Não sei se você que acompanha este blog também está inserido no mundo das Au Pairs do Grupão, no Facebook. Assumo que talvez sim, afinal, hoje com tanta tecnologia é muito raro alguém que não possua uma conta lá naquela rede social.
É também muito frequente ver por lá posts de meninas ansiosas, cheias de expectativas e/ou duvidosas quanto ao processo e quando chegam na fase de fazer Skype, de conversar com as famílias, a dúvida sempre vem: qual a melhor idade?
Eu particularmente acredito que não exista uma “melhor idade”. Existe aquilo que vai de acordo com o seu objetivo nesse intercâmbio, aquilo que voce estará disposta a enfrentar. É claro, cada criança e cada idade trazem responsabilidades diferentes e cabe a nós, intercambistas, lidarmos da melhor forma.
Estou no meu segundo ano e atualmente morando na Virgínia. Mas no meu primeiro ano, em Connecticut, eu cuidava de três meninas: 10, 12 e 16 anos. Os pais eram separados, mas 1 semana após eu chegar aqui nos EUA, meu host dad casou com a minha host mom, com quem ele estava noivo há 4 anos. Eu não tinha contato nenhum com a mãe das meninas e para ser sincera a madrasta era bem presente.
Minha rotina era bem light. As obrigações permeavam entre preparar café da manhã para as duas menores, ajudar a de 10 anos a se preparar para a escola - o que era definitivamente uma briga, pois ela detestava pentear o cabelo -, café da manha, alguma atividade após a escola e jantar - mas somente duas vezes na semana.
Talvez você deva estar pensando: “nossa que rotina fácil!”. Pois é, e pra ser mais fácil ainda eu dividia meu schedule com uma nanny que vinha até a nossa casa duas vezes na semana e então eu estava off a partir do momento que ela chegasse - sim! Além de uma Aupair, minha família tinha um nanny (essa história pode ficar para um outro post). E todas as quartas-feiras as meninas também iam para a casa da mãe, então a partir disto eu também ficava off.
Agora que você ja sabe um pouquinho de como funcionava meu schedule, quero te contar que vale a pena sim ser Au Pair de adolescentes. Mas venha sabendo que você terá que lidar com a ignorância, intolerância e rispidez de alguns deles. Não estou dizendo que são todos assim, não, mas que no meu caso eu tive que ser tão tolerante ao ponto de não pedir um rematch.
Minha host family não chegava a ser uma família perigo, mas por toda a questão do divórcio, era eu quem “sofria” com a falta de educação das minhas antigas Host Kids. Porém acredito que o segredo de tudo foi não ter desistido. Sofri e chorei com cada palavra rude que ouvi delas, mas persisti e após um ano vivendo por lá, posso dizer que no final consegui enxergar bons frutos e aproveitei ao máximo a ajuda delas com o inglês- está aí o grande diferenciar de Kid mais velha.
A de 10 anos, que detestava pentear o cabelo, passei a dar independência a ela para que ela mesma fizesse e ficasse orgulhosa. Ficava bom? Claro que não rs, mas em vez de ficar brigando toda manhã, eu a incentivava a fazer por si mesma. A do meio, de 12 anos, era a mais rude comigo. Com o tempo aprendi a ver que era de atenção que ela precisava. Então, tentava envolvê-la em algo do jantar para que ela fizesse a “bagunça” dela. A de 16 anos foi uma das mais fáceis de conquistar. Sempre me ajudou com homework e corrigia minha gramática em algum trabalho que eu tinha. Foi uma grande parceira de hikes, caminhadas pelo bairro e academia. Mas infelizmente por um tempo curto. Este ano ela vai para o College.
Pode parecer que não, mas nos Au Pairs somos sim uma referência para essas crianças. Elas estão nos assistindo o tempo todo. Posso dizer que dei o melhor que eu pude durante meu primeiro ano em CT, mas para a minha extensão decidi viver uma experiência diferente.
Agora, aqui na Virgínia, cuido também de duas meninas mas elas são menores, têm 8 e 5 anos. Não vou negar que elas me dão trabalho, fazem birra, então eu tenho que brigar e ficar brava. Mas estou muito feliz! Aqui me sinto amada pelas crianças.
E o Au Pair é isso, feito de experiências. Por mais desafiadoras que possam ser, valem a pena serem vividas.
Se você estiver ainda em processo para ser Au Pair ou em extensão e não sabe o que decidir: siga seu feeling. Vale a pena ser Au Pair de adolescente, de babys, de toddlers? Sim, vale a pena. Entre de cabeça no SEU propósito.
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