Querida você,
Eu sei que seus sonhos te dão medo. Mas você não era tão medrosa assim quando tinha cinco anos e lutou com a coleguinha do jardim de infância porque queria brincar de esconde-esconde e ela de casinha. Eu sei que tudo parecia tão mais fácil antes do que agora, porque você não tinha responsabilidades e nem escolhas a fazer. Aí é que você se engana. Seus pais acharam um máximo quando você disse o nome deles pela primeira vez aos dezoito meses, sendo que a maioria das outras crianças aprendeu um pouquinho mais tarde. Foi você. Quem teve a coragem, mesmo que inconsciente, de fazer diferente quando poderia ter sido igual aos outros.
Não estou dizendo que ser igual todo mundo seja ruim, mas sabe, teria sido um grande desperdício de espontaneidade guardar suas primeiras impressões da vida porque nem todo mundo estava pronto, mas você estava. É sobre isso que estou falando. Por mais que todas as outras pessoas te digam sobre o melhor caminho a ser seguido, é dentro do seu silêncio que a verdadeira resposta grita e deve ser exatamente por esse motivo que te abala tanto. O barulho incomoda, mas não tira o sono. O silêncio sim. E você será eternamente condenada pela sua mente que ecoará aquele “e se” capaz de destruir qualquer outro projeto futuro.
Se tiver que ir, vá. Se tiver que ficar, fique. Mas em paz. Foi a partir de uma decisão que sua história começou e a partir de outra que ela termina. Permitir que o medo do novo tire o gostinho do sucesso da boca não é corajoso, mas o que eu realmente quero dizer é: se ainda preferir não sentir esse gosto, tudo bem. Foi a sua escolha, e não ousou ser menos doce por isso. Tudo bem. Eu te entendo. Não existem escolhas perfeitas, mas certas. Para o momento, a vida, o namoro, o emprego e até mesmo para quem você quer se tornar. Foi por isso que chegou até aqui, então seja qual for a decisão que tomar, tenha coragem. Porque se eu pudesse te dar apenas uma coisa no mundo todo, seria isso: coragem.
Ass. De alguém que tenta ter coragem, mas que ainda assim, falha. Podemos tentar juntos, porque não?
Por Beatriz Bigarello
Um dos melhores textos que ali aqui no blog. Parabéns!
ResponderExcluirObrigada Rosinha! Fico MUITO feliz que tenha gostado! :)
Excluir