Por mais que sua host family seja um amor, quem nunca teve
momentos de tensão ? Isso acontece em casa , com nossa família, acontece também
quando temos uma host family. A diferença é que, brigar com a sua mãe porque
ela invadiu sua privacidade ou fez algo que você não gostou ou vice versa ,é
uma coisa, briga vem e briga vai, os sentimentos não mudam facilmente. Agora imaginem “brigar” com a sua host family
, que na realidade são os seus patrões? Se você não estiver preparada para lidar com
este tipo de situação, a experiência pode ser meio estranha, assim como foi
para mim.
Não adianta, ser au pair é um trabalho como qualquer outro.
Você NÃO é a irmã mais velha das kids, raramente a família tem real interesse
pela sua cultura e pelo o que você tem para acrescentar na família por ser uma
pessoa estrangeira. Você é uma mão de obra barata e flexível, nada mais do que
isso. Então , o primeiro passo é não ter expectativas em relação a família, não
ficar achando que eles tem que entender seus erros e suas atitudes.
Acho que eu não lidei muito bem com as situações, hoje tudo
parece ser tão óbvio que eu tenho até vergonha de admitir que errei em coisas
estúpidas. Como por exemplo, na primeira semana de trabalho, a mãe sempre deixava as jaquetas e as luvas
separadas para as kids, ela escolhia as roupas e ponto final, eu não
questionava e as kids também não, tínhamos esta rotina. Um dia ela separou
determinadas roupas para todos, e quando chegou em casa estava extremamente
irritada comigo porque eu não tinha dado uma blusa para o menino, pois ela não havia separado. Claro, eu
deveria ter escolhido uma jaqueta qualquer para ele, se ela não separou nenhuma, mas
pensei , vou seguir as regras que ela colocou, se eu pegar a jaqueta , ela pode
não gostar também. Vai entender ?
Outro exemplo ridículo, foi quando a baby de 09 meses estava
aprendendo os primeiros passos, vivia caindo, chorava, levantava e caia de
novo. Para mim isso sempre foi algo normal, mas para a mãe era inaceitável.
Sendo que , diversas vezes quando a baby estava com a mãe , ela caia e se machucava
de verdade, do tipo level hard, ter que tomar pontos e bater a cabeça no
concreto, coisa que comigo, au pair bobinha e inexperiente JAMAIS deixei
acontecer.
Mas , quem era eu para discutir situações como esta não é
mesmo ?
Eu ficava triste, quando aconteciam coisas assim eu me sentia péssima e desvalorizada, pois, tudo de bom que fiz durante o dia , era esquecido por causa de um erro , que nunca eram graves . Mas como falei anteriormente, ser au pair é um trabalho e em todos os trabalhos existem dificuldades e lições para aprender e superar. Talvez hoje eu fizesse diferente, talvez eu desse mais minhas opiniões e idéias sem medo de ser criticada, talvez eu fosse mais ativa para me defender e para tomar atitudes sem depender tanto de opiniões bobinhas dos pais.
Eu ficava triste, quando aconteciam coisas assim eu me sentia péssima e desvalorizada, pois, tudo de bom que fiz durante o dia , era esquecido por causa de um erro , que nunca eram graves . Mas como falei anteriormente, ser au pair é um trabalho e em todos os trabalhos existem dificuldades e lições para aprender e superar. Talvez hoje eu fizesse diferente, talvez eu desse mais minhas opiniões e idéias sem medo de ser criticada, talvez eu fosse mais ativa para me defender e para tomar atitudes sem depender tanto de opiniões bobinhas dos pais.
Outro exemplo foi quando entrei em rematch e continuei por
uma semana na casa da família, sem trabalhar, porque os pais não queriam que as
kids ficassem confusas. Eu me sentia uma invasora, por estar morando ali, não
trabalhando, não brincando com as kids e nada. Todos os dias que eu saia e
tinha que voltar para casa eu me sentia como se estivesse quebrando a fechadura
para entrar a força, abrir a geladeira para comer então era um momento péssimo. Eu comecei a sair para comprar comida e ficar no quarto a maior parte do tempo, só para não ter que abrir a porta para entrar e me deparar com alguém. Era ridículo, eu deveria ter continuado a agir normalmente, pois existe uma coisa chamada contrato, se a família assinou, ela deve proceder de acordo, e a au pair não deve se sentir mal em cumprir a sua parte no contrato haha.
Como falei, momentos de tensão, estes foram apenas alguns
exemplos dos meus momentos, e que eu aprendi com eles.
Se eu pudesse dizer hoje para as futuras au pairs, um
conselho amigo em relação a este assunto é : NÃO SE CALE diante de injustiças,
NÃO SEJA tão emotiva, se for para
conversar sério, não se emocione, não traga rancores e angústias pessoais para
assuntos de trabalho. Encare tudo como um negócio, você deve manter sua cabeça
fria e não misturar o lado pessoal com o profissional. Isso pode ser um pouco
difícil, mas vale a pena exercitar. Uso isso para a minha vida até hoje, foi
uma das maiores lições que aprendi como au pair.
Quem gostou desse post e quiser conhecer mais o meu trabalho, acesse o Pensamento Livre e curta a minha página no facebook.
Muito bom, adorei as dicas, não seja emotiva caiu como uma luva pra mim. :)
ResponderExcluirAi se eu soubesse disso antes de ir hahaha , demorei pra aprender viu.
ExcluirOi. Adorei o post realista, sabe. Tem au pair sonhadora que acha que tudo vai sair às mil maravilhas e a gente sabe que não é assim!
ResponderExcluirBeijos <3
Pois é Roberta, eu era uma dessas au pairs, eu sabia que poderiam ter coisas erradas mas só sentindo na pele pra saber mesmo. Falando não parece tao ruim quando sentindo haha
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