Oi pessoal, tudo bem?
Já faz algum tempo que venho recebendo
perguntas de au pairs e futuras au pairs sobre este tema, tanto no meu
instagram como no facebook e por isso achei que seria legal conversar sobre
isso aqui com vocês!
Como já falei algumas vezes, eu fui au pair em 2009 e hoje,
de volta ao Brasil, sou psicóloga e divido meu tempo aqui entre o consultório e
atendimentos online (em especial para au pairs).
Uma descoberta recente a meu
respeito foi o diagnóstico tardio de TDAH (e talvez por isso vieram as dúvidas sobre o tema), e algumas meninas me perguntaram tanto sobre o que é transtorno
de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), como pediram dicas para lidar
com crianças diagnosticadas, se é muito difícil lidar com crianças TDAH ou se
devem aceitar hostfamilies com kids TDAH, etc.
Vamos começar pelo “mais fácil”, né?!
Devo aceitar uma host family com criança que tem TDAH? Elas
são fáceis de lidar?
Penso eu que “cada um sabe aonde aperta o seu calo”. Algumas
crianças com TDAH são mais calmas, porém mais distraídas, desatentas e ajudar no dever de casa por exemplo, pode ser um trabalho que exija um pouco mais de paciência; outras
não param um segundo, nem para assistir TV ou brincar no tablet. Tudo depende
de conversar com a família, descobrir um pouco mais dessa criança e saber se
este tipo de criança/família é ideal para você.
O transtorno de déficit de atenção é um transtorno
neurobiológico, que se caracteriza por sintomas de desatenção, hiperatividade e
impulsividade. Essas 3 características são BEM comuns em todos nós, né (até ouso dizer que em um
mundo onde todos querem tudo para ontem, todos tem um pouco delas), mas é bem
importante lembrar que elas precisam atrapalhar no dia a dia da pessoa de
forma significativa, e em várias áreas da vida dela.
Para lidar melhor com a sua host kid com TDAH, também é
importante saber que o TDAH se divide em 3 subtipos: desatento, hiperativo e
combinado, pois as crianças de cada subtipo tem um jeitinho diferente de ser.
Os desatentos, como o próprio nome já diz, são crianças distraídas, daquelas
que você precisa falar MIL vezes, e ainda assim (as vezes) elas não entenderão, pois
estavam distraídas com uma mosca que passou voando por ali. Os hiperativos/impulsivos são
aquelas crianças que não param, que remexem as pernas na cadeira, correm para
todo canto, são mais agressivas e muitas vezes não medem as palavras – são impulsivas
(e depois se arrependem, pois falam as coisas, ou brigam realmente sem querer).
O subtipo combinado reúne os dois subtipos anteriores.
Mas e aí? Como lidar? Apesar de serem diferentes, a criança
com TDAH tem algumas necessidades bem parecidas.
1)
Autoestima baixa
Muitas vezes, por não conseguir
prestar atenção na aula, a criança com TDAH tem dificuldade de fazer as lições
de casa, ou até mesmo na escola. O sentimento de inferioridade nessas crianças
é muito grande e muitas vezes piora quando em casa, ela ouve frases negativas
como “mas você não copiou/aposto que seu amigo fez/está tudo pela metade”. Elogiar o que foi feito incentiva a criança a
continuar fazendo e dá um fôlego a mais para seguir em frente!
2)
Seja objetivo
Com a criança com TDAH não
adianta explicar muito. As regras precisam ser claras e objetivas: Fulano,
depois desse vídeo, vamos tomar banho. Sem enfeites, sem explicar muita coisa,
pois isso daria margem para se abrir uma janela imensa de imaginação. Alguém
lembra de “O fantástico mundo de Bobby”? É bem assim! Regras claras e objetivas
trazem a criança para a realidade.
3)
Ensine sobre os sentimentos e converse sobre
eles.
Essa regra vale para qualquer
criança. Ensinar sobre os sentimentos é MUITO importante, para eles, para nós e
para qualquer idade. O filme “divertida mente” é sucesso e faz muito bem esse
papel.
Crianças tem muita energia, as
com TDAH (do subtipo hiperativo/impulsivo em especial) tem ainda mais. Reserve
um momento do dia e coloque o pequeno para mexer o corpitcho. Vale uma corrida
outside, jogar bola ou até mesmo uma série de vídeos de dança para sacodir o
esqueleto (e você dançando junto será ainda mais divertido, mesmo que a gente
não tenha taanta energia assim).
5)
Estimule a independência.
Muitas vezes, crianças com TDAH
se sentem incapazes, principalmente pela baixa autoestima. Separe um tempo para
ensiná-lo pequenas tarefas, como (dependendo da idade, claro) arrumar a cama,
separar as roupas para a laundry ou até te ajudar a preparar uma refeição para
a família. Ter autonomia melhora a autoestima, a autoconfiança, desenvolve a independência
e deixa as crianças mais felizes com elas mesmas.
Bem pessoal, por hoje é isso!
Espero que este texto responda as perguntas de vocês e ajude
quem já está cuidando de uma kid TDAH! Não é um bicho de sete cabeças e pode
ser um aprendizado para a vida toda!
Aguardo vocês no próximo mês!
Abraços,
Júlia
B Benedini - Psicóloga
CRP:08/14965
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