Como comentei no meu primeiro post, o final de 2019 foi cheio de surpresas e emoções, eu estava online pela Cultural Care e tinha começado um novo emprego, depois de três anos na vida de estagiária, consegui um emprego CLT. Antes desse novo emprego, meus planos eram viajar em janeiro, porém com essa nova oportunidade decidi ir em julho, assim eu teria alguns meses para adquirir experiência e conseguir guardar uma graninha também.
Comecei a conversar com as famílias, e o nervosismo do
inglês começou a desaparecer conforme os skypes. Claro que as gafes continuavam,
mas conversei com muitas famílias que tinham paciência e entendiam que o inglês
não era minha língua materna.
Quase fechei meu match com a quinta família que entrou no
meu perfil, eles eram de Nova York, com um filho só, e o que me chamou mais a
atenção, os pais trabalhavam com marketing, minha profissão. Conversei com a au
pair brasileira deles e me encantei com a família, o único problema e foi o que
me fez desistir do match foi a data de embarque, eles queriam uma nova au pair
para o final de setembro, e eu queria ir em junho/julho, e por causa da
promoção que eu peguei na Cultural Care, teria que embarcar até o dia 1 de
setembro.
Fechei meu match em março, com a sétima família que entrou
no meu perfil, também de Nova York, mas com três crianças. Eu estava muito
feliz, me dei muito bem com eles, fazíamos muitos skypes, nos adicionamos nas
redes sociais e eu conversava sempre com a au pair deles. Meu embarque estava
programado para junho. A ansiedade estava a mil.
Até que o coronavírus entrou na jogada, e foi um balde de água
fria em cima de mim, em maio “minha” família cancelou meu match e optou por permanecer
com a atual au pair deles, já que ela é da Itália e estava com receio de
voltar, tivemos uma conversa muito amigável e continuamos conversando sempre,
mesmo sem conviver com eles, sinto um carinho enorme.
Foi nesse momento que eu me questionei sobre ir ou ficar.
Por que ir? Eu tinha acabado de me formar, estava trabalhando em uma empresa
boa, aprendendo a cada dia mais, na minha área de formação. Por que deixar tudo
o que eu construi e tentar a sorte do outro lado do mundo?
Com a cabeça a mil, outras famílias entraram no meu perfil,
mas eu já não estava muito a fim, a ideia de desistir começou a fazer sentido
na minha cabeça, até que uma família entrou no meu perfil, de início, eu não fiquei
muito animada, sempre tive a vontade de cuidar de um casal, e depois de ficar horas
no Google maps olhando Nova York eu não queria ir pra outro lugar que não fosse
lá.
Conversei com essa família sem pretensão alguma, mas me
encantei com o casal jovem que eu encontrei do outro lado da tela, depois de mais
alguns skypes, eu conheci meu kid ( a coisa mais linda do mundo), comecei a
conversar com a au pair deles, também brasileira e que acabou se tornando uma
amiga pra mim. Eles perguntaram se eu queria fechar o match com eles, na hora
eu disse sim! Era para eu ir em agosto, e nós fechamos o match no final de
maio, se não me engano.
A felicidade me consumia, e eu passei muitas horas olhando Raleigh/CN
no Google maps haha até que as coisas começaram a piorar por causa do Covid-19,
tanto aqui no Brasil, como no mundo inteiro.
Mais um balde de água
fria, o cancelamento da emissão do visto J-1. Mas quando é para ser, não tem jeito,
é para ser!
Conversei com a minha família, e disse para eles que tudo
bem se eles quisessem cancelar o nosso match e encontrar alguma au pair que
estivesse no país, mas eles falaram que me esperariam, que dariam um jeito.
A au pair deles voltou para o Brasil tem três semanas, e meu
kid está ficando com os avós, eu sei que não é uma situação fácil para minha família,
e eu estou muito feliz por eles terem escolhido por continuar com o match.
No início do ano eu tinha a sensação de que esse seria o meu
ano, que eu teria experiências incríveis e que seria o melhor ano de todos. Há
6 meses eu estou trabalhando de casa e sem ver as pessoas que eu amo, muitas
coisas passaram pela minha cabeça, mas a principal foi: esse ainda está sendo
meu ano, eu ainda estou tendo experiências incríveis, como: lendo novos livros,
dando mais valor para as pessoas que eu amo, me conhecendo melhor e principalmente
aprendendo a cada dia como viver essa situação inusitada, que eu nunca imaginei
que passaríamos.
Tudo isso me mostrou uma nova perspectiva, e eu tenho
certeza de que quando tudo isso terminar eu serei outra Bruna, a vontade de
fazer uma mala e ir viver o novo e inesperado fala cada dia mais alto dentro de
mim e eu conto os dias pra embarcar.
Espero voltar com boas novidades mês que vem. Obrigada por ter lido até aqui, e não se esqueça, é melhor se arrepender do que você viveu, do que passar a vida inteira se perguntando se teria dado certo.
Ebaaaa, tão bom ler sua história e poder sentir que você terá uma Host Family muiiiito boa!!!
ResponderExcluirBoa sorteeee 💚