Pessoas que largaram tudo para se aventurar nesse mundão de Au Pair!

19 agosto 2019

O impacto que a decisão de ser Au pair teve na minha vida





Esse é meu último post para o blog e, como seu sou do contra, deixei para me apresentar e contar a minha história só agora.


Eu sou de São Paulo e aos 23 anos, tinha terminado um relacionamento de três anos e estava super heart broken. A ideia de morar fora sempre foi um dos meus maiores sonhos e eu já tinha a ideia de ser Au Pair desde os meus 19. 


De começo, pensei nos USA, que era mais popular. 

Mas eu não dirijo e não tinha vontade de aprender (e ainda não tenho hahaha). 



Daí,me apareceu a Holanda que tinha zero exigências de carteira de motorista. E a ideia de viajar pela Europa me encheu os olhos. 

Pronto, seria a terra dos moinhos!


Eu não tinha experiência com crianças. Eu sempre ajudei minha mãe com as minhas duas irmãs mais novas e de vez em quando olhava meus priminhos. Mas era isso e pra falar bem a verdade, eu não sabia muito bem se iria gostar de cuidar de crianças. Paciência nunca foi o meu forte hahahaha.


Depois de toda a triagem com a agência, fui aprovada e meu perfil estava online para as famílias. Conversei com uma potencial host family que acabou não me escolhendo. Fiquei devastada. 

Depois disso, conversei com uma família que buscava a primeira Au Pair deles. 
Deu MATCH! 



Isso aconteceu em julho, 2016 e eu só embarquei em outubro (porque a família estava num processo de mudar de casa e etc).


Eu lembro muito bem dessa sensação entre preparar o visto, as malas, todas as despedidas, a ansiedade de realmente sair da minha zona de conforto. Eu juro que eu lembro mesmo de tudo o que eu senti desde o embarque, até encontrar a minha host no aeroporto, o caminho no carro, a chegada na casa e a felicidade de ver tanta coisa nova pela primeira vez. Com certeza, será uma memória pra vida toda. 


Eu tinha uma host family MARAVILHOSA na Holanda. Meus hosts eram extremamente educados, gentis e sempre me incluíram em tudo o que eles faziam sem tirar a minha privacidade. Eu cuidava de três meninos (que não falavam NADA de inglês) e que tinham muita, mas muita energia pra gastar. Eu me apaixonei por eles e me diverti muito com as nossas brincadeiras improvisadas.


Claro que a convivência bate, claro que tem horas que você só quer sumir ou ter uma casa só pra você, claro que terão momentos de homesick.

Mas, posto na balança, os lados negativos foram muito pequenos perto de tudo de maravilhoso que aconteceu durante meu intercâmbio.


Eu decidi ser Au Pair porque sabia que em um ano, eu voltaria pra casa e retomaria a minha vida. Era só um gap year mesmo.


Não demorou mais de três meses para eu desfazer toda essa ideia e colocar uma nova na minha cabeça: quero morar na Europa.

E foi mais ou menos nessa época que eu também conheci meu namorado (holandês).


Quando meu ano de Au Pair estava chegando quase na reta final, eu comecei a traçar planos de como eu continuaria na Europa. Eu iniciei uma busca sem fim e, por sorte (leia-se privilégio), eu descobri que poderia aplicar para o reconhecimento da minha cidadania italiana.

Eu pesquisei MUITO. Fiz tudo sozinha do começo ao fim.


Tudo pronto, eu seria Au Pair (de novo!), dessa vez na Bélgica. A ideia era aplicar para a minha cidadania no consulado italiano de Bruxelas, já que como residente legal no país (devido ao visto de Au Pair), eu teria o direito de usar esse tipo de serviço consular.

Importante dizer aqui que isso valeu unicamente para a Bélgica. Não são todos os consulados italianos (de outros países), que aceitam o visto de Au Pair para que você comece seu processo de cidadania italiana.


Meu ano de Au Pair em Breukelen (cidadezinha da minha querida Host Family) acabou, eu voltei para o Brasil por vinte dias. Foi incrível ver minha família de novo depois de um ano.

Foi um período muito intenso pra mim, com várias despedidas e mudanças.

De São Paulo, fui direto para Bruxelas.


Meu ano de Au Pair na Bélgica foi bem mais difícil, com direito a um rematch tenso e tudo mais. A minha segunda host family na Bélgica (pós-rematch) era maravilhosa, mas mesmo assim eu continuava desanimada com quase tudo. Eu estava no meu limite e sentia muita falta da Holanda. Mesmo assim, continuei firme no meu objetivo da cidadania.


Quando a minha cidadania italiana foi finalmente reconhecida, eu chorei de tanta felicidade!

Sem dúvida, foi a maior das conquistas. Mesmo tendo sido MUITO difícil, mesmo com várias pessoas dizendo que não daria certo, que era loucura e perda de tempo. 


Depois disso, eu ainda continuei como Au Pair para a minha host Family em Bruxelas, porque eu não achava justo com eles ir embora antes do meu contrato acabar. Eles eram também uma host family super querida e as kids são as crianças mais especiais do mundo! Não os culpo

pelo fato do meu ano na Bélgica ter sido meio amargo. Era eu quem já estava mesmo cansada de tudo e todos, hahahaha.


Em janeiro de 2019, meu contrato na Bélgica acabou. Foi mais uma despedida pra conta. Me mudei para Amsterdam, arrumei um emprego na minha área e essa é a minha vida agora.


Longa história que começou lá em Breuekelen - Holanda, em 2016 e que eu jamais imaginaria que agora eu estaria trabalhando num escritório na Holanda, europeia e NOIVA!


A vida de Au pair NÃO É FACIL e também não é pra qualquer um. Morar com uma família que você nunca viu,com hábitos totalmente diferentes, com um outro idioma e você ainda vai morar e trabalhar no mesmo lugar? Loucura total.


Mas, sou absurdamente grata por essa fase da minha vida. Foi o começo de tudo e o pilar da realização de (quase) todos os meus sonhos.


Espero que tenham gostado e se inspirado na minha história, nem que seja só um pouquinho. O Au pair pode (e vai!) mudar a sua vida também.


Foi uma delícia escrever por aqui nos últimos meses!

Um beijo já com sintomas de saudade hahahaha.


Letícia Nogueira.


Instagram: @lelenog

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Leticia Nogueira

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