Pessoas que largaram tudo para se aventurar nesse mundão de Au Pair!

25 outubro 2014

Oops, e agora?

Vire-se nos trinta (e em alemão!) e vamos ver do que você é capaz! *risada malévola*
Ou então você pode ler as historinhas abaixo e rir da minha desgraça ;D Eu deixo você rir porque agora já passou e é engraçado e eu gosto de lembrar porque no fim deu certo. Maaas na hora eu tive vontade de correr para as montanhas (da Áustria e cantando 'the hills are alive with the sound of music' oooh)!




Caso 1: eu tinha um telefone celular com chip alemão, que a família tinha lá em casa para as Au Pairs. Era pré-pago e quem recarregava era a minha mãe postiça. Era só eu pedir pra ela e, puuuf, no outro dia eu já tinha 15€ de créditos outra vez. Até que chegou a semana que eu ia viajar com minhas amiguinhas, ficaríamos dezesseis dias fora e eu pedi pra minha mãe postiça recarregar meu telefone. No dia anterior à viagem ela vem pra casa com o código da recarga e... não dá certo! E ela ficou braba que eu tinha colocado o chip no meu celular brasileiro e que tava todo em português e ela não conseguia mexer. Ela desistiu e saiu para um jantar com o marido e me deixou com o número para eu ligar e resolver o problema. Nessa noite ficamos em casa o guri mais novo, de oito anos, e eu. Deixei-o na sala vendo um filme e fui pro telefone. Liguei pra tal da telefônica e uma gravação me atendia, me dava trezentas opções e eu tinha que falar a palavra do atendimento que eu queria, tipo “Kredit” ou “Konto”, e aí eu falava a palavra  e a gravação não me entendia, e eu não entendia a gravação. Até que quando eu ouvi pela QUARTA VEZ, eu entendi que se eu falasse “Personellabteilung”, eu seria atendida por uma pessoa de verdade!!! Como eu fui feliz quando uma mulher me atendeu com um “Guten Abend! Wie kann ich Ihnen helfen?” \o/ Contei a historinha do meu problema, que o código de recarga que eu comprei não funcionava e agora eu não sabia o que fazer. Ela me perguntou de onde eu era, porque eu me embasbaquei supimpa pra contar a historinha pra ela, e aí eu ficava nervosa e ela me dizia “calma, fala devagar que eu to entendendo”. Foi hilário! Por fim, ela pediu o código (pequenino de doze números) e minha recarga foi feita! No que eu desliguei o telefone, fui correndo até a sala e pulei em cima do guri pequeno, que tava num puff, e fiquei dizendo “Ich habe es geschaft! Ich habe es geschaft!” (Eu consegui! Eu consegui!). O guri riu horrores e, por fim, me disse “então senta aí e comemore vendo o filme comigo”.



Caso 2: Eu mandava caixas pro Brasil, pela DHL. Vocês já repararam em como a gente acumula tralhas? Caraca! Era muita coisa e nunca que caberia em duas malas de 32kg quando eu fosse voltar pra casa. Então comecei a mandar caixas. Eu podia ou levar a caixa até o correio ou comprar pela internet com o pedido de virem buscar em casa. Como as minhas caixas eram de 20kg eu comprava pela internet e pedia pra virem buscar. Aí o próprio site já fazia a etiqueta com as informações que eu preenchia e era só imprimir e colar na caixa. Poréém, estávamos sem impressora lá em casa, aí eu mandava a etiqueta por e-mail pra minha mãe postiça, ela imprimia no escritório e me trazia. Da primeira vez no mesmo dia minha mãe postiça já me trouxe a etiqueta, porém na segunda vez ela esqueceu e eu tinha marcado pra virem buscar no dia seguinte. Lá fui pro site da DHL no chat online pra tentar mudar a data de coleta. Na fala dá pra enrolar um pouco né, falar um ‘ein’ disfarçado de ‘einer’ ou ‘eine’, ou uma terminação disfarçada de outra coisa, agora escrevendo nãão dá pra enganar!! E pra minha sorte eu peguei um cara super mal humorado pra conversar que não queria de jeito algum entender que eu queria apenas mudar a data da coleta do meu pacote! Eu fiquei quase duas horas conversando com o cara para que ele entendesse isso. Depois disso eu sempre marcava a data da coleta pra uns dois ou três dias depois, pra eu não precisar enfrentar os atendentes online da DHL outra vez. Lição aprendida!

Caso 3: Liguei para a minha avó, do telefone fixo lá de casa. Minha avó no Brasil, eu na Alemanha. Primeiro, claro, eu perguntei para a família postiça se poderia usar o telefone para ligar para a minha avó, porque ela não tinha skype e eu tava com saudade. Ok, pode usar. Peguei o telefone, disquei os 900 números de chamada internacional (uhull!!) e fiquei de papo com a minha avó, como se não houvesse amanhã e eu pudesse pagar a conta telefônica com sal! Quando eu desliguei, vi no visor do telefone "Dauer: 00:47:35". Oi? Eu fiquei quarenta e sete minutos no telefone????? Desesperei-me dez vezes e mais oitenta depois disso, e comecei a pensar: Supondo que cada minuto fosse cinco euros, essa ligação daria uns 240 euros. Um mês de trabalho. Tá, tudo certo. Nada certo, na verdade, mas ia fazer o quê? Eu que não controlei o tempo. Devolvi o telefone à base, no corredor, e segui para a sala, para contar a linda novidade aos meus pais postiços. Em alemão foi algo assim o que eu disse "Bitte entschuldige mir, aber ich war mehr als eine halbe Stunde am Telefon.." (por favor, desculpem-me, mas eu fiquei mais de meia hora no telefone) e aí tentei fazer a cara do gato de botas. A cara do gato de botas não funcionou. Minha mãe postiça arregalou os olhos, e eu instintivamente disse que eles podiam descontar do que fossem me pagar. Meu pai postiço me olhou, deu uma risada do mal e disse que não tinha problema, desde que eu me controlasse da próxima vez. Eu nunca soube quanto eles pagaram por aquela ligação.

Outras historinhas desesperantes eu conto nesse post aqui ;D
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Mel SSchiewe

Um comentário:

  1. Caramba,que desespero essa do telefone!! E que bom que seus pais eram de boa. hahaha Eu também tenho o maior "medo" de usar o telefone embora sejano máximo p minha prima que mora na cidade vizinha :P

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