Aí um dia você coloca uma coisa na sua cabeça, e essa coisa pode começar de qualquer forma, mas a ideia vai crescendo até que um dia se torna realidade. Eu costumo dizer que cada pessoa tem uma história, e embora às vezes a vida de alguém pareça mais fácil que a sua, só você sabe tudo o que você teve que passar pra chegar onde chegou. A primeira coisa que eu pensei ao pisar em NY a primeira vez foi: se não der certo, eu sempre vou poder ir embora. Mas eu vim até aqui, não sou do tipo que desiste fácil. Passei por altos e baixos o ano inteiro, e mesmo sempre achando que eu era do tipo valentona e que jamais sentiria homesick, ela veio muitas e muitas vezes. Eu diria que grande parte do ano aqui, a gente vive em função do Brasil. O que os nossos amigos estão fazendo, aquela festa que você tá perdendo, o namorado que você deixou pra trás. Até que depois de um tempo você percebe que a vida no Brasil não parou porque você tá morando fora, você tem que move on. E começa a se adaptar as coisas. A cidade pequena que era pequena e um tédio, vira lar doce lar. A comida estranha começa a ficar aceitável e ouvir e falar inglês o tempo todo já não é mais novidade.
Uma das primeiras frases que eu ouvi aqui e que me marcou foi uma bem simples ‘if you wanna try, try hard.’ Pense nisso. O seu ano aqui não depende de ninguém, só de você mesmo. E tudo é questão de objetivo, o que você veio buscar? Eu acredito que a gente consiga tudo o que quer, mas tudo é questão do quanto você tá disposto a abrir mão de algumas coisas para conseguir outras. Se alguém me dissesse algum tempo atrás que tudo isso aconteceria na minha vida, eu diria que era mentira. Jamais me imaginei numa festa falando inglês, jamais imaginei que um dia estudaria em Harvard, jamais imaginei que ganharia um prêmio de redação deles. A minha redação acaba com uma frase que diz que mais importante do que falar inglês e conseguir um bom emprego, eu adquiri conhecimento e ninguém pode tirá-lo de mim, e essa é minha vitória pessoal. Por muito tempo eu deixei de acreditar em mim, acreditar que eu podia fazer as coisas, e agora eu sei que eu posso. Foi um ano de amadurecimento extremo, amadurecemos à força depois que vira você por você mesma. E durante a trajetória eu posso dizer que conheci pessoas notórias que tornaram os meus piores dias aceitáveis, mesmo que de longe. Eu aprendi com o tempo que eu não precisava de uma companhia para ir ao Mc Donalds depois do trabalho, porque mesmo com pessoas morando longe, mesmo com schedule que não se bate, eu tive pessoas comigo nos meus momentos mais importantes. E eu só posso agradecê-las.
Volto pro Brasil de cabeça erguida, com uma sensação de paz e de dever cumprido. Sei que não será mil maravilhas, sei que temos trilhões de problemas, mas é minha pátria, minha língua e meu povo. E posso dizer que depois da minha decisão de voltar, tive muitos momentos de angústia e choro, pensando que não fosse a melhor decisão, mas agora faltando 3 dias para voltar, mesmo com o coração apertado por deixar tudo e todos aqui, parafraseando a frase mais banal de todas ‘vi, vim e venci.’
Parabéns a todas que vieram, virão, renovaram ou voltaram antes do tempo. Cada uma sabe o seu limite, e eu admiro todas.
Monick Vasconcelos.
Monick Vasconcelos.
Pra variar, eu a manteiga derretida que chora até em inauguração de supermercado... chorei neh?! Estava pensando exatamente nisso ontem... faltando um pouco mais de um mês para ir embora, será que estou fazendo a coisa certa? Será que não estou deixando o certo pelo incerto? Mas lá no fundo é diferente, sinto que preciso disso, dessa experiência e agora, se não, nunca mais a farei! E nós somos sim, muito corajosas.... Bjo!
ResponderExcluirlindo monick!
ResponderExcluirA minha frase é "vim, sufri, venci" :P
ResponderExcluirimaginei se chorei, e ainda nem fui ahsuahsua
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