Diiia gente, tudo bem?
Espero que o mês tenha sido gentil com vocês. Para mim, foi um mês de reflexão. Dentre uma das minhas noites sem sono, percebi o quanto há meninas e meninos chegando nessa terra. Li posts, vi recados, vi anúncios de match e me peguei pensando na minha história e o que eu poderia passar com esse post. Dia 6 de Novembro eu completo 4 anos e 8 meses aqui. Carrego hoje experiência, cansaço, rugas, dúvidas e preocupação, mas também respiro maturidade, força e alegrias inigualáveis.
Desde o começo, lá em 2007, eu sabia que América iria me transformar. Eu sabia que eu iria amar. E sim, eu vou falar de amor. Do ônus e do dano que essa parte do continente inflige na gente. Que essas palavras inspirem e contribuam. Que levem coragem, mas que alertem também, aos que vem para passar um ano, ou dois, ou 4, ou sempre. Esses eu reconheço antes de chegarem aqui, só de ler depoimentos. Claro que não ter curfew, ter carro, ter feeling, ter folga, ter tempo livre, ter local para estudar, ter banheiro, ter amigas, ter preparo, ter experiência com crianças e ter gosto pelo trabalho, ter a mente aberta, ter aquecimento ter dates, ter dinheiro e vários outros ter importam e fazem muita diferença. Fazem a sua experiência boa ou não. É mais simples do que parece, babes. Fez um check mark em quase todos os ter que eu citei? Pois bem, agora é hora de pensar no seu coração. ESSA é, para mim, a reflexão mais importante a ser feita quando se vai morar em outro país. Ready?
A coisa mais importante que a América me ensinou foi a amar:
Amar previsivelmente, como eu sabia que iria, a diversidade, a cultura, o novo, a língua, o subúrbio, Jersey, a natureza (voltei a amá-la), o entretenimento fácil, a música, a praticidade. Amar a sensação de segurança, o consumo e a qualidade de vida. E absorvê-la, respirá-la, incorporá-la de um jeito que eu não sei mais se a operação reversa se aplica. Nem tudo que entra, sai, babes. Nem tudo.
Amar o desconhecido. Amar o próximo. Aprendi a amar de outra maneira, a maneira deles, respeitando o espaço e sem muita demonstração. Um amor que dá presentes ou agrados, que para eles vale mais que um `obrigado` ou um `abraço` e que por vezes eu ainda luto pra me acostumar, mas que eu recebo e retribuo. Amo assim com quem tem que ser (como meus hosts, por exemplo). Ao mesmo tempo, me permiti distribuir toques, abraços, beijos, carinho e cafuné, como nós brasileiros fazemos, para quem eu tenho necessidade de tudo isso como para as minhas crianças e meu namorado. E passar o nacionalismo da maneira de amar brasileira e o regionalismo do cheiro e do toque, do chamego (cuddle) cearense, para as minhas amigas européias ou paulistas, por quem eu ainda sorrio de amor até hoje. E pra sempre.
E finalmente, aprendi a amar sem condição. Amor de pele, de coração para coração, de identificação, de cuidado, de atenção. Amor responsável e sincero, amor altruísta, de alma, and I dare to say, de mãe. Sim, por 3 pequenos que eu quero na minha vida pra sempre. Quero não, preciso.
Mas Bee, e os danos? O que você perdeu com tudo isso?
Perdi a minha liberdade.
Óbvio, por questões de relações internacionais (visto). Mas muito pior, porque eu não consigo mais viver sem isso. Sem eles. Sem o American Dream, que nunca foi meu, mas que agora me possui. E que me vencerá antes de que eu o domine.
E ponto.
Olá,
ResponderExcluirEstou curiosa sobre algo em relação a você...
Você foi como Au Pair para os EUA, e agora está morando aí?
Como conseguiu isso??
Sim Karla. Desculpa a demora. Eu troquei meu visto pra estudante.
ExcluirSim Karla. Desculpa a demora. Eu troquei meu visto pra estudante.
ExcluirÉ uma coisa muito louca mesmo ..... to aqui a 2 meses e amu tudo isso
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