Galerê, muito
prazer! Meu nome é Camila Loureiro, e todo
dia 20 estarei por aqui. Pra começo de conversa vou rapidamente contextualizar
minha situação:
Tenho 25 anos, de
sonho, de sangue e de américa do sul e estou nas etapas finais para meu
embarque para Houston-Texas,: família nice, com duas
kids (girl 13 e boy 10), 4ª Au pair deles, primeira brasileira. Trabalho
A LOT, me formei em Produção Audiovisual, tento terminar Ciências Sociais e vou
deixar por um ano o namorido, nosso gato e o lindo apartamento que montamos no
início do ano.
Meio doida, né?
Mas essa sou eu...
Pra esse primeiro
post eu resolvi falar sobre um assunto super comentado no “meio Au Pair”:
Rematch. Tá meio grande, eu sei, mas como o assunto pode ser *polêmico* preferi
deixar o mais claro possível.
Sim, ainda nem
cheguei nos EUA e já tô falando disso. Mas por que? Bom, desde que
comecei este processo este tem sido o trend topics no meio das minhas
pesquisas, o que é bem óbvio, afinal de contas esse é, acredito eu, o maior
medo de uma/um au pair. Não o rematch em si, mas tudo que pode acontecer pra o
famigerado bater a sua porta.
Daí que comecei a
estudar o assunto, principalmente porque, pelo que notei, os índices não são
pequenos, as probabilidades aparentam ser altas, e é um tema SUPER recorrente
no grupos do Facebook. (juro que ainda faço uma pesquisa com dados reais,
comprovados cientificamente! Hahaha)
Acontece que, na
maioria esmagadora dos casos, a HF é apontada como o motivo dos rematchs. Mas e
quando o motivo é a Au Pair?
É
claro que há famílias realmente assustadoras, e não nego que em muitos casos há de fato maus tratos e abusos. Mas assim
como há HFs “do mau”, há muitas Au pairs
que não ficam para trás. Né por nada não, mas há muitos absurdos publicados sem
o menor desconfiometro!
Vou
tomar a liberdade de listar alguns pontos que tenho observado como possíveis
causas para os rematch (excetuando-se, claro, os casos em que as HFs realmente
são monstruosidades):
1. O
processo de seleção das agências não é confiável.
Isso vale para os dois lados,
inclusive. As seleções são feitas em velocidade relativamente alta, e caso você
tenha a documentação toda em dia, não demorará muito tempo para que fique
on-line. Acontece que a suposta checagem de referências não acontece e, ao meu
ver, as análises das atendentes das agências são extremamente superficiais.
Você até faz uns testes psicométricos e tal, mas não vejo isso como um método
100% seguro. O mesmo acontece com a avaliação das HFs. Daí ter um monte de
gente doida dos dois lados. Fora isso, no processo de entrevistas com as
famílias, tudo é feito muito rapidamente, de forma acelerada. Acho que assim como
as Au Pairs querem correr pro abraço match, as HFs se empenham pouco em
esclarecer tudo.
2. Falta
de experiência.
E
não é só com crianças que eu tô falando. Este é um programa pra jovens, ok?
Isso significa que, indubitavelmente, temos pouca experiência de VIDA. E isso
inclui relação familiar, a dois, de trabalho e por aí vai. Mas não ter nenhuma é extremamente complicado. Vi por aí muita garota que nunca trabalhou na vida,
mal saiu do colégio, teve empregada doméstica a vida toda e vai ser au pair.
Óbvio que há exceções, tendo meninas muito maduras, responsáveis e coisa e tal
sendo bem jovens. Mas isso não é a maioria, é uma minoria bem minúscula. Aí vai
a criatura, toda despreparada da vida, ter praticamente o primeiro emprego, num
país estrangeiro, morando com os chefes, cuidando de crianças, tendo sob sua
responsabilidade nada mais nada menos do que carro, telefone, a casa onde mora
e filhos que NÃO SÃO SEUS!!! E, for God’s sake, é difícil entender isso...
Cansei de ver Au Pair por aí reclamando do irreclamável, principalmente com
relação às benesses concedidas pelas famílias (que incluem carro, telefone e
tudo mais, que, é bom frisar, não são obrigações). E que fique claro: uma coisa é não cumprir o acordo. Outra muito
diferente é ser questionado por regras que não foram discutidas. Por isso a
importância do “pergunte tudo”. E sejam autocríticas(os), por favor. Se você
viveu até seus 20 anos nas condições listadas acima, pergunte-se se você
realmente está disposto a ter que dar satisfações, engolir sapos e ter
responsabilidades de uma vida adulta da noite pro dia.
3.
A ansiedade para obter um match.
Eu
sei o que é isso, tá? Mas é preciso controle. A galera fica de-ses-pe-ra-da por
um match, e sai fechando com a primeira família que aparece. E isso tem muito a
ver com o item 2. Façam escolhas conscientes e
responsáveis. Claro que podemos errar, fazer uma escolha equivocada, por mais
que você troque 5000 emails e faça 300 skypes, você pode chegar lá e ser tudo diferente. Todas(os) estão sujeitos a isso.
Mas é preciso atenção e sinceridade consigo mesmo: sou capaz de aguentar 5
crianças ao mesmo tempo? Vou cumprir com meu curfew? Serei capaz de dar
satisfações quando for perguntada(o)?
4.
Escolher o programa equivocadamente.
Acho
que quem anda por aqui tá careca de saber que este é um dos modelos mais
baratos de se fazer um intercâmbio. Mas isso não significa que ele é melhor pra
você por isso. Afinal, o que adianta você pagar por tudo, ir e ter que voltar
em 3 meses? Isso é uma tecla batida, mas “gostar de crianças” ou “querer
aprender inglês” não são o suficiente pra encarar essa jornada. Tem que ser um
conjunto de fatores pra que você realmente decida que é isso que você quer
para, pelo menos, 1 ano de sua vida.
5. Dificuldade em seguir regras.
Se você é aquela pessoa que não consegue respeitar a
menor das regras, repense. Você tem que estar muito disposta(o) a seguir as
normas estabelecidas naquela casa (dentro dos limites da razoabilidade e bom
senso). E com certeza você irá descobrir mais do que você sabe quando chegar
lá. Existem palavras indispensáveis no vocabulário aupairiano, e flexibilidade
e tolerância estão neles. Considere incluí-las juntamente com paciência e
disposição.
6.
Não saber dialogar.
Muitas
chegam sem saber falar inglês razoavelmente. É aceitável, você está lá
para aprender e se a HF fechou com você, sabe disso. Mas se você chegar lá sem saber FALAR, minha irmã, meu irmão,
você tá (como boa baiana soteropolitana) lascado. Se você não souber conversar sobre toda e
qualquer questão, seus dias serão difíceis, e quando você se der conta, o
problema vai tá maior que os EUA todo. É uma bola de neve. Seja sempre claro,
objetivo e sincero com tudo que se passa. Vejo muita menina querendo dar o
drible da vaca nas famílias porque fez caca, não soube consertar, e não sabe falar.
Sabe o que constrói relações? Sinceridade e honestidade. E sabe o que isso
traz? Confiança, que é item indispensável para um bom convivência com a HF.
Conheci algumas meninas que quando chegaram tinham curfew, limite de distância
com o carro e etc, e após um tempo, por manterem uma relação completamente
aberta com as HF (e isso inclui dizer a verdade e admitir erros) tiveram as
regras derrubadas, pois havia confiança suficiente para tal.
Conclusão:
Já
deixei claro que há HFs problemáticas e que elas são muitas, mas ainda levanto a bandeira: há au
pairs tão complicadas quanto. Por isso, na hora de ter medo de um possível
rematch no futuro, se certifique de estar nesse barco pelas razões certas, consciente
do que está fazendo. Autoanálise e autocrítica (como eu disse lá em cima) são
sempre bem-vindas. Não quero dizer com essa publicação que eu sou o oráculo
sobre o assunto! Isso é apenas uma impressão sobre uma observação que venho
fazendo ao longo desses 8 meses, através de depoimentos e publicações de au
pairs conhecidas ou não. E só pra constar: um rematch pode vir pra qualquer uma de
nós. Só tente certifica-se de que você fez de tudo para não ser o motivo do
mesmo.
Só uma coisa: CONCORDO COM TUDO! Não to defendendo as HF's, massss sabe admitir que tem muita Au Pair com a cabeça no mundo da lua é ótimo!!!
ResponderExcluirsaber*
ResponderExcluirAdorei seu primeiro post Camila. Ja vi que vai arrasar aqui :)
ResponderExcluirBeijos
Também concordo Camila.. Faz quase um ano que estou pesquisando, leio muitos blogs, vejo vlogs e ja fui a varias reuniões em difere tes agências e só não fui ainda pois não estou trabalhando e preciso juntar o dinheiro.. Mas sei que quanto mais eu 'pesquiso' melhor é pra mim, pois é muito bom aprender com os erros dos outros! Boa sorte no seu embarque! ;)
ResponderExcluirCamila, sua LINDA!!!!
ResponderExcluirFiz um post parecido há um tempo atrás, que acho que você também vai gostar de ler. Parecido e ao mesmo tempo não tem nada a ver! "E se este não for o programa certo"
http://oblogdas30aupairs.blogspot.com.br/2014/06/e-se-este-nao-for-o-programa-certo.html
Eu ADOREI seu post e já divulguei ele nos meus grupos e página no face (sou agente de au pairs) e achei importantissimo que elas tenham outra visão sobre o assunto ;)
Beijãããão
Gatas, muito obrigada pelos comentários!
ResponderExcluirFernanda, realmente espero continuar com bons posts! Vou tentar correr da falta de criatividade!
Nadja, que bom que isso pode ser útil pra outras garotas! Ah! E super li essa sua postagem tempos atrás! Selecionei ela aqui pra linkar na minha publicação, e me passei! Shame on me!
Beijos em todas, e até mês que vem!
Concordo plenamente sobre tudo falado nesse post! As pessoas precisam entender que esse não é um intercâmbio fácil que você vai lá e só estuda etc e tal. Não, é muito mais além do que isso. Enfim, você falou tudo! Adorei.
ResponderExcluirBeijos
May
http://mayaupairnoseua.blogspot.com
Adorei Camila, seja bem vinda. Eu leio bastanteeee antes de ir, tô me programando ainda, mas a um ano mais ou menos venho lendo, tô só juntando o dinheiro. Obrigada pelas dicas. Beijão.
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