestibular, por exemplo: preto para títulos, tópicos e subtópicos, azul para anotações, vermelho para observações, rosa/roxo/verde para qualquer informação extra e lápis/grafite para meus resumos pessoais) e não se prenda apenas ao que foi dado em sala de aula/aula particular, se conscientize que apenas ouvir não é sua praia e que seu esforço maior será sempre transformar o que foi dito em seu próprio mapa mental de entendimento.

2. AUDITIVO (22%):
Criatura, se você for um aprendiz predominantemente auditivo, você já tem mais de meio caminho andado na apreensão de uma segunda língua. Muito possivelmente você, em toda sua vida, irá aprender mais de uma língua (além da sua mater) e não fará muito esforço para tal. Ouvir músicas, assistir seriados e repetir aqueles infames áudios da aula de inglês será mais fácil que engolir água. Seu grande desafio será fixar a quantidade de informação que você ouve, pequenas anotações podem ser utilizadas, mas será muito melhor se você tiver como gravar suas próprias dúvidas e considerações para ouvir posteriormente. O aprendiz auditivo às vezes sofre com o desafio de precisar se esforçar a ter uma vida mais saudável que os demais colegas. Dormir de 7-9 horas por dia, beber bastante água, alimentar-se bem (a cada 3 ou 4 horas), exercitar-se regularmente não são apenas uma escolha de estilo de vida, são uma necessidade, principalmente porque se você não ouve, você não aprende, então, seu cérebro deve estar sempre "acordado" e descansado para processar e armazenar o que você ouviu.

3. LEITURA/ESCRITA (35%):
Aqui eu meio que consigo falar com mais experiência, porque é justamente aqui que melhor me encaixo. Nós somos aqueles ilustres estudantes que as mochilas estão sempre mais pesadas que as das outras pessoas. Precisamos de livros textos diferentes sobre os mesmos tópicos, temos dificuldade de acompanhar aquele professor "catártico" haha ou seja, aquele professor que apenas fala-e-fala sem escrever uma linha no quadro para nos dar uma frase-guia para acompanhar a aula. Temos que tomar nota não apenas do que foi posto no quadro, mas também tentar anotar todas as palavras ditas pelo professor. Estudar em casa é, digamos, 75% de nossa capacidade de fixação de um novo assunto, mas ir às aulas é bastante importante para marcar no livro texto qual o enfoque do assunto e termos um ponto de partida pra nosso estudo. Ler gramáticas, livros textos e fazer milhares de exercícios é essencial. Sim! somos mais lerdos do que a atual tecnologia e ritmo de vida exigem, mas normalmente somos nós quem preparamos os melhores livros textos ever para que todos os outros comprem e estudem haha.

4. CINESTÉSICO (39%):
Sim, gente, eu sou um ET haha Brincadeira! Aqui é realmente minha praia, sabe aquele aluno que fica balançando a perna a aula toda, não fica quieto em sala de aula e sempre escolhe a cadeira mais barulhenta para sentar (ou todas as cadeiras são barulhentas por causa dele)? Please, raise your hand e admita que eu não estou sozinha nessa! haha Apenas assistir a aula não basta! Temos que escrever o que está no quadro, escrever nossas próprias ponderações e notas particulares sobre o que foi dito, além de copiar e querer dar pitaco no que o professor disse (aquele monte de "??" nas suas notas não estão apenas no seu caderno haha estão no meu também!). Grande desvantagem: se não estamos focados na aula, qualquer movimento que te chame a atenção - a cor de uma saia que balançou com o vento do ar condicionado, por exemplo - nos fará perder uma boa parte da explicação e, por isso, ser aluno do fundão não é nossa melhor opção. Nossa maior vantagem é que conseguimos ser multitasking com grande facilidade: ouvimos, anotamos, damos nossos pitacos, conseguimos fazer perguntas pertinentes e ainda participamos da conversa com os colegas haha. Tudo isso enquanto nosso pezinho nervoso irrita todos os colegar ao redor haha.

Se você acompanhou a porcentagem percebeu que não me encaixo unicamente em um estilo. Nenhum de nós se encaixa! Somos, sim, aprendizes predominante de um ou outro estilo e tomar conhecimento de como aprendemos nos direciona imediatamente a qual tipo de curso, intercâmbio, escola de línguas, professores particulares ou quais self-learning programs devemos procurar. Por não aprendermos de apenas uma maneira, o melhor que fazemos é tirarmos proveito dos nossos pontos fortes e, independente de qual seja seu estilo, lembre-se: as palavras de ordem são paciência, persistência e comprometimento.

#SucessoPraNós


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18 outubro 2015

Longe de casa há (muito) mais (que) uma semana

Estou voltando pra casa!

Sim! Estou voltando pro Brasil e, há 6 meses, não pensei que falaria isso de coração tão leve. Pensei que estaria arrasada, que não conseguiria respirar, que me sentiria divida e me sentiria a pessoa mais fracassada do mundo pois "inúmeras meninas ficaram, por quê isso também não aconteceu comigo?"

Há 93 semanas e 4 dias saí do Brasil e me aventurei numa jornada que mudaria tantas convicções, verdades, onde perderia todas as esperanças, onde meu coração seria esmiuçado em pequenos pedacinhos e que apenas uma coisa me traria de volta a reconhecer quem sou eu e do que sou capaz: EU! Eu sou capaz! Tendo fé em mim e Fé em Deus, não há obstáculo que não possa enfrentar.

Foram 2 voos, 5 famílias, 11 crianças, 3 rematches, 7 mudanças (6 delas em um intervalo de 8 meses), 1 acidente de carro, 4 multas (1 de estacionamento, 1 de excesso de velocidade, 2 por uso de carteira internacional), inúmeras lágrimas derramadas, outras tantas inúmeras orações, inúmeras pequenas viagens, inúmeros amigos feitos, inúmeros momentos únicos, inúmeros encontros inusitados (como encontrar a Isa ao vivo e a cores!!!), não sei quantas viagens a New York City e encontrar uma família que, afinal, me fez viver o programa como ele realmente deveria ser: prazeroso.

Os planos pra voltar pra casa são simples: reencontrar família e amigos, ir ao meu Núcleo, comer meus tão saudosos quitutes baianos! Voltar pra casa tem sido uma motivação constante de que a vida continua, de que minha vida vem voltar a ser minha, que minhas decisões não estarão mais a mercê de ninguém, que meus finais de semana serão meus, que eu vou voltar a andar de ônibus! sabendo onde parar e a que horas passa no ponto lá de casa.  

Que eu vou brigar com a chave de casa por ficar "encrencada" na fechadura e que tem que dar um impurrãozão na porta pra conseguir abrir. Vou dormir na minha cama, no meu quarto, abraçar meus travesseiros, reclamar com minhas roupas (ai, meu guarda roupa!), que vou reclamar do valor alto das coisas, que vou voltar pro trabalho todos os dias e, no final do dia, vou dormir numa casa totalmente separada da dos meus chefe e coordenadores e domingo vou ligar pros amigos e ir pegar uma praia, mesmo que seja inverno.

Vem ser bom tomar rédea das coisas, das minha decisões, do que quero fazer nos meus dias. Estou cá com medos, claro. Mas minha jornada de retorno inicia com a mesma afirmação com a qual me guiei durante toda a minha estadia aqui:
"Acima do medo está a coragem, minha filha!" (D. Lelê, minha avozinha)
E lá vou eu, enchendo cada pedacinho do meu coração maltrapilho de esperança, fé, Luz, Paz, Amor e coragem! Pois é preciso amornar a alma, acalentar as ideias, aquecer o sangue e agir!

#58dias


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18 setembro 2015

Quando você percebe o quanto mudou.

Ontem foi meu aniversário! Yeah! 27 aninhos e este é o terceiro post que escrevo sobre meu aniversário. Terceiro em que a linda da Isabela posta no dia do meu aniversario e eu no dia seguinte... E só por isso que meus posts saem, no dia 18 de setembro, com um ar meio nostálgico e de agradecimento.

Li o texto da Isa de ontem e fiquei pensando quais as minhas maiores conquistas nessa vida de Au Pair. Digo, tava lendo, lembrando que acompanhei um pouco da história dela, lembrando da minha própria saga e pensando o quanto eu tenho que valorizar o quanto mudei desde que cheguei aqui, o quanto amadureci, o quanto percebi que o tempo não volta, que as conquistas são minhas, que os esforços são meus e que, não importa o quanto você precise das pessoas, elas, às vezes, não precisam de você.

Depois de dois aniversários sem meu pai me ligando e falando que ia comprar bolo, pizza e vinho pros meus amigos e que eu tinha que convidar alguém, nunca dei tanto valor a esta ligação que normalmente não durava mais que dois minutos. Minha host family não lembrou do meu aniversário. O que eu senti? Gente, eu já esperava. Eu AMO meu aniversário. Sério. Amo ler todas aquelas mensagens avulsas e automáticas de "Parabéns", "Felicidades" que pipocam no feed do facebook, mas eu realmente não esperava nada de minha host family. 

Eles são minha quinta família. Sim! Você não leu errado. Esta pessoa que vos fala é um daqueles raros - ou não mais tão raros - casos que passou por diversas famílias, diversas situações de instabilidade emocional e passou pela situação de mudar inúmeras vezes de família: uma normal (para o padrão americano), outra complicada, duas perigo e uma completamente normal (para o padrão americano). Tive que me reacostumar, tentar encontrar companhias, tentar me adaptar diversas vezes... Como esperar que depois de cinco famílias alguém fosse lembrar que ontem foi o aniversário da Au Pair? Não me iludo mais com essas coisas. hahaha (quer saber mais? me manda perguntas no meu Blog pessoal)

Ontem, passando o dia sozinha, lendo as diversas mensagens e emails me parabenizando por esta data linda em minha vida, percebi o quanto mudei depois desses loucos quase dois anos nos Estados Unidos. Quando cheguei aqui eu era uma flor de pessoa, acreditava que o programa ia ser lindo, que teria uma família linda, que me sentiria em casa, que eles me auxiliariam com as inconstâncias sentimentais que a gente passa ao sair de casa, que host family podia também ser sinônimo de apoio e segurança e... é... eu era sonhadora. Quer dizer, ainda sou, a diferença era que era muito iludida hahaha

Hoje, sou bastante mais forte do que quando cheguei. Aprendi a ser mais rápida, eficaz e mais segura. Aprendi a tomar conta de mim e saber que minha conta bancária não tem cano mágico que vai me deixar milionária da noite pro dia - cadê minha fada madrinha? Acima de tudo percebi que morando fora de casa, distante de tudo e de todos, tendo um apoio sentimental online haha foi a única forma que toda essa mudança se tornou possível.

Mudei minha forma de pensar e ver o mundo, aprendi a dar a valor ao Brasil, a minha nacionalidade, a forma como falo com pessoas e também a maneira como as trato. Aprendi a me dar valor e a ver que eu só posso aceitar ser tratada da maneira que quero ser tratada e que não importa se sou preta, branca, azul, amarela, lilás, brasileira, mexicana ou afegã! tenho meus direitos, tenho meus quereres, tenho meus desejos. Aprendi a me colocar em primeiro lugar sem precisar passar por cima de ninguém.

"É caminhando que se faz o caminho" alguém disse... Caminhando neste outro país e como Au Pair, meu caminho foi sendo feito, vai sendo feito, vai sendo traçado. 27 anos foram necessário para ser a pessoa que sou agora. "Agora" amanhã pode mudar, mas eu, Gabriella, tenho que manter na memória esses aprendizados, esta força, esta garra, este sabor de vitória. 

Eu "camaleoa"... Cada ambiente um novo eu! #Aprendendo
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18 agosto 2015

Lugares Inusitados: High Springs, FL

Entrar em água cristalina, acampar com pessoas ricas de espírito, não querer viver outra vida por alguns dias... você já desejou isso?

Então comece a se programar para conhecer mais um dos destinos inusitados para se conhecer nos Estados Unidos. Mas! Se você não gostar de mosquito, areia e caminhar um pouco para encontrar um banheiro que nem sempre estará em "condições descentes", não vá. Deixe que pessoas como eu, que adoram estar no meio de verde e de mato e de água fria curtam o lugar.

No final de semana passado viajei para encontrar amigos em Gainesville, FL, sabia que iríamos acampar, sabia que o lugar era bonito, mas não esperava que fosse encantado. Em High Springs, cidade vizinha, existe um número relevante de springs. Springs são nascentes de água doce e estas que visitei se encontram direto com o Rio Santa Fé. inclusive há um passeio que você pode descer de boia o rio, tem duração de 3h, 1,5h e 45min.

Se você não for do tipo que gosta de acampar, você pode pagar a taxa de diária e aproveitar o lugar, mas tenho que te contar que a melhor parte é quando às 6pm as pessoas que foram apenas passar o dia, não podem mais permanecer no local e ficam apenas os campistas. É verão e o sol ainda estará em horário bom, ainda a haverá luz para explorar o local e a água dos springs estará um tanto menos agitada do burburinho do dia. Hora de aproveitar a beleza do lugar.

Para acampar, você precisará de todo o equipamento que você julgar necessário para seu conforto. Não leve muitas roupas, porque você precisará basicamente de roupa de banho e toalha e algo confortável para dormir. Repelente e bloqueador solar são essenciais. Refeições leves são bem vindas, afinal você vai precisar estar "leve" para pular, brincar na água, andar de kayak, descer o rio de boia... enfim! curtir o local.

Como chegar? 
Eu fui de ônibus e não me arrependi, porém foram muitas horas de viagem (total: 37hrs). Se vc for de avião, fica bem mais simples. Pouse em Orlando ou em Gainesville. Mas você precisará de carro para se deslocar e conhecer as springs e inúmeras trilhas ao redor de High Springs e Gainesville.

Não posso dar informações de hospedagem e alimentação, pois fui recebida e mimada por amigos :)

Um vida simples, com passos serenos e visão clara! 

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13 agosto 2015

Estudando como Au Pair (EUA): como funciona?

Vamos deixar uma coisa clara desde já? Vale a pena repetir que o programa de Au Pair é um programa voltado para o trabalho quase-escravo e não para o estudo. O seu status como estudante é apenas para tornar o programa mais barato para você e sempre principalmente para a família que te recebe. Não se iluda: estudar está em milésimo plano quando se refere a este tipo de programa.

Daí você tem grana, sponsor e todos os anjos estão à seu favor, você só está usando o programa de Au Pair como uma maneira mais fácil de entrar no EUA e ter moradia. Se você tem tudo isso, parabéns! Você teve a paciência de investir algumas horas do seu dia para conseguir se tornar uma estudante nos EUA e sabe o que quer, para onde vai e qual o curso vai entrar. Great! Este post não é pra você.

Este post é para Au Pairs e aspirantes que, assim como eu, não tem suporte financeiro, veio curtir um ou dois anos fora de casa e vai usar a "bolsa" garantida contratualmente pela host family (U$500,00), e não deseja usar sem um penny sequer do seu mísero salário de Au Pair pagando um curso que pode ou não servir quando voltar ao Brasil. 

Como é que essa história de crédito funciona?
A palavra crédito aqui nos EUA (em relação a college) é usada no mesmo sentido de matéria/disciplina no Brasil. De acordo com o contrato que você assinou (os mais comuns), durante seu ano, você deverá cumprir 6 créditos ou o equivalente a 72h fazendo qualquer tipo de curso que possa de fornecer um certificado de conclusão/participação.

Como cumprir os 6 créditos/72h?
Existes algumas maneiras de se cumprir com o programa de estudo, mas o primeiro passo é, independente de onde você vá morar, pesquisar ou perguntar pra sua host family/ex-au pair da família/LCC quais as formas que você tem de, naquele local, cumprir com esse requisito.

As maneiras mais comuns para Au Pairs cumprirem estes benditos créditos de maneira rápida e não "dolorosa" é se inscrever em cursos de finais de semana. Eles existem nos mais diversos lugares e, pela Cultural Care, o mais conhecido é o Silver Bay. Normalmente você precisará de dois finais de semana para cumprir todos os créditos. (em Long Island e Northeast dos EUA tem sempre a opção da LIU Post)

Como são os cursos de final de semana?
Quem já teve a oportunidade de, no Brasil, participar de Cursos, Seminários, Simpósios, Congressos em sua área de estudo/atuação no Brasil vai compreender quando eu falar que esses cursos de finais de semana se assemelham bastante a estes. São aulas massantes e longas sobre um tema que você teve a oportunidade de escolher. Você terá homework e, em alguns casos, vai fazer algumas atividades durante o final de semana.

Como funciona se eu não quiser fazer os cursos de finais de semana? Existem outras opções?
Se você não quiser fazer os cursos de finais de semana, não tem problema. Colleges oferecem os mais diversos cursos, com diversas matérias e você pode escolher uma e cursar. Além disso, se você não quiser se enfiar em uma faculdade porque tá de saco cheio ou simplesmente porque aquilo ali não é pra você, pesquise sobre cursos que oferecem créditos como de piloto, assistente administrativo, etc. Esteja alerta pois, muito provavelmente, o valor dos cursos irá ultrapassar em muito o valor de sua "bolsa".

Posso estudar na minha área quando chegar aos EUA?
A Mariana Rezende fez um post recentemente sobre isso. Confira aqui e tire as suas dúvidas.

E os cursos ESL que as meninas tanto falam?
Os cursinhos de ESL (e derivados) é sempre uma boa opção pra quem ainda tá com o inglês em desenvolvimento ou tem interesse em fazer algum teste de proficiência em inglês. Algumas vezes serão encontrados cursos ESL que não vão te garantir créditos/certificados de comprovação para as horas exigidas como, por exemplo, os ESL oferecidos em bibliotecas locais, mas não dá pra generalizar porque algumas oferecem gratuitamente, ou com uma taxa bastante reduzida, e com certificação ao término do curso.

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#editado em 26.10.2015
Como você cumpriu os seus, Gábi?
No meu primeiro ano, fiz dois finais de semana no LIU.post (Child Development e TOEL Preparation Course). No meu segundo ano, estou fazendo Spanish I e Italian I, são curso disponíveis na sessão Corporate and Continuing Education/Job and Career Enhancement do college. O ponto positivo pra mim é aprender uma terceira e quarta línguas a partir de uma língua que não a minha mãe, além de dividir a sala uma maioria de americanos, claro.
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Pra finalizar, vou deixar links de postagem mais antigas que abordaram o mesmo tema e vocês verão que ao longo dos anos as regras/oportunidades de estudo não mudaram muito. O que vale sempre é pesquisar e se preparar caso você queira assumir o status de estudante.

Estudando como Au Pair (2010), por Maeva
Estudando dos EUA (2013), por Bia Monteiro

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