Mês passado eu perdi o post. Aliás, perdi o dia. (Me desculpem!) Quando me dei conta que era dia 06, na realidade já era dia 07. Meu mundinho ficou de pernas pro ar. As últimas semanas da vida de au pair voaram... malas pra fazer, amigos para curtir, lugares para ir, host family insurnando os pacovás, ansiedade nível altíssimo para lidar, tantas, tantas coisas.
Quem sabe da minha história (quem não lembra, aqui está) sabe da minha inquietação, do choque que eu tive quando voltei para o Brasil depois de ser au pair na Holanda, de como eu adoro morar fora e não tenho intenções de me estabelecer no Brasil e de como eu curti cada instante, especialmente nos últimos meses, nos Estados Unidos.
Eu estava apreensiva pois a hora de voltar para o Brasil estava chegando. Chegou, passou e eu cheguei! Estou em terras tupiniquins já há uma semana. As despedidas foram dolorosas, mas, meus planos de voltar para a terra do Tio Sam estão bem aflorados, que ajuda a confortar (siiim, eu não pretendo ficar por aqui ainda não!).
Cheguei com o pé direito, já no segundo dia torci o pé, que fui carregada para o hospital e parecia que era fratura. Passando bem, ainda de molho mas, já conseguindo resolver coisas burocráticas e necessárias (renovar habilitação, regularizar situação eleitoral, etc. e tal), e claro, revendo pessoas queridas que apesar de tanto tempo sem me ver, não me esqueceram!
Depois da luta em desempacotar e conseguir organizar as 3 malonas que eu tinha no meu cubículo, ou quartículo, eu respiro aliviada. E vejo como é bom estar em casa. Como é bom ter meus pais tão amados todos os dias (mesmo que as vezes rolando certa ranzinzice!), como é bom dormir na minha cama de verdade, e digo realmete dormir, a noite inteira, até eu acordar sem sono, sem host mom desfilando de salto alto no corredor antes das 7 da manhã, como é bom ter meu carro para dirigir para onde eu quiser sem dar satisfação à ninguém... como tantas coisas são boas, e eu só pensava na parte ruim.
Estar em casa é bom! Saber que eu não sou uma árvore, e vou poder me mudar, e ir para onde eu quiser e ter sempre esse "aqui" para voltar é ainda melhor.
Finalmente, eu aposentei da vida de au pair. Depois de tanta dor em dar tchau para uma baby que não conhecia a vida sem mim, e daqui a pouco nem saberá quem eu sou... jurei que não vou cuidar mais de filhos alheios, agora só os meus (e sim, agora [28 anos depois] eu quero ter filhos, mesmo depois de ter sido au pair, um dia eu conto mais sobre isso). Estou desempregada e pronta para começar (Aaa-lê-luia!) minha carreira, aliviada e feliz! Um dia de cada vez, porque a ansiedade não resolve problema algum.
Estou também mui grata por todas as oportunidades que tive, famílias com quem morei, experiências (ainda que as ruins), pois eu amadureci e cresci... Grata pelas pessoas e lugares que conheci, hoje eu sou quem eu sempre quis ser, e estou onde e como mereço ser. Começando um novo capítulo na minha história!
Tenho pensando em tantas pequenas coisas que aprendi, de como eu não sou mais aquela mesma pessoa que saiu de casa pela primeira vez! Encontrei um texto que escrevi quando completei meus primeiros 6 meses longe de casa, e compartilho com vocês, porque apesar de muito ter mudado... nada mudou! Ahaha...
Seis meses.
Seis meses e eu aprendi a cortar as unhas do pé, tomar banho de chinelo, fazer mala em dez minutos, tomar café sem açúcar e comer comida sem sal.
Aprendi a viver igual gente grande; e a cozinhar; e tantas outras coisas que não se pode listar!
Descobri que viver de verdade não se resume a trabalhar e estudar, dinheiro não é a coisa mais importante, e que certas coisas que diziam que era sonho podem muito bem acontecer e funcionar!
Seis meses e eu aprendi que quem ama, se importa e se preocupa comigo vai continuar, independente do tempo e da distância.
Descobri que sinto mais saudades dos meus pais do que podia imaginar, e que não quero perdê-los jamais!
Mas, descobri também que podemos amar desconhecidos, que às vezes é preciso cruzar um oceano, viajar muitos quilômetros só para conhecermos pessoas especiais.
Todas as pessoas que conheci, e já amo, todos os lugares que visitei, e me apaixonei, o amor a todas as pessoas que sinto saudade e quero muito abraçar... essa Karen que eu sou agora, que eu já era, mas, agora sou mais...
... tudo isso, não tem dinheiro que compre, e ninguém que pode tirar de mim!
Porque, agora, para mim, não importa se são 6 meses, 1 ano, ou 5. O que importa é mudar, aprender, melhorar, não perder o foco, e, especialmente fortalecer os vínculos de amor e os valores que temos. É fazer o que queremos e gostamos, é não se acomodar e correr atrás, recomeçar quantas vezes for preciso. O que importa é olhar para trás e ver que valeu a pena, porque o tempo passa. E passa rápido!
Se você está lendo esse post porque quer ser au pair, mas, tem medo: vá ser au pair!
Se é ou já foi, e por algum motivo está preocupada com o futuro, vá curtir o seu presente, porque o tempo vai passar!
Se é ou já foi, e por algum motivo está preocupada com o futuro, vá curtir o seu presente, porque o tempo vai passar!
:)
Boa sorte pra vocês!
Bom mês de junho e até a próxima!
Nossa que lindo seu texto! Realmente emocionante e estimulante para alguém que vai iniciar essa carreira de Au Pair como eu. Em pouco tempo embarco para minha experiência e já está dando um friozinho na barriga. :)
ResponderExcluirAline,
ExcluirTente então se acostumar, porque frios na barriga não faltarão!
:) Boa sorte com tudo, e tenho certeza que terá experiências incríveis!
Obrigada!! Vou registrar tudo no meu blog. Se quiser dar olhada, seria bem legal. O link é: pergaminhoamarelo.blogspot.com.
ExcluirVou conferir! :) Obrigada!
ExcluirExcelente texto! Estou me encaminhando para o finde minha experiência como au pair e adorei o post! Sucesso na sua nova etapa :)
ResponderExcluirObrigada!
Excluir:)
Boa sorte no fim da sua experiência, aproveite muito os "últimos minutos", e sucesso nas próximas decisões também!
Fim da *
ResponderExcluirAmei.. estou há 4 meses e já consigo sentir boa parte do que você vivenciou =). Se as pessoas falam mal do programa de Au Pair é porque não souberam aproveitar ou não se esforçaram o suficiente para fazer disso uma experiência ímpar, porque tudo aqui depende de nós! ;)
ResponderExcluirÉ isso mesmo Thai!
ExcluirAliás, às vezes a fica também pode ser difícil quando não somos au pair, no nosso Brasilzinho! A gente precisa tomar as rédeas da vida, e buscar o que quer, porque no final, tudo vale a pena!
Boa sorte pra ti na sua jornada!
Oi Karen, percebi que tinha um tempão que não lia seu blog ou seus posts, até eu fuçando aqui encontrei esse. Então você já está no Brasil?? Poxa, que legal. Mas eu te entendo, eu também não sou árvore e quero rodar muito esse mundo!
ResponderExcluirbeijos e que você consiga realizar muitos sonhos e muitas viagens :)
Marcela, muito obrigada!!!!! :)
ExcluirO mesmo para você!
:)
Lindo!!!
ResponderExcluirObrigada, Aline! ;)
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