Pessoas que largaram tudo para se aventurar nesse mundão de Au Pair!

Inserir ou não o Au Pair no currículo?

O que as empresas precisam ultimamente é de gente inteligente e que aprende rápido. E esse tipo de habilidade nós, au pairs, temos de sobra!

Au Pair na Europa

Você tem mais que 26 anos? Não tem CNH? É casada ou tem filhos? Ou também não tem como comprovar sua experiência com crianças? Talvez fazer o programa de Au Pair na Europa seja uma boa alternativa pra você.

Agências para os Estados Unidos

Tudo sobre diversas agências que fazem o programa de Au Pair para os Estados Unidos.

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30 janeiro 2019

O que você faz pra vencer a tal bad?

O que você faz quando ninguém te vê fazendo...
(se você não leu a primeira frase no ritmo certo, começou errado)

Meu aniversário chegou e, com ele, veio uma onda de bad insuportável. Comecei a sentir saudade até das coisas que odiava no Brasil. E quando a gente tá assim, a gente faz o que? Vai se jogar nas músicas, filmes e comidas de casa. Foi um festival de maionese, frango frito, sertanejo e girls in the house que vocês não têm noção. Comecei o dia ouvindo garota de Ipanema e terminei com buá buá. É, a situação não tá fácil.


Por isso, esse mês eu decidi fazer um top 5 com as coisas que faço para superar essa bad do demo. Culpem a Naiara Azevedo, que me fez chorar com essa música no busão umas cinco vezes.

5) Assistir Todo Mundo Odeia o Chris

Eu sei, eu sei, a série nem é brasileira. Mas, como pessoa estranha que sou, eu vivia assistindo isso no Brasil. Ouvia (sim, eu colocava no YouTube e ia fazer minhas coisas) os Simpsons, Eu, a Patroa e as Crianças e Todo Mundo Odeia o Chris no trabalho, enquanto fazia textos, editava vídeos ou surfava na net (roubei esse termo da minha mãe sim <3)

Então, sempre que não consigo dormir por causa da saudade, quando estou muito triste por alguma coisa ou quando passo pelas crises em que não me sinto confortável em lugar nenhum, me tranco no quarto e assisto essas séries. Aí tenho a sensação de que estou no meu quarto e que logo meu pai vai me chamar para ir jantar.

4) Ir ao Carrefour

Consumismo, a gente vê por aqui.

Mentira, não é para comprar. É que tem um Carrefour bem do lado da casa da minha mãe. Então, quando estou nos dias ruins aqui, gosto de ir pra lá e pensar que é o Brasil. Além disso, tem vários produtos que me lembram as belezas brasileiras <3 

Acho que os lugares internacionais sempre me dão conforto aqui. Ir na C&A chinesa quase me fez chorar hahaha (cada há é uma lágrima, mas tudo bem).

3) Limpar a casa 

Sim! Se minha mãe me visse escrever isso, ia rir da minha cara.

Eu sempre odiei arrumar minhas coisas, limpar a casa, ajeitar a vida. Maaaaaas, aqui, o jogo virou. Eu vivo pegando o balde e o meu rodinho (que é maravilhoso, inclusive) para limpar a sala, a cozinha, dar uma geral no quarto. Limpar a casa é mesmo uma terapia. Obrigada, China, por me mostrar a verdade.

2) Ir pro fogão 

Cozinhar é uma outra tática para vencer a bad. Eu trouxe várias caixas de creme de leite e leite condensado. Trouxe também um pacotão de Nescau <3 Então, sempre que a tristeza está insuportável, vou pro fogão fazer brigadeiro.

Também gosto de ir ao mercadinho pra comprar frango, batata e cenoura pra fazer aquela maionese de domingo. Isso ajuda e muito a matar a saudade da comida do Brasil. Só me falta a farofa e eu serei – quase – plena. 

(mentira, ainda falta açaí. Dê valor ao açaí. Agradeça a Deus pelo açaí. Valorize cada segundo com ele e com a sua paçoca. Quando você sair do Brasil, você vai literalmente chorar por causa dessas coisas. Não vou nem começar a falar dos salgadinhos...)

1) Me jogar no sertanejo 

Enquanto você não voltar meus olhos desidratam de chorar e eu buá buá buá buááááa...

É, minha amiga, é nessa onda que eu me encontro. É de Naiara Azevedo para pior. Esses dias me peguei cantando “e pra pior tá tocando um modão de arrastar o chifre no asfalto” do nada. Isso quando não tem um funk na cabeça. 

Eu tive minha fase sertaneja, mas não durou tanto assim. Continuo gostando, mas nunca foi meu ritmo favorito. Mas, na bad, só sertanejo me alegra. Ouvir essas músicas me dá um conforto sem igual e me faz dormir quando a bad aperta.

Leva o meu celular que se eu beber eu vou querer ligar

Chorando, implorando pra voltar

Pode levar, pode levar sem dó

Ainda bem que eu não sei o número dela de cor

Com essas sábias palavras eu encerro esse post. Me conte as suas táticas para vencer a bad e vamos dar as mãos e chorar juntas <3

Um beijo e até a próxima!

PS: a autora deixou o blog, esse é um post extra :)
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04 outubro 2018

É muito difícil viver na China?



Essa é uma das perguntas que mais me fazem quando o assunto é intercâmbio. Já perdi as contas de quantas vezes respondi e, mais ainda, quantas vezes mudei minha resposta. Acho que, a cada vez que penso na minha experiência, pondero de uma maneira diferente. Então, se não conseguir escrever uma resposta superdireta como vocês estavam esperando, me perdoem.

Acho que, como tudo na vida, o intercâmbio tem partes boas e ruins. Para simplificar, resolvi fazer aquela boa e velha lista de prós e contras:

Prós

Transporte 10/10 – que coisa linda é poder usar o metrô pra andar pelos quatro cantos. E aquele ônibus com o precinho camarada, então?! Era uma delícia. O metrô não é dos mais baratos não, mas funciona que é uma maravilha. Talvez seja porque sou de Belo Horizonte e aqui a gente não tem um de verdade, mas como eu me apaixonei pelo de lá...

Chances de continuar – grande parte das meninas em intercâmbios buscam uma forma de continuar. Lá na China é fácil encontrar oportunidades que permitam isso. É uma mão na roda.

Imersão nesse diabo de idioma – inglês é uma língua que a gente consegue aprender sem ter que conviver com um americano. Mandarim também, claro. Mas que diferença faz ter uma pessoa com você. Pelo menos para ter a base dos tons, acho que ter aulas com um chinês é mais do que necessário.

Uma cultura de outro mundo (ou quase) – poder ver as tradições de perto, entender que tudo lá vem com alguma história, uma superstição, estar perto dos lugares, das pessoas... Nem preciso falar mais, né?

Que prédios, que lugares – a arquitetura lá é uma coisa que eu nem sei explicar. O mais legal é ver a mistura dos lugares milenares com a modernidade e a chuva de luzes dos tempos atuais.

Tudo é possível – tudo pode acontecer na China. É surreal.

Comida que nossa... – apesar de sempre ouvir a piada dos cachorros, sigo defendendo a comida chinesa. É incrível, é apaixonante e todo mundo deveria poder conhecer.

Contras

Racismo e homofobia – eles são racistas. E quando digo isso, claro que não significa que todas as pessoas daquele lugar vão ser. Só que, infelizmente, muitos são. Ver empregos que especificavam não contratar negros, conviver com olhares de nojo, ver pessoas apontando e rindo de amigos... Tudo isso me dói muito. E homofobia, nem se fala. Voltar para o armário depois de ter saído é uma experiência que ninguém deveria ter.

Legalização, cadê – o programa ainda não é legalizado por lá. Então, você está seguro por estar com agência e tal, mas tudo se resolve entre agência, família e au pair porque não existe um órgão para cuidar da gente por lá.

Flexibilidade tem limites – as famílias não estabelecerem um schedule certinho faz com que a gente não tenha garantias de que vamos poder seguir nossos planos e isso pode deixar a gente irritada.

Ser parte da família – essa “cobrança” de ser parte da família às vezes é inconveniente. Por ser da família, eles esperam que você faça tudo sem reclamar, porque você é a irmã(o) da criança. E é um passo até virar uma bola de neve.

Conclusão (será que tem?)
Claro que a) não podemos generalizar b) nem sempre essas coisas vão acontecer c) cada um vai ter uma experiência. Mas, de modo geral, acho que essa é a minha lista. Como eu sempre digo, foi incrível, foi muito difícil, foi muito intenso. E, apesar de todas as merdas, ainda voltaria lá e viveria por anos e anos, porque o lugar realmente me conquistou. Mas amar ou não vai da loucura de cada um.

E é isso. Teve alguma coisa óbvia? Vocês têm mais dúvidas? Mandem aqui que a tia responde.

Obrigada pela companhia, desculpem a falta nos últimos meses e até o próximo dia 4 <3
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04 julho 2018

5 apps que você vai precisar na China



Google? Pode esquecer! Vou te dar uma lista mágica com os 5 apps que vão te salvar quando você estiver na terra do dragão.

Uma das coisas que mais me perguntam é o que é VPN e para que precisamos dele na China. Então, cá estou eu para explicar.

Sites como Google, Insta, Facebook e Netflix são bloqueados na China. Para conseguir acessar, você precisa de um VPN. Ele funciona mudando a sua localização enquanto você navega. Você pode selecionar um país para logar e, assim que estabelecer a conexão, vai poder abrir os sites normalmente. Eu, por exemplo, logava no Canadá sempre que queria assistir vídeos no YouTube ou conversar com alguém no Whatsapp.

Mas, entretanto, porém, ficar com o VPN ligado o tempo todo consome muitos dados e não é nada prático. Além disso, deixa a sua internet ainda mais devagar. Por isso, a melhor saída é usar os apps chineses. Então, para facilitar a sua vida, vou falar de 5 apps que vão te salvar por lá:

WeChat: Pode não parecer, mas esse app vai ser o seu melhor amigo na China. Ele é a versão chinesa do Whatsapp, mas é ainda mais completo e mágico. Você consegue pedir táxi, comprar passagens de avião, pegar bicicletas na rua, pagar suas compras, conversar e compartilhar momentos... tudo com um app. Essa vai ser a melhor coisa que você vai experimentar (sem exagero!). Então, se você planeja ir pra China, comece fazendo o download desse santo app.

Pleco: Se você já sabe algumas frases e quer começar a socializar, esse é o seu melhor amigo. Nesse app, você digita a palavra em inglês e ele te mostra como falar em chinês. Ele também mostra o caractere, então ajuda até na hora de escrever.

Youdao Translate: Essa é a versão chinesa do Google tradutor. Com essa belezinha, você consegue conversar com os chineses e, na hora do desespero, vai conseguir se localizar e encontrar o que precisa.

Explore Beijing: Eu coloquei Beijing porque é onde eu vivo, mas tem um explore (insira aqui o nome do lugar) para todos os cantos da China. Esse app é um map do metrô. Com ele, você vai conseguir localizar as estações, ver como chegar até os lugares que precisa e até pegar as direções mais rápidas para atravessar as cidades. É muito bom!

Xiami Music: Existe Spotify na China, mas ele não é tão prático e como o Xiami. Esse app tem todas as músicas que você pode imaginar – sim, até brasileiras. Já rodei a cidade ouvindo Mallu Magalhães <3 – e ele é bem mais leve que o Spotify. Vale muito a pena baixar!

Bônus: Mobike, Ofo ou qualquer app de bikes: Na China, andar de bicicletas é muito comum. Sabe as bikes do Itaú? Pense maior, pense melhor haha Então, pode se preparar para baixar os apps das marcas mais famosas por lá e aproveitar. Tem bikes espalhadas por todos os lugares e elas são acessíveis. Andar com elas é ainda mais barato que os ônibus. E mais legal para conhecer os lugares também (:

DICA: Ahhh, uma dica amiga: instale pelo menos 3 VPNs antes de sair do Brasil (ou do país em que estiver). Baixar na China é uma tarefa beeem chata e, às vezes, impossível.

E por hoje é só. Um beijo e até agosto!
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04 junho 2018

Bateu a bad: as coisas que a gente faz quando bate a saudade de casa



O que você faz quando ninguém te vê fazendo...
(se você não leu a primeira frase no ritmo certo, começou errado)

Meu aniversário chegou e, com ele, veio uma onda de bad insuportável. Comecei a sentir saudade até das coisas que odiava no Brasil. E quando a gente tá assim, a gente faz o que? Vai se jogar nas músicas, filmes e comidas de casa. Foi um festival de maionese, frango frito, sertanejo e girls in the house que vocês não têm noção. Comecei o dia ouvindo garota de Ipanema e terminei com buá buá. É, a situação não tá fácil.
Por isso, esse mês eu decidi fazer um top 5 com as coisas que faço para superar essa bad do demo. Culpem a Naiara Azevedo, que me fez chorar com essa música no busão umas cinco vezes. 
5) Assistir Todo Mundo Odeia o Chris
Eu sei, eu sei, a série nem é brasileira. Mas, como pessoa estranha que sou, eu vivia assistindo isso no Brasil. Ouvia (sim, eu colocava no YouTube e ia fazer minhas coisas) os Simpsons, Eu, a Patroa e as Crianças e Todo Mundo Odeia o Chris no trabalho, enquanto fazia textos, editava vídeos ou surfava na net (roubei esse termo da minha mãe sim <3)
Então, sempre que não consigo dormir por causa da saudade, quando estou muito triste por alguma coisa ou quando passo pelas crises em que não me sinto confortável em lugar nenhum, me tranco no quarto e assisto essas séries. Aí tenho a sensação de que estou no meu quarto e que logo meu pai vai me chamar para ir jantar.
4) Ir ao Carrefour
Consumismo, a gente vê por aqui.
Mentira, não é para comprar. É que tem um Carrefour bem do lado da casa da minha mãe. Então, quando estou nos dias ruins aqui, gosto de ir pra lá e pensar que é o Brasil. Além disso, tem vários produtos que me lembram as belezas brasileiras <3
Acho que os lugares internacionais sempre me dão conforto aqui. Ir na C&A chinesa quase me fez chorar hahaha (cada há é uma lágrima, mas tudo bem).
3) Limpar a casa
Sim! Se minha mãe me visse escrever isso, ia rir da minha cara.
Eu sempre odiei arrumar minhas coisas, limpar a casa, ajeitar a vida. Maaaaaas, aqui, o jogo virou. Eu vivo pegando o balde e o meu rodinho (que é maravilhoso, inclusive) para limpar a sala, a cozinha, dar uma geral no quarto. Limpar a casa é mesmo uma terapia. Obrigada, China, por me mostrar a verdade. 
2) Ir pro fogão
Cozinhar é uma outra tática para vencer a bad. Eu trouxe várias caixas de creme de leite e leite condensado. Trouxe também um pacotão de Nescau <3 Então, sempre que a tristeza está insuportável, vou pro fogão fazer brigadeiro.
Também gosto de ir ao mercadinho pra comprar frango, batata e cenoura pra fazer aquela maionese de domingo. Isso ajuda e muito a matar a saudade da comida do Brasil. Só me falta a farofa e eu serei – quase – plena.
(mentira, ainda falta açaí. Dê valor ao açaí. Agradeça a Deus pelo açaí. Valorize cada segundo com ele e com a sua paçoca. Quando você sair do Brasil, você vai literalmente chorar por causa dessas coisas. Não vou nem começar a falar dos salgadinhos...)
1) Me jogar no sertanejo
Enquanto você não voltar meus olhos desidratam de chorar e eu buá buá buá buááááa...
É, minha amiga, é nessa onda que eu me encontro. É de Naiara Azevedo para pior. Esses dias me peguei cantando “e pra pior tá tocando um modão de arrastar o chifre no asfalto” do nada. Isso quando não tem um funk na cabeça.
Eu tive minha fase sertaneja, mas não durou tanto assim. Continuo gostando, mas nunca foi meu ritmo favorito. Mas, na bad, só sertanejo me alegra. Ouvir essas músicas me dá um conforto sem igual e me faz dormir quando a bad aperta. 
Leva o meu celular que se eu beber eu vou querer ligar
Chorando, implorando pra voltar
Pode levar, pode levar sem dó
Ainda bem que eu não sei o número dela de cor
Com essas sábias palavras eu encerro esse post. Me conte as suas táticas para vencer a bad e vamos dar as mãos e chorar juntas <3
Um beijo e até a próxima!
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04 maio 2018

Vivendo sem schedule




Controle da sua vida? Isso não te pertence mais!

Uma coisa que você pode esquecer quando vem para a China é do planejamento. Você vai ter um schedule sim, mas os chineses são muito imprevisíveis e não sabem planejar o dia. Nas minhas duas casas, era muito comum ser avisada que íamos ir para um jantar, uma festa ou até viagem 20 minutos antes da partida (quando tanto!). Na maior parte das vezes eu só tinha tempo de correr para o banheiro antes de pegar meu casaco e ir acompanhar a família.



O que isso quer dizer? Quer dizer que além de correr o risco de ir para um jantar fino de pijama, você ainda pode ter o schedule revirado sem nenhum aviso prévio. O que enfraquece a amizade em qualquer relação.

Dia desses, estava no meu quarto falando com a minha irmã e tudo estava bem. Até que minha hosta e o meu kido bateram na porta, falando que eu tinha que ir tomar o café da manhã. Eu disse que não ia comer, que ia sair e estava de boa. No dia, eu só deveria começar a trabalhar às 15h30 e eram 8h30. Então, minha fofa me disse que eu não podia sair porque, já que não estava indo estudar na faculdade, ela disse pra escola do menino que ele ia ficar comigo todos os dias de manhã e, por isso, eu ia ter que trabalhar. Me deu 20 minutos para escovar os dentes e me arrumar e ir ensinar o menino a manhã inteira.

Num outro dia, ela me acordou e disse que eu precisava começar mais cedo porque a gente estava indo viajar. Tive menos de 20 minutos para fazer as malas, arrumar e tomar café para correr pra estrada. É, ninguém pode falar que a nossa vida não tem aventuras.

Então, meu povo, cá estou eu para dar algumas dicas para vocês:

- Sempre converse com as famílias e reforce que você precisa saber dos planos deles para conseguir se programar. Eles vão se planejar? Não! Mas, pelo menos, vão começar a entender que você tem planos com os amigos e vão tentar ser mais assertivos.

- Fale dos seus horários desde a primeira semana, não espere. As agências sempre falam que a gente precisa ser flexível e aceitar, mas não é bem assim. Se você não bater o pé e mostrar que vocês precisam seguir o schedule, as famílias vão abusar e, antes que você perceba, você vai trabalhar até no seu dia off.

- Deixe uma bolsa pronta com água, maquiagem básica, protetor solar e qualquer outra coisa que você precisa para se arrumar de manhã. Aí, se eles decidirem te arrastar para um ponto turístico ou para um almoço/jantar, você consegue dar uma disfarçada.

E, no mais, boa sorte. Afinal, isso nunca é demais na vida de au pair 😉

Por hoje é isso, gente. Um beijo, até o próximo dia 4 e não esqueçam de deixar os temas que vocês têm curiosidade aqui. Assim, posso escrever sobre eles nos posts futuros <3
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04 abril 2018

O racismo e a China



Olá, meus futuros chinesinhos!


Hoje eu já vou começar fazendo dois avisos: o primeiro é sobre generalização. Sim, eu sei que não são todos os chineses e eu sei que não podemos basear nossa opinião em alguns acontecimentos. Maaas, depois de passar quase oito meses aqui vivendo em duas cidades diferentes e lidando com pessoas de todos os tipos, acho que posso opinar sobre o assunto. Além disso, faço parte de um grupo para pessoas de cor (eles usam o termo porque é destinada aos que não se identificam como caucasianos) e todos eles viveram situações semelhantes. Então...



O segundo aviso é para lembrar que essa é a minha visão sobre o assunto. Cada pessoa vai ter uma experiência. Essa foi a minha.



Com os avisos devidamente dados, vamos lá: o racismo e a China.



Muitas meninas e meninos me pedem indicação para conseguir famílias mais rápido e eu ajudo sempre que posso. Mas, em alguns casos, não consigo. E geralmente são quando eles são negros. Isso acontece porque a minha agência já me disse que eles não podem aceitar pessoas mais escuras que eu. Essas foram as palavras que eles usaram. Eles disseram que era muito difícil conseguir famílias que aceitassem viver com negros. E ah, me "elogiaram" dizendo que eu não sou escura de verdade, só um pouquinho. Meu tom de pele é aceitável. É, eu sei, eu sei.



Eu decidi começar o texto com essa fala mais forte para causar incômodo. Queria que vocês se sentissem como eu. Tente imaginar a cena: você, negro, ouvindo alguém dizer que não pode aceitar negros e que você precisa anunciar isso para eles. E pior: quando você diz que isso é racismo, tem como resposta:



- não, não somos racistas. Pessoas têm o direito de não gostar das coisas. A gente trabalha diariamente com negros, mas não gostamos de morar com eles. Chineses acreditam que passar muito tempo com negros rouba a nossa luz. Brancos trazem luz, por isso gostamos disso.



- não é racismo. Nós só não achamos que eles são bonitos. Pele escura não é atraente, não combina com roupas, não é legal.


- não é racismo. É que ninguém é obrigado a viver com um negro. Eles trouxeram isso para si mesmos. No passado, negros trouxeram drogas e brigas pra China. Nós não nos sentíamos seguros perto deles.

- o cheiro do negro é forte, é ruim. Você já foi no consulado africano? Você pode sentir o fedor só de chegar na porta.



- você está bem, você não é negra. Você é como uma branca escurecida. É aceitável.



- a gente achou piolho em uma menina branca. Foi uma surpresa para todo mundo! A gente foi procurar nos negros primeiro, não nos europeus. Como isso aconteceu? Eles são tão limpos!



Vou parar por aqui porque foram horas de discussão sobre o assunto e eu só queria sair de lá. Mas bem, você já conseguiu entender, certo? A pior parte é que eles realmente não acham que isso é racismo. Aqui, vários negros têm dificuldade para encontrar emprego porque eles são... negros. Você pode ter as qualificações necessárias e ser incrivelmente competente, mas se a sua pele é escura, você pode ser rejeitado. É uma história que eu vejo todos os dias. E isso é muito triste.



Faço parte de um grupo de vagas na China e todos os dias vejo inúmeros anúncios de vagas que falam "precisamos de brancos ou pessoas com traços europeus" ou "apenas brancos" ou "não aceitamos negros". Diferente do Brasil, que “esconde” o racismo por trás de respostas vazias quando o assunto é mercado de trabalho, aqui você tudo acontece de forma explícita. E isso ainda me choca diariamente.

Mas, se você está assuntado, pode ficar calmo. Diferente dos outros lugares do mundo, aqui eles não atacam os negros, não xingam ou fazem contato de forma agressiva. Até porque o racismo de muitos se mistura com a curiosidade de outros. Eles não conhecem cabelos crespos naturais (aqui, muitas chinesas fazem permanente para ter cachos), não veem pele negra com frequência, não conhecem muito sobre negros. Então é comum que eles te encarem, peçam fotos, tentem tocar no seu cabelo, nos seus braços... E você nunca vai saber quando é curiosidade e quando é preconceito. Às vezes eles vão evitar se sentar perto de você, às vezes eles vão encarar, às vezes eles vão conversar. Não tem como prever. Mas, de um jeito ou de outro, não é uma coisa que torne impossível viver aqui. Nós vivemos sim e resistimos todos os dias.

Eu sei que, lendo isso, tudo parece muito pesado. Sempre que comento com alguém, eu me sinto ainda pior por ter vivenciado e por ainda passar por esse tipo de situação. Acho que, por isso, demorei tanto para falar sobre isso. No início, eu queria acreditar que tudo era só questão de curiosidade. Mas, depois de um tempo, você começa a notar que não existem tantos negros ao seu redor, começa a ouvir comentários como os que eu ouvi, começa a ver anúncios, observar reações. Aí você entende que não é porque eles não querem, é porque muitos não conseguem estar aqui. Ou conseguem, mas precisam aceitar condições que não deveriam ser impostas, mas são por causa do tom de pele.

Antes de vir pra cá, eu perguntei sobre preconceito para alguns amigos e eles disseram que era bem tranquilo. A maior parte dele até reforçou que eles agem assim por curiosidade, não por racismo. E eu acreditei em tudo isso até sentir os olhares. Eu entendo, é difícil para um branco entender o que é racismo. Você não pode esperar que uma pessoa que nunca vivenciou uma situação desagradável como a que negros vivem diariamente reconheça quando vê. Mas, para quem sabe o que é isso, reconhecer não leva nem um segundo. São coisas que só a gente vê.

O motivo de fazer esse texto? Eu não sei. Acho que precisava falar sobre isso, é importante. É importante saber que não é fácil, que o preconceito é descarado e que você vai enfrentar situações que ninguém deveria ter que enfrentar. Mas também para dizer que a gente resiste. E vamos continuar resistindo, porque nosso lugar é em todo lugar.
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04 março 2018

Bem-vindo ao Ano Novo Chinês!



A única comemoração que dura mais tempo que o nosso Carnaval.

Aqui na casa encerramos, oficialmente, o Ano Novo Chinês. Ao todo, foram mais de vinte dias de visitas intermináveis, muitas lágrimas au pairianas ao ver as crianças ganharem mais em um mês o que a gente ganha durante todo o intercâmbio e muitos, muitos fogos de artifício. É, acho que esse é o resumo perfeito das festas por aqui. Isso e a comida, que não para de chegar na mesa. 

A minha comemoração durou mais de 30 dias e, ao longo dessa maratona, passei 6 dias no hotel mais luxuoso que já vi na vida, 2 dias numa roça onde não tínhamos nem banheiro, 10 dias em um lugar sem chuveiro, 10 em uma casa com wi-fi e chuveiro e o resto na casa oficial, aqui em Pequim. Ao todo, foram 3 cidades diferentes: Ordos, Pequim e Sanya. 

Em algum momento, vou falar sobre como funciona a vida em Sanya. Mas, por enquanto, vou explicar para vocês como funciona o Ano Novo Chinês. Pra simplificar, vou dividir em quatro partes: 


Visitas

Depois do Ano Novo real/oficial (que muda todo ano, então ninguém lembra a data de verdade), você vai pras ruas e só vê as vendinhas, mercados e até vendedores ambulantes com várias caixas espalhadas na calçada. Sério, são caixas e mais caixas. Tem ovos, biscoitos, leite, iogurte e tudo mais que puder imaginar. 

Eles vendem muito porque é tradição levar presentes quando você vista alguém depois do ano novo. E aqui, as famílias precisam visitar as famílias dos pais e dos amigos. Então é uma maratona de casas. Os anfitriões precisam fazer muuuuita comida e servir todo mundo que aparece para desejar feliz ano novo. Em um só dia, nós visitamos mais de quatro pessoas e comemos tanto, tanto, tanto que até rolou um cochilo em algumas das casas. 

Nessas visitas, também é tradição dar dinheiro para os anfitriões e para todas as crianças que estão lá. Minha família deu mais de 2 mil para cada família que visitou e eu nem consegui contar quanto foi para cada criança. 

Crianças ricas 

Falando em dinheiro para as crianças, aqui vem outra parte da comemoração. Para cada casa que você vai, você deixa um envelope vermelho para as crianças. As pessoas vão enfiando dinheiro na mão dos meninos de 2, 3, 4 anos, é surreal. A minha criança ganhou mais de 2.500 em uma manhã de visita. A de uma amiga ganhou mais de 10.000. E a menina não tinha nem 4. 

Eu não tinha e, aliás, ainda não tenho palavras para descrever o que senti nesses momentos. Não consigo entender o sentido de colocar tanta grana na mão de crianças que nem conseguem falar (sim, eles dão dinheiro até para bebês). O coração da gente até acelera. 

Ah, minha criança disse que ficou feliz e que vai gastar tudo em lego. 

Comida 

Como eu disse, todas as casas que recebem pessoas precisam servir muita comida. Até porque não tem dança, não tem música, não tem nada. É só comer e conversar. Então, se não tivesse um banquete não teria muito sentido toda essa visitação. 

Fogos de artifício 

Por último, e mais especial, são os fogos. Tem tanto, tanto, tanto que quando eu mandei áudio para as minhas amigas, elas perguntaram se eu estava em um campo de guerra. Sério, foi uma chuva de fogos que durou mais de 7 dias. Seria o bastante para iluminar um show da Anitta, suprir o Show da Virada e ainda ia sobrar pros fogos de Copacabana. Mas eles têm um motivo para isso: eles dizem que os fogos são para amedrontar os espíritos ruins e os monstros. 

É muito bonito de ver e eu fiquei lá, feito uma criança, vendo toda a vizinhança soltar fogos e mais fogos por dias. E foi a melhor parte do meu feriado. E bem, foi isso. 

Se vocês querem saber qual é o balanço final, aqui vai: é uma festa mágica. Tem todo aquele clima gostoso de fim de ano no Brasil, em que todo mundo se reúne para cozinhar, comer, beber e agradecer pelo fim de mais um ano. Para quem é estrangeiro é ainda mais divertido, porque podemos ver os costumes, entender melhor várias tradições e também a importância da família para os chineses. 

Foi uma oportunidade incrível. Se não tivesse passado por essa maratona, nunca entenderia a importância de soltar fogos de artifício, cada etapa do ano novo, qual o sentido de colocarmos moedas nos dumplings... Agora, felizmente, entendo. 

Maaaas, como tudo nessa vida, essa comemoração toda te deixa exausta. Principalmente se sua família for como a minha e decidir passar não 1, não 5, mas 30 dias fora de casa. Ao todo, foram mais de 4 casas diferentes, com condições totalmente inusitadas e eu saí das férias quase morta de tanto trabalhar. São milhares de crianças e, querendo ou não, aqui eles acham que se tem uma au pair, tá beleza. Ela cuida da renca toda. Então, se você for pegar uma família como a minha, se prepare! 

Bom, esse foi o Ano Novo Chinês. Feliz ano do cachorro, muita coragem para as futuras au pairs chinesas e até a próxima <3

Ahh, um p.s importante: eles também têm o Show da Virada e o Jackie Chan aparece lá. Ele é conhecido como ator e cantor aqui!
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04 fevereiro 2018

Como ser au pair na China




Venham, crianças. Hoje eu vou contar para vocês como vir para a Terra do Dragão!


Não é de hoje que o intercâmbio de Au Pair é visto como uma ótima opção para aqueles que não têm uma renda das melhores. O modelo é barato, as vantagens (lê-se acomodação e refeição) é uma mão na roda para todas as pessoinhas que, assim como eu, querem conhecer o mundo todo e o preço que a gente paga para as agências é camarada. O negócio é: infelizmente, a gente foca nos EUA e Europa e esquece que tem um lugarzinho muito amor do outro lado do mundo: a China <3



Não vou mentir para vocês: para sobreviver a um programa de Au Pair na China você precisa ter uma cabeça muito em ordem. Afinal, diferente dos destinos populares, aqui você não vai ter alguém que te entenda a cada esquina, a cultura é beeeem diferente e isso pode levar muita gente à loucura. Mas olha, o contato com as pessoas, as novidades e todo o mistério que envolve esse país vai mudar a sua vida. Palavra de escoteira!

Se seu coraçãozinho falou mais alto quando leu um dos meus posts, se já sonhava em vir para a China ou se só está cogitando a possibilidade, só posso dizer: só vem. Vem preparado, mas vem!

Mas bem, vamos ao que interessa. Hoje vou falar para vocês quais são os requisitos básicos da minha agência (todas seguem a mesma linha na maior parte das vezes) e deixar os contatinhos das duas que conheço que estão em evidência hoje. Leiam direitinho e, se tiverem dúvidas, é só chamar meu nome 3x que eu estarei aí!

Resumão maroto do programa: 

Ao contrário do Au Pair nos EUA, na China você não vem como a babá. As famílias têm expectativa de conseguir uma professora de inglês, não alguém para trocar, dar banho, comida e levar as crianças para a escola. Por isso, o nível de inglês precisa ser muito bom. 

Você trabalha 25h por semana conversando com a criança, ensinando a falar ou escrever, fazendo atividades que envolvam a língua. É importante avisar que algumas famílias vão mesmo pedir para você dar uma aula, enquanto outras vão deixar que você brinque e introduza o idioma de um jeito mais leve. Depende da família e da idade da criança. 

Talvez você acompanhe a kid para o colégio, mas sempre será levada por um motorista da família ou por alguém da casa, nunca vai dirigir. Aliás, lembra dos pré-requisitos dos EUA? Esquece. Aqui são outros quinhentos.

Mais uma coisa: geralmente as famílias são bem ricas. Eles têm uma ou duas empregadas, motoristas, etc. Então você não vai precisar fazer nada. Na minha casa não tem, então lavo vasilhas às vezes para ajudar a hosta e sempre arrumo o meu quarto. Mas normalmente Au Pair aqui não faz isso.



Pré-requisitos: 

Idade: 18 – 28 para meninas e 18 – 22 para meninos (não me perguntem o porquê, eu não faço ideia e só minha agência tem essa diferenciação) 

Estado Civil: Não importa. Sim, casados, vocês podem! 

Inglês: No mínimo intermediário (mas eles dão preferência para avançado e fluente)

Certificado de bons antecedentes criminais 

Exames de saúde para mostrar que está supimpa (desculpem a gíria das antigas)

E é isso aí. Não, você não precisa comprovar horas (mas precisa saber lidar com criança e já ter cuidado de algumas, claro), não precisa de carteira de motorista nem nada do tipo. 


Benefícios: 

1.500 yuans por mês – sim, é pouco, gente. Você não vai ficar rico aqui. Mas, até hoje, consegui me virar bem com o dinheiro e ainda dá pra fazer a festa uma vez ao mês da Miniso (uma loja japonesa que vende tudo baratinho hehe)

Para quem assina o pacote de 6 meses a 1 ano, tem também um bônus de 320 yuans por mês (desde que a família não reclame de você)

Um ou dois semestres (depende do tempo que vai ficar) na universidade para aprender mandarim. É, você não tem um valor que pode escolher para fazer o curso que quiser. Aqui é só mandarim mesmo. 

A passagem de volta caso fique 6 meses e a passagem de ida e volta se ficar 1 ano.

Acomodação e refeição (claro!).

Seguro saúde

Espero não ter esquecido de nenhum. 


Processo: 

Você preenche o application no site da agência e aguarda o contato. A maior parte delas é gratuita (a minha começou a cobrar 100 euros agora, mas é grátis se você indicar alguém). 

A agência faz uma entrevista para se certificar de que você tem o perfil e se tiver, eles apresentam o seu application para uma família que eles acham que se encaixa com o seu perfil. Aí, se a família também gostar, vocês conversam. Geralmente o processo é bem rápido (o meu durou menos de duas semanas) e você só tem uma chamada com a família. Depois daí, eles já chamam você. Por isso, esqueça aquela coisa de 100 perguntas, 90 e-mails e 20 pombos. Chineses são extremamente práticos e em vinte minutos eles já decidiram se querem você ou não.

Aqui você tem dois caminhos: aceitar o match ou pedir uma nova família. Se escolheu a segunda opção, eles vão apresentar outras até achar o match. Se você ficou com a primeira, vamos em frente.

Quando a agência volta a falar com você, eles vão pedir alguns documentos e, em alguns dias, vão enviar alguns para você pegar o seu visto. Detalhe: o visto é de estudante. O programa ainda não é regulamentado na China, então au pair vem como estudante e fica na casa de família. Mas você fica registrado na polícia bonitinho como morando com a host family e o endereço também fica registrado no consulado, não se preocupe. 

Você faz o visto e recebe a passagem (ou compra a sua) e vem para cá. Aqui, você vai ter dois dias de treinamento no apartamento da agência e vai ir para a sua família. E é isso. Bem rápido, né?



Espero ter clareado a mente de vocês e, se tiver alguma dúvida, é só perguntar <3 

Aqui estão os endereços da Dragon e da Baby Candy (Tutors Plus) para quem quiser ir direto à fonte para obter mais respostas. Ah, tem também a China Way, uma empresa brasileira que trabalha em parceria com algumas agências daqui. 

E, como sempre, para me stalkear, é só seguir @lolacirino no insta ou acompanhar os ups esporádicos (que não vão ser assim tão esporádicos) no meu canal, o Voa Lola Voa.


Beijos e até o mês que vem!
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04 janeiro 2018

Calcinha na máquina, jamais!



Come cachorro, come barata, sem dentes! Esse seria o coro que você ouviria caso perguntasse, em uma roda de bar mesmo, quais são os fatos de conhecimento geral sobre a China. Maaas, para que você tenha alguns outros fatos reais na manga, cá estou eu!

Eu sei, eu sei, você também quer saber sobre o meu processo. Mas, antes de começar com essa história, é importante saber o que você vai encontrar nessas terras. E, olha, não é pouca coisa não. Por isso, separei (com a ajuda da Luísa, Letícia e Ana, meu squad brasileiro de Au Pairs na China) umas curiosidades que a gente vê aqui:

Ainda existe dote

SIM! Para mim, essa foi a revelação mais chocante de todas. Não é uma coisa geral, mas algumas famílias ainda recebem dote pelas filhas. Nas minhas duas famílias as mães estavam prontas para gastar a bagatela de 100 mil yuans (além de um bom apartamento) que seriam os presentes para a família da noiva e para a noiva. 

Segundo elas, um marido que não pode comprar uma casa e um carro não é um bom homem. Ele não teria condição de sustentar a família. 

Ah, as famílias podem recusar o dinheiro do rapaz. Se a filha não ligar para isso e os pais também não, o dinheiro volta para o bolso dele.

Água, água, água 

Todos os dias eu perguntava para a minha hosta se eles não tinham produtos de limpeza (sim, tipo um Veja mesmo) para limpar meu banheiro e ela dizia que era só passar água. Aí fui ver a empregada limpar e ela realmente só usava água. Era água para limpar o chão (fora o aspirador e uns rolinhos de tirar pelo de roupa, que eles usam aqui também para tirar poeira e cabelo do piso), água para lavar o espelho, os vidros, tudo. Nessa nova casa também é assim. O único produto que eles usam é um cloro para jogar no vaso sanitário. 

Eu ainda fico querendo chorar por não ter um veja? Sim. Inclusive, me mande de presente! 

Nada de Coca na mesa 

Aqui, eles não têm o costume de beber aquela Coca gelada ou uma limonada não. Você come no seco mesmo e, se não gostar, bebe água. 

Água de garrafa ou fervida

Na China, você não pode beber a água da torneira. Então, para consumir, ou você ferve ela, ou compra garrafas de água. É comum chegar em casas e ver caixotes de água lá.

Água morna e a fonte da vida

Aliás, falando sobre água, aqui é muito comum beber água morna. Quando ela não está morna, está em temperatura ambiente. Gelada, nem pensar. 

Aliás, o chá e a água morna são tão normais aqui que é comum ver bebedouros com as opções morna e normal. 

Varal na sala, varal em todo lugar

As casas da China não têm muito espaço. Então, é normal ver varal de roupa na sala, no quarto, no banheiro e na sacada. A máquina de lavar geralmente fica no banheiro também. 

Agachadinha 

Agachar para ir ao banheiro aqui é quase lei. Os vasos podem ser uns buracos, aqueles de porcelana no chão mesmo ou o que a imaginação chinesa mandar. Ah, e é bem raro encontrar papel higiênico onde esses abençoados estão!

Os shoppings ou espaços públicos geralmente colocam pelo menos um vaso ocidental, mas o resto é na agachadinha mesmo.

Não coloquei fotos por motivos óbvios, mas pode pesquisar “banheiro na China” e você vai entender do que eu estou falando.

Fumo livre

Aqui você pode fumar em locais públicos. Fui em uma balada no Natal e minha roupa saiu tão fedorenta que queria jogar fora. Tive que lavar até a mochila!

Carro normal, cadê

É muito comum ver carros caros na China. No Brasil, quando a gente vê uma Ferrari as tias na rua tiram até foto. Aqui eu estranho é quando vejo um Gol da vida.

Banquetes na China

Quando a gente vai em restaurantes aqui, não pedimos um prato. Geralmente vão ter pelo menos 3 (mas podem ser mais – geralmente é!) e todo mundo divide.

Brinde, brinde, brinde

Quando você bebe em um jantar ou almoço entre amigos, é normal ver os chineses brindando várias vezes. Várias mesmo. Em um almoço que fui, eu contei mais de 35 e eu nem fiquei na mesa o tempo todo!

Isso porque, aqui, se você não brinda antes de beber, as pessoas podem pensar que você não é amigável. Então é legal falar algo como “saúde aos meus amigos” ou algo do tipo enquanto bebe.

Se achou uma coisa, deixa lá

Se você achou dinheiro, cartão, bolsa ou qualquer outra coisa no chão, geralmente você deixa lá. Uma hora o dono vai aparecer e pegar (ou a gente espera).

Pasta de dente de diamante

As pastas de dente podem custar muito caro aqui. Já vi algumas que custam mais de 80 yuans (moeda da China). Geralmente, as mais baratas são as importadas. Quase chorei de emoção quando vi uma Colgate por 15!

Açúcar não existe

Açúcar não é um alimento básico aqui. Você precisa ir lá e pedir num restaurante ou até na casa da sua hosta, porque eles não adoçam as coisas. 

Calcinha na máquina, jamais!

Aqui, você não pode lavar meias ou calcinhas na máquina de lavar. Eles acreditam que tem muitas bactérias e, por isso, você precisa lavar na mão mesmo. 

Pimenta hoje, pimenta amanhã, pimenta pra sempre

Ao contrário do açúcar, a pimenta é fundamental na China. Eles comem porque amam e também porque emagrece. Minha hosta é louca para me fazer abusar da pimenta porque ela acha que vou secar se comer muita (mas essa obsessão por magreza é história pra outro post).

Ufa, que mundo de coisas! Deu pra ver que a base da China é a água, né? É água morna, é água para limpar a casa, é água para lavar o mundo. A água aqui é tipo o xarope em Todo Mundo Odeia o Chris: o sagrado remédio. Mas, olha, depois de mais de cinco meses aqui, confesso que até eu estou andando com a minha garrafinha na bolsa. Afinal, nunca se sabe, né? Aliás, vocês também pegaram manias do lugar onde vocês ficaram? 

Vou encerrar o post com essa pergunta marota e vocês já sabem: para me stalkear, é só seguir @lolacirino no insta ou acompanhar os ups esporádicos (que não vão ser assim tão esporádicos) no meu canal, o Voa Lola Voa

Um beijo, um copo d’água e até o mês que vem!
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04 dezembro 2017

Vivendo de cachorros e insetos na China



Mas espera aí, existe Au Pair na China? Como vivem, o que comem, onde se divertem? Descubra aqui e agora, no Blog das 30 Au Pairs.


E depois de quatro longos anos, cá estou eu! Quase não acredito que depois de tanto ler histórias, agora eu vou contar algumas – muitas – pra vocês. E bem, para começar direito, vamos esclarecer 3 coisas: 

1) Eu sou a Lola e, desde junho, vivo na Ásia como Au Pair*;

2) Essa foi minha primeira viagem internacional e também minha primeira viagem forever alone. E eu não poderia ter feito melhor escolha;

3) Eu fui sem saber nada do idioma e sem ter certeza nenhuma de que ficaria segura. E é exatamente por isso que decidi dividir minha história com o maior número de pessoas possível. Assim, ninguém vai fazer a mesma loucura que eu. 

Então, prontas? Vamos lá!

Você precisa saber que sou geminiana. E, por isso, sempre quis o mundo inteiro, tudo de uma só vez. Por isso, quando me inscrevi para ser Au Pair nos Estados Unidos, também encontrei uma família na França com quem fechei um match e, bem, aceitei falar com uma família da China. Mas sabe aquele tipo de coisa que você pensa que não vai pra frente? É, dessa vez foi. 

Eis uma coisa importante sobre famílias chinesas: elas são extremamente práticas. Você tem um Skype de dez minutos e, depois disso, eles já decidem se querem ou não. E foi assim que eu acabei indo pra China. Eu aceitei ter um vídeo chat com a família pensando que seria como nos EUA, aquele processo de 587 e-mails, 7 chamadas, 1 mula e 5 corujas. Mas, diferente do que pensei, três minutos depois da chamada a moça da agência me disse que eles me adoraram e que me esperavam nas próximas semanas. E aí veio a pergunta: você aceita o convite deles? E eu que não tinha nenhuma razão pra dizer não, disse sim.

Em minha defesa, fiz um plano que me permitiria ficar 3 meses na China (afinal, que mal me faria conhecer esse país, certo?), 11 meses na França e aí partir pros EUA, o destino dos sonhos. Mas claro, a vida não podia ser assim tão fácil, então acabei cancelando com a família francesa depois de alguns problemas e depois de me apaixonar pela China. E acredite, você concordaria comigo se passasse meia horinha no Bund. Aquele é o lugar mais incrível do mundo. E eu posso provar. 



Para tornar uma longa história curta, eu tive duas semanas para pedir demissão, participar da minha colação de grau, cancelar tudo o que eu tinha no Brasil, pedir meu visto americano (AVISO IMPORTANTE: lembrem-se de que brasileiros não podem nem pisar no aeroporto do Tio Sam sem um visto de trânsito), empacotar minhas trouxas e me mudar para Xangai. E como foi tudo muito rápido – e desesperador – minha família quase não teve tempo para digerir a coisa toda. Foram dias surreais.

Eu acabei chegando na China no meio de um verão infernal, passei 90 dias em uma casa que poderia muito bem ter sido tirada de um catálogo do Minas Casa de tão rica, me perdi milhares de vezes e me desesperei por não entender nada que as pessoas falavam – sabe quando as meninas falam que foram para os Estados Unidos só sabendo falar o básico do básico? Imagina se mudar pra China e só saber entender oi e tchau – e bom, sobrevivi para contar a história. Aliás, não só sobrevivi, como voltei para essa vida de Au Pair na China.

Pra resumir o textão, se você quer uma novela mexicana versão China, relatos sobre a vida de uma au poor que sobrevive em Pequim com 1500 yuans e, de quebra, quer um tour grátis pelos mercados, a cultura e todo o universo chinês, dá aqui a sua mão e vamos juntos. Prometo não deixar nem um detalhe de fora!

Nos próximos meses eu vou contar como encontrei – e como encontrar – agências, falar sobre as famílias, as crianças, a diferença desse tipo de programa para os de Au Pair ao redor do mundo (por isso o asterisco lá no Au Pair*) e desmistificar tudo aquilo que você pensava ter certeza sobre a China. Por enquanto, só posso dizer que é o destino mais estranho, mas é simplesmente maravilhoso. 

Obrigada pela companhia e até logo! (vou estar aqui todo dia 4, prometo)

Ah, e, se quiser alguns spoilers enquanto espera, pode me stalkear  no meu canal

Um beijo!
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