De repente você pega todos os seus medos, sonhos, tristezas e alegrias e coloca numa mala com a certeza de que quer fazer algo diferente. Você não sabe exatamente como vai funcionar a nova cultura, a comida, hábitos e trejeitos da sua futura host family. É claro que através do Skype, você imagina um possível jeito de ser das crianças, suas brincadeiras favoritas e já fica imaginando pela carinha deles, a birra que pode vir depois do primeiro "NÃO" dito. Mas é tão boa a sensação de estar disposta de corpo e alma para a nova aventura, que os detalhes futuros não te preocupam tanto assim. Deixar pai, mãe, Tico (o cachorro) e namorado para trás, não significa que eles estejam realmente sendo esquecidos, muito pelo contrário, quando você decide fazer isso, sabe que todo o esforço da dor da saudade será apenas o jeito que encontrou de dizer que os ama tanto e por isso decidiu se desenvolver ainda mais como pessoa porque sabe que eles terão orgulho de você.
Cada pessoa tem suas próprias razões para sair de casa, dizer não à um trabalho legal, sim para o desconhecido e talvez para as novas ansiedades que surgirão pelo caminho - ah! Elas sempre surgem. - e ainda assim não significa que você esteja preparada para elas - talvez um dia, mas não agora. Faz parte dos erros cometidos criar expectativas de Cinderela para a nova vida, perceber que a experiência não é tão mágica assim e depois perceber que o encanto que você queria ver sempre esteve ali, você só precisava moldá-lo, para que seus olhos cansados dos chorinhos das crianças de cada dia fizesse aquele sentido especial do mesmo jeito que um ninho de filhotes de cachorro te faz sentir que felicidade mora no olhar sagrado do cotidiano.
Talvez você nunca seja uma Au Pair, porque o programa pode não ser pra você, talvez você seja uma ótima, porque encontrou o programa da sua vida. Seja como for, saiba que não vai ser fácil e muito menos mágico. Mas é como eu disse antes, quando as coisas não são do jeito que a gente sempre sonhou é muito melhor pois temos a possibilidade de construir nosso próprio castelinho de lutas diárias que nos fazem ser quem somos.
lindo texto, realmente é isso aí....
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