Como sempre começo pedindo desculpas por fazer do meu post uma bagunça. Eu queria muito ter feito um vídeo, mas a correria dos dias anda me impossibilitando até de fazer xixi.
Quero começar elogiando o post da Mari, é bem como eu me sinto aqui. Cada um tem uma experiência diferente com stay-at-home-mom, vou falar um pouco da minha, é um pouco diferente. Quem acompanha sabe que essa é minha segunda família, vim de uma família que a criança fez o favor de me espancar e cortar meu rosto na primeira semana, então rematch. Enfim, falei ao telefone com a host family e desde sempre achei estranhíssima a conversinha de que a ex au pair tinha voltado pro México porque estava homesick. Não sabia o que me aguardava. Cheguei aqui e no primeiro dia descobri que a ex au pair fugiu. Literalmente. Arrumou as malas e na calada da noite, abriu a porta do basement, entrou no carro da carona e foi ser feliz no México. Como eu soube? A carona dela virou minha amiga. Voltando pra mãe (e o pai) que são pagos pra respirar. A mãe trabalha duas horas por dia, na verdade da noite. Ela passa o dia inteiro entre academia, fazer compras e escolher novos quadros pra casa. O pai viaja muito, mas quando tá em casa, também não faz nada. A mesma coisa, academia, compras, aula de mergulho... Ao contrário da host da Mari, os meus não aparecem para fiscalizar, o problema é que as crianças sabem que eles estão em casa. Se a mãe tá no escritório, mas com a porta aberta, eles podem entrar, chorar e falar que eu tentei matá-los. E se ela dá um segundo de atenção, pronto! Motivo pra passar o dia inteiro correndo pro escritório, inventando quedas pra ir chorar no colo da mãe. As crianças americanas são burras, não percebem que os pais não os querem por perto. Mais uma vez concordando com a Mari, eles dão tudo para suprir a falta de atenção. E sim, eles são extremamente mimados. Darei um exemplo básico e que me fez perceber que a gente não veio para educar, e sim, para ser empregada deles. Certo dia estava eu a brincar com o meu de 6 anos, usamos carrinhos, lego, várias coisas. A brincadeira acaba, peço pra ele me ajudar a arrumar a bagunça, ele olha pra mim e diz: É seu trabalho! Subo para reclamar com a mãe, já que tinha chegado a pouco tempo... Depois de explicar tudo ela me diz: mas é seu trabalho! Ele não tem que te ajudar a arrumar. Como dizem lá no Nordeste “Morreu Maria preá.” Percebi qual era o meu lugar, e não era um lugar ao sol. Desde então passei a fazer meu trabalho, se quer ter filho mimado, não é problema meu.
Próximo tema: Curso.
Quando eu tava no Brasil não entendia nada como funcionava, mesmo que tentassem me explicar. Esse é um dos principais (se não o principal motivo) que faz uma pessoa normal querer viver um ano de insanidade. Como funciona? É o seguinte, são 6 créditos. O que são créditos, Monick? Créditos são as horas de curso. Geralmente um curso tem 3 créditos, 3,5. Eu tou fazendo o curso de preparação pro TOEFL, tenho aula Segunda e Quarta à noite. Das 7 às 9h. O curso dura 2 meses. A minha faculdade fica há 23 minutos daqui, contando com o tempo que passo pra achar uma vaga, 30 minutos, ok? Eu trabalho até umas 6:15, vou com a roupa que passei o dia trabalhando, chego cansada no college, com fome, sede e por mais que a aula seja interessante, desejo que acabe logo pra que eu possa dormir. Aí que entra a nossa ilusão. A gente acaba fazendo o curso pra cumprir as normas do programa, e não porque é uma coisa que a gente quer e precisa. Você é só a babá, então se pra família ficar melhor você estudar às 3 horas da manhã, é nesse horário que você estudará.
Isso dá abertura ao meu terceiro ponto: As perguntas que devemos fazer.
Antes de vir pra cá, só ouvia as meninas comentarem que você tem que perguntar tudo, mas o que é tudo? Você quer fazer a social com os hosts, vai perguntar o que eles gostam de brincar e comer, beleza. Onde é que você se fod*? Quando você tenta agradá-los demais e esquece que passará um ano vivendo na casa deles, então tem que saber de algumas coisas desde já.
Na minha primeira família, por exemplo, meu quarto não trancava. Na casa de uma amiga, a porta dela não tranca. As crianças vivem entrando no quarto. Você não tem liberdade nenhuma com isso. Já pensou se você é uma amiga au pair que gosta de assistir vídeo pornô? Imagina a cara das crianças vendo. Mas não é culpa sua. Meu quarto atual tem tranca na porta, mas o que acontece? Simplesmente eu tenho um outro quarto dentro do meu quarto. É um quartinho que usam pra colocar as tranqueiras. Se minha host quer pegar a decoração do Halloween passado, o que ela faz? Atravessa meu quarto para ir pegar. E sim, já aconteceu de virem bater no meu quarto tarde da noite pra pegar algo. Nessa minha amiga sem tranca, o closet dela era para as roupas do pai, e por aí vão vários outros absurdos. Uma coisa que considero fundamental, quarto tem que ter janela. Se não tem janela é hospício. O meu não tem. Às vezes você só quer sentir o vento sem ter que sair do seu quarto, saber se tá chovendo ou fazendo sol, mas simplesmente não tem janela. À parte o quarto, outras coisas que acho importante perguntar: Se tem carro, como farão com a gasolina?; O que a família pensa a respeito da au pair ter que estudar?; O que eles farão em relação a comida? Sim, porque eu em 5 meses nunca me perguntaram o que gosto e o que não gosto, nunca pediram pra eu dar uma lista e mesmo eu indo fazer as compras, não me autorizam a pegar o que quero. Mas se você quer emagrecer, pode pegar uma família assim, já perdi 5 quilos, sendo que não preciso perder. ¬¬’ Aqui vai a dica da vida, não pergunte essas coisas por telefone, pergunte por e-mail. Tenha uma prova, porque as minhas 2 famílias mentiram pra mim em vários aspectos, e eu não tenho como provar.
O que você precisa para ser au pair? Inglês intermediário, carteira de motorista, ser solteira, não ter filhos, ter entre 18 – 26 anos, e coragem, muita coragem para superar tudo o que pode acontecer.
07 outubro 2010
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A bagunça de sempre. Por Monick Vasconcelos.
Copo sobre a mesa.
hahaha meeuu nunca ri tanto num post como o seu, nao sei pq, mas imagino mtoo vc falandoo cada palavra!!! Tipo: amigaa vc quer ser aupair? vc vai se foder, mas no final das contas, vc vai curtir!!
ResponderExcluirmeeuuuu banho de agua friaaaaaaa, mas ta valendo vai, mtaaa meninaaa se iludi demais com o programaaaa!!!!
apesar dos apesares, adorei o post=)) e OTIMAS dicas em relação as perguntass!!!!
Primeira vez por aqui=) vou seguir vcs!! e se puderem passe la no meu blog tb=))
bjos bjoss
e q deus nos abençoe hahahaha
Adoro post baguncado, rs.
ResponderExcluirA historia de perguntar tudo, e melhor, por e-mail, e otima. Tudo registradinho...
Eu conversava muito com a minha host por Skype e salvava sempre minhas conversas. Ainda nao precisei usar nenhum registro, e espero nao precisar, mas se for o caso ta tudo gravado! Hehe
Beijo...
Muito bom este post, acho muito legal mostrar a verdade nua e crua pra quem tá tentando se aventurar... eu espero ter uma boa hostfamily ou muita coragem.
ResponderExcluirMuito bom e muito util seu post! E além disso super divertido!
ResponderExcluir:)
Nossa Monick, muito bom esse post!
ResponderExcluirFico até sem folego cada vez que leio o que vc escreve. Sempre com uma boa dose de realismo e dicas para gente ir sim, mas sempre preparada o máximo possível.
Beijao! Boa sorte sempre nessa jornada que continua =D
Muito bom seu post! Eu dei muita sorte e agradeço sempre por isso. Minha host foi atrás de cursos pra mim, achou um pela manhã mas era na hora que eu tinha que deixar o pequeno na escola e ela fez questão de arrumar uma carona pra ele no dia que tenho aula. Em outro curso que tô fazendo, tinha terça e quinta e segunda e quarta e quando eu fui perguntar pra ela qual era o melhor dia, ela disse que eu visse o que eu preferia e avisasse ao hosto que ele ia marcar as reuniões dele around my schedule. Sempre perguntam o que eu quero quando vão fazer compras e sempre compram o que já sabem que eu gosto. Tem muita família de merda? Tem sim, mas tbm tem muitas que valem a pena. É bom quem tá vindo ver os dois lados da moeda e saber no que tá se metendo e não vir cheia de ilusões.
ResponderExcluirTeu post mostra a realidade de muuuuuitas au pairs. bom pro povo princesa pensar dez vezes antes de sair da casa da mamãe e vir pra "disney" (pq é só isso que tem nos eua né? rssS)
ResponderExcluirgood luck there anyway :)
Oiee! adorei seu post. eu sou au pair em Martha's Vineyard, Massachusetts tbm! :D eu tentei te add no orkut mas não consegui :/ mas consegui no facebook. estou quase completando 2 meses como aupair e adoraria falar com vc, já q somos quase neighbors! :) qlqr coisa me manda um email. fernandalemosuem@hotmail.com :*
ResponderExcluirOlá,
ResponderExcluirUm post bem " banho de água fria", mas pra ser sincera, eu adoro!! Porque só assim pra você se perguntar, pra você se questionar se é realmente isso que você deseja, não vou mentir que da até um aperto no coração, tpw: " meu Deus eu sou maluca!"
Mas, a gente vai em busca de sonhos conquistas!!
Bom é isso! Beijos!
Eii
ResponderExcluirMto bom o post... como sempre, ajudou e mto!
Mas depois de tudo q ja li, sim eu ainda penso em passar por isso e espero em Deus q dê sorte com a minha hostfamily
;***