Pessoas que largaram tudo para se aventurar nesse mundão de Au Pair!

30 março 2019

Homesick reversa? Comaçim?

2 anos de au pair, morando sozinha, com carro próprio, falando inglês todo dia e uma bagagem de vida pesada demais pra voltar à vida que tinha antes do programa. Pra quem já se adaptou muito bem à vida nos States, voltar pra casa não é uma decisão muito fácil de se tomar.

Finalizei meu programa de au pair em 2017 e voltei pro Brasil em março. Ficar não era opção, tinha me decidido antes mesmo de embarcar. Sempre enxerguei o programa de au pair como uma fase da minha vida, que teria começo, meio e fim. Me manter positiva a cada relacionamento e experiência vivida desde então me ajudou a me tornar uma pessoa mais confiante e determinada. Muitas pessoas me falam que minha história inspirou eles a tirar os sonhos do papel. Acredito que voltar pro Brasil ascendeu uma luz na cabeça de muitas pessoas, isso torna esse processo ainda mais prazeroso.

As pessoas viviam falando da tal  ‘homesick reversa’ e eu achava que era coisa da cabeça delas. ‘Já passei por isso uma vez, voltar vai ser sussa’, eu dizia.



Quando cheguei ao Brasil a maioria das pessoas estava diferente do que eram quando eu parti, e foi difícil ver as pessoas que eu amava com personalidades, propósitos e objetivos diferentes. Mas no fundo, eu também não era mais a mesma. Então aceitei as diferenças e deixei meu coração aberto pra conhecer pessoas novas e viver novas experiências com os velhos amigos. Afinal, foram 2 anos sem compartilhar momentos, não é?

Acredite se quiser, o mundo não gira em torno de nós, e a vida não pára de acontecer pq estamos longe. E foi mais ou menos isso que eu tentei não acreditar ser verdade. Os amigos, a consideração e o amor ainda existiam, mas as pessoas não eram mais as mesmas. Nem eles, e nem eu. É muito curioso quando não sentimos o tempo passar e as mudanças acontecerem quando estamos perto das pessoas que amamos. Mas mais curioso ainda é ver que dois anos longe deles, crescendo separadamente podem criar abismos entre relacionamentos.





Ainda sou amiga de todos que deixei no Brasil, mas sinto que hoje não temos mais a mesma ligação que tínhamos antes da minha partida. Amadurecemos à distância, e a nossa amizade sentiu isso. E tá tudo bem. O intercâmbio também me ensinou a aceitar as pessoas como elas são e aproveitar ao máximo as fases compartilhadas juntas. Afinal, a vida de au pair é uma eterna bem-vinda/despedida.

Agora, o lado bom da distância + redes sociais, pra mim, foi ver o quanto as pessoas que menos esperamos acompanham e compartilham momentos com a gente. O facebook me aproximou de muitas pessoas. Sou muito grata à todos que acompanharam minha rotina de au pair e se fizeram presente mesmo que com comentários no Facebook/Instagram. Hoje, dois anos depois da minha volta, vejo que as amizades que eu tinha antes não são mais flores, frágeis e delicadas. São arvores com raízes, que permanecem fortes dentro de mim mesmo com ventanias e tempestades. E que todos aqueles colegas de redes sociais fizeram parte do meu crescimento pessoal e profissional. Eles são as novas flores no meu jardim.

A homesick reversa bate sim. Mas depois que ela passa, a gente descobre um monte de coisas novas que vão tornar nosso novo eu numa pessoa ainda mais completa e feliz.


Você passou por isso quando voltou pro Brasil? Ainda tá no intercâmbio e fica imaginando como seria sua volta? Divide comigo sua experiência comentando aqui. Obrigada pela companhia. =) 

Vania Boone

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ninhapelomundo

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