A meu ver, as crianças americanas são muito diferentes das brasileiras em questão cultural, obviamente, então os valores são muito diferentes. Eu acho as crianças americanas mais frias, porque não são muito acostumadas a abraçar e beijar as pessoas (mas como eu sempre digo isso varia de família para família, não quero generalizar), não que os pais não amem os filhos, mas isso é algo que não esta inserido na cultura deles. Eles parecem criar os filhos com uma rigidez maior no sentido de educação, investem muito nas habilidades e talentos dos filhos visando o futuro deles... Eles criam os filhos para serem bem sucedidos. Obvio que todos os pais em qualquer lugar do mundo querem ver seus filhos bem sucedidos, mas eu acho que na cultura brasileira os pais se preocupam mais com a felicidade das crianças.
Eu tive muitos problemas com a menina de 6 anos, mas apesar de não compreender a maneira com que eles a criam em alguns aspectos, me adaptei. Afinal eu estava lá para cuidar dela, e não pra criá-la. Concordo muito com o fato de eles darem liberdade pra ela fazer suas escolhas, e com isso arcar com as conseqüências, mas acho que nem tudo deve ser dado a ela como escolha, porque pela experiência que eu tive com crianças no passado, percebi que crianças precisam de regras. Imagino que criar um filho seja algo bem difícil, mas “criar” o filho dos outros, com outras regras e outra cultura é algo muito complicado. Mas isso deve ser conversado, e estabelecido com a família, e tudo depende do poder que a família dá para a au pair. Eu seguia as “regras” dos pais em relação à menina, mas tinha a liberdade de estar no comando de algumas coisas e fazer do “meu jeito”. Então acho que isso é um ponto muito importante a ser conversado com a família; até que ponto a au pair tem autoridade para interferir, das broncas e colocar de castigo.
Eu via uma diferença muito grande das regras da minha host family comparada as das minhas amigas. Na minha casa, por exemplo, as crianças tinham direito a 1 hora de “screen time” (Tv, computador, jogos e afins) por semana. Já algumas amigas minhas podiam deixar as crianças assistindo TV o dia inteiro. Minha menina tinha problemas de saúde, então a alimentação dela era muito restrita, e eu conheço meninas que podiam deixar as crianças comerem o que quiserem a hora que quiserem. Então varia muito de família para família! E por falar em alimentação, eu cheguei lá imaginando aquilo que a gente vê na TV: americano comendo panquecas, bacon e ovo no café da manhã, hambúrguer com batata frita no almoço, sorvete no lanche da tarde e pizza no jantar. É claro que em muitos lugares isso ainda existe, mas meio que está em “extinção”. As famílias aqui agora se preocupam muito com a nutrição das crianças.
Em relação a famosa “falta de educação” das crianças americanas, isso no geral é bem verdade. Mas vamos combinar, que criança é completamente educada o tempo todo? Mas nos EUA eu acho que falta pulso firme de muitos pais, principalmente aqueles que trabalham muito (o que é muito comum lá, principalmente famílias que procuram au pairs pelos pais trabalharem o dia inteiro e não poderem estar com os filhos) eles dão mais liberdade para as crianças como forma de “carinho”, uma forma de suprir a ausência.
Minha dica então é: vá preparado para tudo. E de cabeça aberta, afinal isso é um intercambio cultural. A gente vai para fazer parte de uma família que já esta montada na qual já existem regras, então nós somos obrigadas a nos adaptar com tudo. E nós somos uma parte muito importante na vida dessas crianças, então temos que tentar ao máximo fazer tudo funcionar.
Ps. Não quero causar polêmica, isso aqui é a minha opinião pela experiencia que eu tive aqui!
Beijinhos
Obrigada pelas dicas Stephanie, gostei bastante!
ResponderExcluirEm relação a ir disposta para adpatar-se e com mente aberta, concordo plenamente, afinal, é um intercâmbio cultural para ambos os lados, nós e eles.
E como ouvi em uma palestra de Au Pairs ontem, não é certo nem errado o jeito deles, é apenas diferente do nosso, e grande parte do sucesso em nosso ano depende de nós, Au Pairs, afinal eles já abriram a porta da casa deles para nós e nos confiaram os filhos, seus bens mais preciosos!
Beijokas
Nath,
www.brazucaupair.blogspot.com