Sobre a liberdade e livre
arbítrio que temos de construir nossas vidas a partir delas
Hey girls,
No meu
primeiro post citei o quanto foi difícil tomar a minha decisão final. A experiência que tive me faz acreditar o quanto
essa escolha pode modificar nossas vidas. Vejo muitas meninas perguntando se
vale a pena abandonar emprego, faculdade, carreira, namorado, amigos,
família... enfim, a vida que construiu para se tornar Au Pair. Por esta razão,
escolhi o tema para post do mês. Não venho com uma resposta, porque
infelizmente não existe. A decisão certa vem do nosso coração e depende da
nossa história e de nossas metas. Hoje venho aqui compartilhar minha experiência sobre como
escolhi trilhar por esse caminho de aventuras, medos, experiências,
aprendizado...
Conheci o programa de Au Pair
quando cursava faculdade, estava no segundo ano. Existe uma agência na praça de
alimentação da universidade que estudava. Um dia parei do lado de fora e juntadora
de papeis que sou, peguei os panfletinhos que falavam sobre os intercâmbios. Li
todos, mas, o que mais entrava na minha realidade financeira era o Programa de
Au Pair. No mesmo ano conheci umas meninas que foram au pairs e me fizeram cultivar a
ideia. Conversei com meus pais, mas eles falavam que era melhor eu
terminar a faculdade. Como meu sonho sempre foi fazer um intercâmbio na Europa
por conta de amar história e pela facilidade que é de viajar pelos países
decidi esperar, para talvez, ir só como estudante para a Europa, porque as
agências de au pairs que conhecia só enviava au pairs para os Estados Unidos, e
este, era o último país da minha lista. Por fim, entrei no terceiro ano da
faculdade e consegui um excelente estágio. Fiquei muito feliz porque era na
minha área, tinha minha própria sala, ramal, salário digno, horário certo (era
vendedora em shopping e sempre trabalhava muito mais), pessoal super legal...
então decidi que realmente aquele não era o momento. Guardei o sonho numa caixinha.
Me formei, fui efetivada no
estágio. Minha vida estava caminhando perfeitamente. Mas, o sonho despertou e não conseguia mais
dormir na caixinha e então ele começou a me deixar ansiosa de novo, a querer me
fazer sair da zona do conforto, enfrentar meus medos, a querer o novo... A
rotina que levava estava me sufocando.
Expliquei novamente para meus pais sobre o programa, agora já formada,
eles me apoiaram, mas não queriam que eu viesse como Au Pair, falaram que eu
deveria trabalhar mais um ano e juntar dinheiro para então ir só estudar. Mas, eu já estava
com a decisão tomada. Então, um belo dia sem ninguém saber peguei meu cheque, o ônibus e fui a agência fechar o programa.
Naquele
momento estava certa e queria ir o quanto antes porque apesar de estar em um
ótimo emprego, ja estava na rotina e cansada dos mesmos assuntos. Não tinha
pra onde crescer. Queria aventuras, novidades... Quando recebia anúncios de vagas para trainee
me sentia a mais incapacitada. Parava ali, no primeiro requerimento: - Ensino
superior completo. O segundo sempre era inglês (o bonito sempre me fu***)... vi que se
ficasse no Brasil fazendo os cursinhos de inglês iria demorar mais uns 5, 6
anos até conseguir uma comunicação de índio, porque após três tentativas de
cursos de inglês confirmei que não tinha a mínima facilidade e nem paciência.
Gosto da prática, da vivência, de quebrar a cara. Com mania
de fazer lista escrevi os prós e contras. Os prós fortaleciam minha decisão. Comecei
a preencher meu perfil.
No meio do caminho surgem os
personagens da história que vão lhe falar que: você é louca, que é formada e vai
ser babá, que tem emprego bom e vai largar, que você nunca teria paciência com
criança, que não vai suportar morar uma semana com estranhos, ainda mais
americanos, que são a pior raça do mundo... Mas você não liga, porque
ninguém entende o quão grande é o seu sonho de morar fora, de viver novas
experiências. E então você não acredita. Mas, em alguns momentos essas “vozes
do mal” vão ser fortes pra lhe por pra baixo.
Foi o que aconteceu comigo. Após conversar com algumas famílias (ou pelo
menos tentar – com ajuda do santo google tradutor), uma que você sem explicação
sentiu um feeling e de repente você entende o que ela fala, vocês passam uma semana
conversando por Skype todos os dias, conhece as crianças, falou com a atual Au
Pair e a host mother fala que é você mesmo e lhe envia todos os rules, o
schedule, mas no dia seguinte misteriosamente some do seu perfil. É... tentei
acreditar que fazia parte do processo de match. No fim do dia enviei um email
perguntando e a fofa respondeu que tinha falado com o marido e estava super triste
porque ele gostaria de uma menina que já tivesse morado fora e ele é quem dava
a decisão final, então o match dela não era válido. Isso acabou comigo. Tive um match, só que não. Aí comecei a
acreditar que aquilo realmente não era para mim, que americanos são loucos,
superficiais e inconstantes. Desisti! Algumas
famílias entraram no meu perfil, enviaram email, mas nem respondi.
Decidi
tocar minha vida, me matriculei em um curso, comecei um novo romance e comprei
novos sapatos hahaha. Entrada de ano novo 2011 para 2012 estava
numa vibe de me permitir e pensei: ‘’bom vou voltar a falar com essas famílias
loucas, pelo menos to treinando o inglês’’. Mas não estava empolgada, não senti
feeling com nenhuma. Respondia normal, sem entusiasmo, sem esperança alguma. Por fim, depois do carnaval entrou uma família, trocamos
emails, fizemos Skype e senti que eles iam pedir Match. Esse foi mais um
momento delicado, achei que ia ficar louca... Vou ou não vou? Será a coisa
certa? E meu emprego? Até papelzinho de sim e não fiz para tirar na sorte...
Pedi aos céus e ventos para me dar um sinal de qual seria a decisão certa. Estava desesperada. Achei que estava
louca. Se revelação é ter certeza e mansidão, então tive
uma revelação maravilhosa. Após um momento desespero de loucura entre o sim e o
não tive minha resposta. Senti uma paz, que não sentia há um bom tempo e uma
voz falou na minha mente: “Você tem dois caminhos a seguir, não existe certo ou
errado. Se você escolher ir será o caminho certo, Se você escolher ficar
também. A diferença é que são caminhos diferentes e sua vida vai tomar rumos
diferentes a partir da sua escolha. Mas qualquer que seja, ela vai dar certo”.
Eu chorei, porque tive minha resposta. Se escolhesse ficar ia continuar
infeliz, na mesmice, arrependida, só pensando e não realizando o que realmente
eu desejava... E então tudo ficou mais claro, eu precisava viver isso. No outro
dia estava marcado Skype com a host family e já tinha avisado meus pais que
tive minha resposta e que sentia q eles iriam pedir Match e então I said
YEEEES, I HAVE MATCH. Tive vinte dias para organizar minha partida. Foi uma
surpresa para família, amigos, companheiros de serviço. Foi maravilhoso
receber o apoio de todos.
Apesar de todas dificuldades que enfrento aqui, não me arrependo nem um segundo pela minha decisão.
Boa sorte para todas que estão no Brasil e para as que estão aqui. Porque as decisões não param, são diárias!
Larissa Alves
Apesar de todas dificuldades que enfrento aqui, não me arrependo nem um segundo pela minha decisão.
Boa sorte para todas que estão no Brasil e para as que estão aqui. Porque as decisões não param, são diárias!
Larissa Alves
Isso ai Larissa! Brasileiro não desiste nunca! Segue seu sonho e vai ser feliz menina!
ResponderExcluirBoa sorte!
bjs =*
Larissa, sensacional seu post ! Me identifiquei contigo em vários aspectos, inclusive sobre as vozes do mal, que tornam nossa decisão ainda mais dificil. Boa sorte !!! Beijos !
ResponderExcluirOi Larissa, adorei seu post, super me identifiquei, porque eu sinto paz no coração em ir, mais tantas coisas tem levantado pra tirar o foco, graças a Deus por sua infinita garça derramada em nós e por Ele sempre estar conosco, amei e me inspirei pra escrever no meu blog :)
ResponderExcluirSuper me identifiquei tambem. Em tudo! A muito tempo quero ir, desde 2007 quando entrei na universidade. Fiz um intercambio em 2010 e quando retornei ao Brasil logo queria voltar para os EUA como au pair, mas como estava terminando uma das universidades decidi esperar e terminar como vc fez. Ja terminei um curso e perto de terminar o segundo, mas dessa vez nao vou esperar. Estou trabalhando na minha área tambem. De inicio tava otimo, mas agora ja me sinto na rotina e vejo que vale a pena jogar tudo para o alto e me tornar au pair. Tenho certeza que nao vou me arrepender, é um sonho antigo que quero realizar.
ResponderExcluirGostei do seu post, até me deu vontade denovo de ir pra Europa, desbravar o mundo, inquietação não me falta...
ResponderExcluirMas sério, volta pro Brasil, vou gostar mto =P
hahaha