...is the only way for destiny.
Já dizia uma das
minhas bandas teen pop favorite. Hoje o assunto é despedidas. Eu sei que é um assunto muito discutido e muito lido
pelos blogs afora (ou posts nos grupos do facebook, ou vídeos no youtube), mas
o foco é sempre a despedida da família brasileira. E quando é hora de dizer
tchau para a família americana?
Algumas meninas têm um ano “mais ou menos”, algumas têm um
ano "ruim" e algumas têm um ano "excelente". Claro que a despedida é diferente para
cada uma delas, mas posso dizer que, pelo menos para as meninas “mais ou menos”
e “excelentes”, vai doer muito mais do que doeu quando elas estavam se
despedindo da família no Brasil.
“Ai Bruna, deixa de ser burra, claro que não!” – e eu digo
pra vocês: é assim, sim. Não pra todas, mas pra quem soube aproveitar a host Family,
sim. Pelo menos foi assim com 95% das au pairs que eu conheço e tinham uma boa
relação com a família.
É óbvio que existe um porque pra isso. A sua família aqui
no Brasil esteve com você a vida inteira, alguns dos seus amigos também. Por
mais que seja muito, mas muito mesmo, difícil dizer adeus, você sabe que tem
prazo pra esse adeus se tornar um olá, novamente. Você sabe que vai passar um
ano (18, 21 ou 24 meses, vai saber), e você vai estar de volta – e eles vão
estar lá no aeroporto te esperando. Você sabe que pelo menos a sua família vai
estar lá, que não importa o tempo que você ficar fora, eles vão te esperar de
braços abertos e você sempre vai ter onde ficar.
Agora, na hora de fazer as malas e voltar da terra do nosso querido
Obama, as coisas são diferentes. Se a sua família é muito legal e você se deu
muito bem com eles, você sabe que também tem um lugar pra ficar – SE você
voltar. Nunca vai ser uma certeza, por mais que você diga pra você mesma “eu
vou voltar e visitar”, até mesmo se fizer como eu fiz e deixar coisas pra “buscar
quando visitar” – quem disse que você vai conseguir, mesmo, visitar? Tem
milhares de possibilidades, às vezes seu visto não é aprovado, às vezes você não
consegue juntar a grana, ou não consegue tirar férias numa época boa.
Então, imagina como é triste e bittersweet dizer adeus pra
sua família americana!
Eu comecei a chorar muitos e muitos dias antes da minha
despedida. Tudo era motivo pra chorar nas três ou duas últimas semanas lá. No
meu último final de semana com a família, minha amiga foi de Chicago pra ficar
lá em casa e poder se despedir também. Ficamos sexta à noite conversando com a minha
host, sábado fomos a NYC e domingo foi shopping com a minha kid e jantar de
despedida pras minhas amigas lá em casa.
Eu já estava chorando por tudo e qualquer coisa, obviamente.
A gente foi num pub depois e eu chorei o triplo do que teria chorado se tivesse
sido um dia normal – porém, de normal teve pouco. Não vou entrar em detalhes,
afinal, não tem muito a ver com a minha despedida, mas pesou muito na hora dela
chegar.
Segunda eu levei minha amiga no aeroporto cedinho e fui comprar
mais uma mala, porque a au pair nova já estava lá e não coube tudo nas minhas
outras duas malas gigantescas. Quando eu voltei pra casa, eu e a minha host
choramos porque eu ia embora, principalmente. Terça foi bem mais dolorido.
Terça era meu último dia lá, uma das minhas amigas foi lá em
casa se despedir. Eu e a host já estávamos chorando em casa mesmo, no basement
quando eu falei que ia deixar umas coisas porque não deu na mala e eu ia
voltar, mesmo, pra buscar tudo. Ela disse que não queria que eu fosse embora,
que ia ser muito difícil mas que ela entendia que eu tinha que vir, mesmo que
ela não quisesse. A gente foi para o aeroporto cedo, porque meu vôo era as 20h,
se não me engano. Fomos eu, ela, o host e as minhas kids.
No aeroporto, ela me entregou um álbum e pediu para eu ver
só depois que eu tivesse embarcado. Ok, eu esperei (curiosa, claro). Despachamos
minha mala, mas eles ficaram comigo um tempão lá, porque ela não queria que eu
ficasse sozinha antes de vir embora. Eu segurava o baby ou a minha menina e
chorava, chorava MUITO MESMO. Minha menina não gosta de ver ninguém chorando,
então foi bem difícil pra ela. E ela já tava entendendo que eu ia embora e não
tinha data pra voltar – então até ela chorou (e ela tinha 4 anos. Broke my
heart).
Finalmente nos despedimos mesmo, todo mundo um pouquinho
mais calmo. Eu entrei pra sala de embarque e fiquei sentadinha sozinha,
querendo chorar pra sempre. Conversei com uma menina aqui, outra ali, o vôo
atrasou. Fiquei conversando com as minhas amigas por sms até a hora de entrar
no avião. Embarcamos todos, sentei sozinha na janela (OBAAAAAA, a maior
felicidade da viagem foi essa) e resolvi ler todos os cartões, cartas e o
álbum. Gente, parece que eu nunca chorei tanto na minha vida (mas claro que já
aconteceu). Até a aeromoça ficou com dó quando passou com o jantar. Recebi cartão da amiga da host, cartas das
minhas amigas, uma da minha host (que até a minha irmã chorou lendo) e o álbum,
cheio de fotos das minhas kids e dos dogs.
Então, meninas e meninos, preparem os coraçõezinhos de
vocês. Se despedir da família aqui é dolorido, com certeza, mas se despedir da
host Family é ainda pior. Você pensa no ano que passou com eles, em como suas
kids cresceram no tempo que você ficou lá e em como você vai perder muita coisa
no crescimento deles – e isso dói, sério. Mas passa, com o tempo, também =)
Espero que o final de ano de vocês tenha sido muito bom, mas que o começo de 2013 esteja sendo ainda melhor! Boa sorte pra todos vocês, que esse ano seja o melhor ano da vida de vocês (por enquanto, pelo menos!) e que vocês o aproveitem ao máximo ;)
Aiii que dor no coração que deve dar... Nem fui ainda, mas já fico imaginando os momentos das despedidas...
ResponderExcluirEu sei bem como é isso, passei pelo mesmo.
ResponderExcluirMinha família era ótima e quando eu tive que dizer adeus, foi péssimo. Tenho até hoje a imagem na cabeça: Meus host limpando os olhos com lágrimas me ajudando a tirar as malas do carro e as kids agarrando minhas pernas, tremendo e chorando.. AH! Corta o coração...
Bruna! Super legal ter encontrado esse blog e melhor ainda ler esse post que você escreveu com tanto amor e saudades da sua família nos EUA. Legal mesmo o blog, vou dar uma boa olhadinha nos post das tuas colegas. Beijinho, Aline (da Athus).
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