Escolher o programa de au pair foi fácil pra mim, pelo
simples motivo de eu querer fazer intercâmbio desde novinha e nunca ter tido a
oportunidade. Não lembro como eu fiquei sabendo sobre o intercâmbio,
mas eu achei bem legal porque, em primeiro lugar, era super barato e eu gosto
muito de crianças (de verdade). Era maio ou junho de 2009 e eu tinha decidido
ir em junho/julho de 2010 – até minha irmã falar que esperava engravidar em
2010. Aí eu mudei meu embarque pra fevereiro e foi pura correria a partir daí.
Comecei meu application pela Cultural Care em julho/agosto e
só terminei no começo de novembro, se não me engano. Entreguei tudo, fiquei
online em novembro e tive o match em dezembro. Pela CC, duas famílias pegaram meu
perfil. Uma era uma família de Boston, eu fiquei extremamente feliz com a
região (até porque a Mariana, minha nova BFF au pair, tava indo pra lá em
janeiro). O problema era: um menino de 3 anos e um newborn de 3 meses.
Conversei com a minha mãe sobre isso e falei que decidiria apenas depois de
conversar com a família, mas que achava responsabilidade demais cuidar de um
bebê tão novinho. Acabou que eles não entraram em contato, então não me
preocupei com isso. A segunda família que pegou meu application, pra minha
surpresa, era exatamente como a primeira: uma menina de 3 anos e um bebê que
nasceria em março – ou seja, ainda mais responsabilidade. Não prestei nem
atenção na cidade nem nada, porque não deu muito tempo. Vi que eles pegaram meu
perfil, dei uma lida por cima no deles (que tava bem incompleto, pra falar a
verdade) e saí pra dar as minhas últimas aulas do ano.
Quando cheguei em casa,
fiquei no computador, na comunidade de Au Pair do Orkut (que era A ÚNICA coisa
que eu fazia então). Era umas 22h quando o telefone toca e meu pai atendeu lá
no quarto deles (porque eu sou bicho do mato e não tenho telefone no meu
quarto). Ele chegou na minha porta todo “Bruna, é pra você, em Inglês” – minha cara
na hora foi INCRÍVEL HAHAHA. Era a
menina da CC em Boston, falando que a host mom queria conversar comigo e iria
transferir a ligação.
Gente, o que falar dessa
hora? Eu fiquei nervosa, mas acho que foi muito melhor assim de surpresa do que
se fosse com hora marcada. Conversamos por uns 40 minutos e eu curti muito ela.
Ela me deixou calma, contou da família, contou da cidade, o que eles costumavam
fazer – e eu fiz o mesmo. Contei sobre a minha vida, como era a faculdade, o
trabalho, o que eu fazia por aqui. Depois disso, ela me mandou um email com
fotos da minha menina (e sério, BABEI desde a primeira foto que eu vi!) e
deles, também.
Pra vocês entenderem o que aconteceu depois, eu tenho que
voltar um pouco a história. Eu estava DESISPERADA, como todas nós ficamos na
época de match, e mandei e-mail pra muitas LCCs da CC. Mandei uma cartinha me
apresentando, falando que eu queria muito uma família, contando minhas
experiências e meu número de app no final. Uma delas, que havia conversando com a
Mariana (que eu falei lá em cima) me respondeu, falando que uma família do
cluster dela estava com o meu perfil, que ela havia falado que eu parecia ser
bem qualificada e falando que a host mom gostou de mim, mas que esperava que eu tivesse feito mais
perguntas sobre a filha deles.
No meu email resposta pra host mom, eu perguntei sobre a menina, tudo que eu podia ter deixado passar no
telefonema e até mais (porque eu sinceramente não lembrava muito o que eu tinha
perguntado). Ela respondeu e ficamos conversando por e-mail até o primeiro Skype.
Eu tenho que falar que desde o começo já havia simpatizado com a host e com a
família, mas que foi no Skype que eu tive o feeling. Lembra que eu falei que
era responsabilidade demais cuidar de um bebê recém nascido? Pois então,
conversamos muito sobre isso no Skype, eu fui extremamente sincera e disse que
nunca havia cuidado de um bebê tão pequeno sozinha. E, talvez tenha sido nessa
hora que eu vi que me daria bem com eles: ela respondeu assim “nem nós tínhamos
cuidado de um bebê até termos a primeira. Você vai aprender fazendo, eu não
tenho dúvidas disso”. A partir daí eu já sabia que queria eles!
E depois de
muitos e-mails e muitas webcam’s no Live Messenger, nós fechamos de um jeito
super prático. Foi logo depois do Natal, se eu não me engano, e eles tinham acabado
de voltar de uma viagem. A host estava falando no e-mail como havia sido a viagem,
super normal, super conversa de amigas, e ela simplesmente falou que havia
conversado com o pessoal de Boston e que já havia encaminhado a papelada pra eu
ir em Fevereiro (na data de embarque escolhida por mim no application). E a
minha felicidade na hora? Não sabia se eu ria, se eu chorava, o que eu fazia!
Mandei um e-mail agradecendo e falando que eu estava muito animada pra ir pra
lá e que aquele tinha sido o melhor presente de Natal que eu poderia ter ganho!
A partir daí foi só alegria! Nós ainda nos falamos várias
vezes pela webcam e por e-mail, eu estava cada vez mais certa que aquela tinha
sido a melhor escolha possível (mesmo tendo o newborn, que não era o que eu
queria no começo). Ela mandou e-mail perguntando sobre o visto, sobre a ansiedade,
até no dia do meu embarque ela mandou um e-mail cedinho falando que ela estava
ansiosa e que eu deveria estar também, que era pra eu aproveitar os últimos
momentos com a minha família e ficar tranquila com a viagem. Quando cheguei na
escola de treinamento, mandei email tanto pros meus pais, minha irmã e alguns
amigos, quanto pra ela. E liguei aqui pra casa e pra ela pra avisar que eu já
estava lá (ela ficou MUITO animada, sem noção!). A semana foi tranquila, mas
como tava com um começo de nevasca na quinta, a CC liberou os hosts que moravam
perto pra buscar as au pairs à noite, depois do passeio em NY – e a minha host Family
foi uma dessas. Eu fiquei ansiosa DEMAIS depois que a gente voltou pra
escola. Estavamos todas esperando, até que uma menina chamou a gente porque as
host families começaram a chegar. Não demorou muito e eu vi a minha host na
porta e eu fui (literalmente) correndo pro abraço! Foi muito legal e
emocionante e lindo, eu me senti super bem desde o começo.
Fomos pra casa, eles perguntaram se eu queria parar no Mc Donalds ou qualquer
lugar pra comer (porque já era umas 10pm) e eu não tava com fome at all. Estavam
os três no carro: a host dirigindo, o host no banco do passageiro e a minha
menina dormindo do meu lado, segurando o baldinho das princesas que ela tinha
levado pra me mostrar. Chegamos em casa (já estava nevando desde o caminho de
volta de NYC) e fomos direto lá pra dentro. O cachorro ficou super animado
comigo, não saía do meu lado! Eu e a host descemos pro meu quarto (o host tinha
levado minha mala já) e ficamos conversando um tempão lá, era quase 1am quando
a gente decidiu dormir, porque a menina não teria aula no dia seguinte por
causa da neve e aí a gente ia ao mercado e essas coisas.
minha linda foto pra ilustrar a neve
Eu contei TUDO ISSO pra vocês verem que, desde o começo,
minha relação com a minha host foi sincera e sempre super aberta. Poderia ter
sido melhor algumas vezes, com certeza, mas acho que num geral foi sempre
assim. Nós saímos juntas pra almoçar, íamos pra praia no meu horário de trabalho,
íamos fazer compras (e ela ficava com o bebê pra eu poder experimentar as
roupas), assistíamos American Idol todos juntos na sala, ela perguntava se eu
tinha visto os seriados que ela também via pra comentarmos de manhã. Claro que
não foi tudo mil maravilhas sempre, mas você tem que saber filtrar o que fica e
o que você pode deixar de lado.
Eu sempre falo que eu esperava menos do meu ano de au pair.
Esperava que os hosts me tratassem bem e que eu fosse bem vinda, mas não do
jeito que realmente aconteceu. Pra vocês que ainda duvidam: existem, sim,
famílias que querem alguém pra ser parte da família. Eu sei que são poucas, mas
elas existem. E eu sei disso não só pelo meu ano lá, mas desde que eu voltei,
porque ainda conversamos normalmente por e-mail e pela webcam, ela me conta as
coisas das crianças, as fofocas da vizinhança, o que tem acontecido com o
trabalho e a irmã dela – tudo como era quando eu estava lá. Eu era parte da
família e ainda sou, sempre senti isso (porque eles eram iguais meus pais – ou até
mais né – quando guardavam janta pra mim no micro-ondas porque sabiam que era
algo que eu adorava e não pude comer com eles porque tinha aula, ou me chamavam
pra almoçar ou jantar fora com eles no final de semana).
O meu post é só pra vocês verem que existem famílias legais
no programa de au pair, algumas meninas não têm sorte, outras não souberam
escolher, talvez. Mas o que eu digo é: feche com a família que te fizer sentir
bem. Talvez você não vai ser parte da família, mas vai ser tratada como uma
pessoa, não uma empregada , e
isso já é melhor que muita coisa por aí. E sempre vão com expectativas
coerentes – eu fui querendo ser tratada bem e querendo que a família fosse
legal, mas foi ainda mais que isso e eu fiquei super feliz. Mas se fosse menos,
com certeza eu teria mudado de idéia, pedido um rematch e é isso aí.
Eu perguntei pras meninas do blog as expectativas delas e aí vão algumas:
Eu perguntei pras meninas do blog as expectativas delas e aí vão algumas:
"Eu não sei se eu sou A estranha, mas o que eu esperava era exatamente isso. Tentei esperar menos, pra não ficar frustrada, e na verdade até consegui, porque quando cheguei aqui, fiquei positivamente surpresa. Minha host family não me trata exatamente como um membro da família, eles me tratam como uma pessoa. E era isso mesmo o que eu queria. que me respeitassem como me pessoa e reconhecessem o valor do meu trabalho. Que me dessem autonomia para tomar decisões e liberdade e independência para viver a minha vida."
Walquiria Biazetto
"Minha expectativa era a pior. Sim, eu esperava que seria a "big sister", HAHAHA. Não é a pior expectativa do mundo, se tratando de au pair? Você vir pros US achando que vai rolar na grama com 2 crianças lindas e sorrir por 1 ano? Pra mim era, hahaha"
Tatyana Searles
"Então, eu espero encontrar uma família que não me trate como filha e esses mimimis, porque já tenho pais que amo muito. Quero simplesmente uma famíliaque ENTENDA o que é o au pair program, que se trata de um INTERCÂMBIO, não uma chance de ter mão de obra barata em casa. Só quero viver em um lugar que respeite as regras e que me permita aprender sobre a cultura deles e melhorar meu inglês."
Camila Monroe
"Faço minhas as palavras da Camila Monroe. Eu só espero não ter problemas graves com a família e poder levar boas lembranças das pessoas com quem eu vou morar nesse tempo. Quero uma família que me faça sentir em casa, mas não necessariamente "parte da família", porque me conheço e vou enxergar as crianças como meu trabalho e os hosts como meus patrões; mas isso também não impede que eu me afeiçoe por eles, o que seria ótimo!
Sei lá, eu quero esperar o pior pra ser surpreendida de maneira positiva."
Sei lá, eu quero esperar o pior pra ser surpreendida de maneira positiva."
Carolina Marques
O post foi incrivelmente pessoal e eu espero que tenha sido
bom pra alguém por aí! Eu estou sempre aberta a perguntas, tanto aqui nos
comentários, quanto por inbox no facebook ou e-mail (b.sandrini@outlook.com). E se vocês
quiserem algum tema específico pro mês que vem, é só pedir, seus lindos!
Pois é, nem tudo são flores sempre, mas se souber fazer e escolher, o ano de au pair não sera um monstro... muito bom Bu :)
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ResponderExcluirAcho
q estou mt sentimental, me emocionei na parte do match no natal rsrs. Nossa,
seu ano de au pair parece ter sido ótimo mesmo, muito bom poder ver as
histórias das pessoas e poder ficar imaginando como será a nossa. Concordo com a
opinião de algumas meninas, tendo o respeito dos meus hosts já serei feliz.
Gente que maravilha ter achado vocês!!
ResponderExcluirBom, do final de 2010 quando me formei decidi que queria estudar fora do meu país e no meio de 2011 conheci o programa e me apaixonei! Semana passada dei entrada no programa e já estou com tudo pronto só falta o vídeo de apresentação pra ficar literalmente online no sistema. O que anda me deixando bastante ansiosa é o telefonema, a escolha e o visto (só) kkkkkk lendo a vida e o dia de vocês como Au Pair só me mostra o quanto a decisão que tomei É CERTA! Obrigada por partilharem as vivências de vocês!! Beijos
Najara, super legal que a gente esteja fazendo parte - mesmo que indiretamente - da sua vida de (futura) au pair! Muuita calma na hora do visto, não é um bicho de sete cabeças (mas realmente, dá um medinho! Admito!). Qualquer dúvida, estamos por aqui, ok? Maior sorte do mundo pra você =D
ResponderExcluirOi Pamela! Poxa, se você já se emocionou com isso, quero nem ver como vai ser quando eu contar da minha despedida! hahahaha (nem sei quando vai rolar um post sobre isso, mas foi super triste :( )
ResponderExcluirE é isso aí, acho que o mais importante é ter host parents que te respeitem, era só o que eu queria também, mas ganhei esse mega presente =D hahahaha
Como anda seu processo? Fica de olho nos outros posts do blog também, sempre tem coisas legais e dicas das outras meninas! Beijão!
Bem isso, Kamyla! Tem que saber escolher, mas tem sempre um pouco de sorte (ou falta dela) envolvida. Porque, infelizmente, nem tudo depende da gente né?Se dependesse, seria um ano 100% maravilha ahahhaha
ResponderExcluirOi Bruna muito obrigada!! Qualquer dúvida estarei aqui comentando, segunda vou colocar meu vídeo e ficar finalmente online no sistema! Rezando pra encontrar logo uma família e que ela seja maravilhosa, assim que tiver novidades comento no blog!! Beijão
ResponderExcluirCai aqui do nada e vou lê mais... Quero muito fazer intercâmbio para melhorar meu ingles e posteriormente ir estudar em Londres.. Mas meninas, dá pra juntar dinheiro lá?
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