Essa é uma das perguntas que mais me fazem quando o assunto
é intercâmbio. Já perdi as contas de quantas vezes respondi e, mais ainda,
quantas vezes mudei minha resposta. Acho que, a cada vez que penso na minha
experiência, pondero de uma maneira diferente. Então, se não conseguir escrever
uma resposta superdireta como vocês estavam esperando, me perdoem.
Acho que, como tudo na vida, o intercâmbio tem partes boas e
ruins. Para simplificar, resolvi fazer aquela boa e velha lista de prós e
contras:
Prós
Transporte 10/10 – que coisa linda é poder usar o metrô pra
andar pelos quatro cantos. E aquele ônibus com o precinho camarada, então?! Era
uma delícia. O metrô não é dos mais baratos não, mas funciona que é uma
maravilha. Talvez seja porque sou de Belo Horizonte e aqui a gente não tem um
de verdade, mas como eu me apaixonei pelo de lá...
Chances de continuar – grande parte das meninas em
intercâmbios buscam uma forma de continuar. Lá na China é fácil encontrar
oportunidades que permitam isso. É uma mão na roda.
Imersão nesse diabo de idioma – inglês é uma língua que a
gente consegue aprender sem ter que conviver com um americano. Mandarim também,
claro. Mas que diferença faz ter uma pessoa com você. Pelo menos para ter a
base dos tons, acho que ter aulas com um chinês é mais do que necessário.
Uma cultura de outro mundo (ou quase) – poder ver as
tradições de perto, entender que tudo lá vem com alguma história, uma
superstição, estar perto dos lugares, das pessoas... Nem preciso falar mais,
né?
Que prédios, que lugares – a arquitetura lá é uma coisa que
eu nem sei explicar. O mais legal é ver a mistura dos lugares milenares com a
modernidade e a chuva de luzes dos tempos atuais.
Tudo é possível – tudo pode acontecer na China. É surreal.
Comida que nossa... – apesar de sempre ouvir a piada dos
cachorros, sigo defendendo a comida chinesa. É incrível, é apaixonante e todo
mundo deveria poder conhecer.
Contras
Racismo e homofobia – eles são racistas. E quando digo isso,
claro que não significa que todas as pessoas daquele lugar vão ser. Só que,
infelizmente, muitos são. Ver empregos que especificavam não contratar negros,
conviver com olhares de nojo, ver pessoas apontando e rindo de amigos... Tudo
isso me dói muito. E homofobia, nem se fala. Voltar para o armário depois de
ter saído é uma experiência que ninguém deveria ter.
Legalização, cadê – o programa ainda não é legalizado por
lá. Então, você está seguro por estar com agência e tal, mas tudo se resolve
entre agência, família e au pair porque não existe um órgão para cuidar da
gente por lá.
Flexibilidade tem limites – as famílias não estabelecerem um
schedule certinho faz com que a gente não tenha garantias de que vamos poder
seguir nossos planos e isso pode deixar a gente irritada.
Ser parte da família – essa “cobrança” de ser parte da
família às vezes é inconveniente. Por ser da família, eles esperam que você
faça tudo sem reclamar, porque você é a irmã(o) da criança. E é um passo até
virar uma bola de neve.
Conclusão (será que
tem?)
Claro que a) não podemos generalizar b) nem sempre essas
coisas vão acontecer c) cada um vai ter uma experiência. Mas, de modo geral,
acho que essa é a minha lista. Como eu sempre digo, foi incrível, foi muito
difícil, foi muito intenso. E, apesar de todas as merdas, ainda voltaria lá e
viveria por anos e anos, porque o lugar realmente me conquistou. Mas amar ou
não vai da loucura de cada um.
E é isso. Teve alguma coisa óbvia? Vocês têm mais dúvidas?
Mandem aqui que a tia responde.
Obrigada pela companhia, desculpem a falta nos últimos meses
e até o próximo dia 4 <3
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