Pessoas que largaram tudo para se aventurar nesse mundão de Au Pair!

24 novembro 2015

Se um dia eu pudesse ver meu passado...



E fizesse parar de chover nos primeiros erros ...

Se eu pudesse voltar no passado, com a experiência de quase um ano e meio como au pair, de 4 crianças e com a mesma família, eu teria dado a mim mesma os seguintes conselhos: 

1. Quatro crianças: no way ! Pelo menos com idades tão próximas como as minhas (8, 6, 4 e 2). Sempre há conflitos entres eles e personalidades, gostos e temperamentos diferentes e administrar isso ao mesmo tempo não é fácil. E não se iluda, porque todos vão para escola. Lembre-se das férias, dos dias de neve, a hora de prepara-los para o café da manhã e os horários que você tem que lidar com todos ao mesmo tempo. Pense nisso. Não é impossível, mas também não é nada fácil.
2. Dado maior atenção ao meu match. Eu tinha vindo de quase dois match com famílias que eu realmente queria fechar e que no final acabaram não dando certo. E quando minha família atual apareceu, estava tão cansada de tudo e acabei fechando nas "coxas" e não parando para pensar sobre as entrelinhas: quatro crianças, mãe divorciada... Portanto pensem bem, sejam criteriosas, perguntem tudo e mais um pouco, é o ano da vida de vocês. Mesmo assim não é garantia achar a família ideal ou a perfeita como chamam, que aliás não existem, podemos chamar de famílias boas.  
3. Mãe divorciada: no Brasil mais do que comum ter mães solteiras, divorciadas e que criam seus filhos com dedicação e esforço próprio. Mas falando em americanas, isso não é bem assim (não vou generalizar, porque conheço ótimas mães americanas, mas na maioria que eu conheço) elas não fazem muito esforço para educá-los e criá-los. Acabam terceirizando isso. No meu caso, acaba sobrando para mim, a "ausência do pai" e acaba sempre desestruturando as crianças, tanto no aspecto emocional e comportamental. Porque sempre existe aquela "guerra" quem eles amam mais, o pai ou a mãe, e as crianças vivem no mundo de mimos, de que tudo pode. 
4. Saber se impor: muitas vezes a insegurança com o inglês, fez com que me calasse várias vezes, em que eu estava certa e devia falar. Erro grave ! Falem, não fiquem caladas, exponham tudo, se não pessoalmente, façam por e-mail (além de servir como documento, caso eles queiram inverter a situação para o lado deles). Tenham em mente que temos nossos direitos e eles devem ser respeitados. Lute por isso! E não deixem ninguém humilhar vocês. Rematch dá medo, sim, tive medo e não optei pelo rematch (outra falha minha).  Se a família não entender seus direitos, tenha certeza de que eles não são a família para você. 
5. Vir com namorado: assunto polêmico, porque tenho até um post aqui que meu ex-namorado escreveu antes de me aventurar no intercâmbio. O fato é o seguinte, isso é minha opinião, namoro à distância é complicado, ainda mais se tratando deste programa que muda nossas vidas complemente. É um programa de vivência e amadurecimento diário. Se eu soubesse o quanto doloroso seria manter o relacionamento à distância, teria terminado estando no Brasil. Ainda mais, quando se existe o término, aí torna tudo muito pior, a dor, a saudade, o pensamento será que fiz a escolha certa? Será que vale a pena ? Eu digo que sim, vale a pena a experiência de ser au pair, não tenha dúvida, perdas e ganhos fazem parte da vida. Eu teria vindo solteira, encerrado meu ciclo no Brasil e vir aberta para um novo ciclo, uma nova vida. Nossa cabeça muda. Tudo muda ao nosso redor, as coisas de antes não fazem mais sentido na nossa cabeça. Sempre se coloque em primeiro lugar ! Sua felicidade em primeiro lugar, sempre ! 

Mas hoje não posso voltar atrás e corrigir meu erros, mas posso vir aqui e compartilhar com vocês. São vários, e eles vem diariamente na minha cabeça, como uma retrospectiva de tudo vivido até aqui. Mas vou deixá-los para os próximos posts ! É isso ae ! Até próximo mês e Happy Thanskgiving :)  


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Confissões de uma Au Pair

Um comentário:

  1. Amei o seu texto! Happy thanks giving atrasado. Você está certíssima em relação ao conselho de não deixar de falar as coisas. Em contraponto, eu entendo sua situação. Deve ser dificil demais tomar a decisão de pedir rematch. Quer dizer, estamos "sozinhas" num país. Não temos o conforto e a segurança de casa para sabermos que mesmo que nada saia da forma como esperamos, no final fica tudo bem.
    Te desejo muita sorte e sucesso, você é uma guerreira!
    Beijos de uma nova admiradora da sua jornada. Geovana. :)

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