(em 26.10.15, #51dias)
Misto de emoções. Tudo que consigo escrever. Prometi que escreverei esse post aos poucos e sempre que bater aquela vontadezinha de contar um pouco a mais eu volto aqui, com data e tudo, pra dizer como é que foi isso de voltar ao Brasil depois de quase 2 anos fora de casa um parágrafo por vez. Ontem arrumei minha caixa de lembranças do meus anos, hoje arrumei alguns documentos, em breve começo com as malas. ai-ai-ai, voltar tá complicado quando a gente põe na calculadora quantos dias faltam.
(em 03.11.15, #44dias)
Hoje decidi que não vou levar muitas roupas que tenho aqui. Nunca fui apegada demais a roupa nenhuma e como estou voltando ao Brasil por tempo indeterminado, estou me esforçando para levar na mala apenas o que importa porquê: A) não quero pagar excesso de bagagem; B) não tô afim de ir pra DC pra pegar aquele atestado de residência, ainda mais que morei em 5 endereços diferentes; C) como mudei muito, não tenho muitas roupas e as poucas que tenho estão bem batidas. Uma decisão meio louca é que vou levar meus casacos mais pesados de frio, foram caros e eu pretendo usá-los bem em breve.
(em 18.11.2015, #30dias)
Ontem tive um meltdown daqueles. Liguei pr'um amigo e implorei por chocolate e sorvete, com direito e lágrimas e dúvidas e contemplações e inseguranças. Em 28 dias deixo os EUA e em 30 dias estarei em casa! O que eu penso?! Bem, reconheço que já vivi o que tinha de viver no programa, mas não estou pronta pra deixar este estilo de vida que vivo daqui e voltar pra cidade onde meus pais moram. Estou morta de medo do desconhecido e do incontrolável, se terei emprego, se vou conseguir passar no teste de inglês do mestrado, se vou conseguir me adaptar, se meus amigos ainda são meus amigos, do que me mudei e as coisas continuam no mesmo lugar... pra piorar ainda estou no TPM. #pqp
(em 06.12.2015 #12dias)
Pensei várias vezes em voltar aqui e reportar como estava me sentindo. As emoções são tantas e os pensamentos foram tão avassaladores que pôr a cabeça em ordem foi complicado. Foi? Não, não. Tá sendo. Como resolvi me desapegar e deixar/doar as roupas e coisas que sempre posso comprar no Brasil (e em qualquer outro lugar do mundo), terei uma mala de memórias e souvenirs e sapatos, que já está pronta e outra com os quase-nada que estou levando, que vou fazer um dia antes de embarcar. Quando tiver o peso certinho eu posto. Qual a sensação? Tô angustiada, desesperada, triste, feliz, emocionada, contente, triste de novo, chorona, reclamona, TPM nível 11 (numa escala 0-10), não dormo bem, como pouco e, na maioria das vezes, porcaria (pipoca, macarrão, chocolate, litros de água - o que não é porcaria - e... é isso que estou comendo ultimamente, além das visitas ao Chick-fil-A que estão mais frequentes).
Essa coisa de ter mudado várias vezes, agora, no final de todo esse desespero, é um lado bem positivo. Não tenho apego às roupas, aos sapatos, às bolsas como tinha antes. Aliás, consigo contar quantas peças estou levando e, muito provavelmente, não vou usar a franquia de bagagem permitida no voo internacional (2 malas de 70lb/32kg). Como tenho outro voo de GRU pra minha linda Bahia (terra de todos os Santos, encantos e Axé haha), vou mandar uma mala por correio e levar a outra comigo. Isso tudo porque esqueci de pedir a agência que marcasse meu voo final pra Bahia, mas as coisas vão bem ainda assim.
Estou preocupada com gastos extras. Meu cartão do Brasil não uso há dois anos e não sei se ainda está ativo ou se a agência já considerou como conta inativa. Isso me preocupa por não saber se posso usá-lo quando pousar em GRU, afinal vou ficar por lá por um dia inteiro antes de meu destino final. Estas últimas semanas me dediquei a curtir os amigos que fiz aqui, os momentos, as curtições, as pequenas festas e etc, então lhes garanto que o que juntei aqui não dá pra render um saldo surpreendente quando pousar lá hahaha.
Quanto ao fim do programa... cara! Como tô feliz em poder dizer "missão comprida, mas cumprida!". Se eu tivesse que embarcar de volta ao Brasil imediatamente depois de todos os rematches/mudanças voltaria depressiva, desanimada e sem brilho. Voltaria semente infértil, acredito. Conseguir um lugar pra chamar de meu, um cantinho que sei que posso voltar e conhecer uma família legal, normal, sem firulas... normal! hahaha me faz ter esse sentimento de que as coisas tinham que ser como foram e passar por cada situação foi necessária. Resiliência é um termo muito na moda ultimamente, e acredito que reconheço que meu nível de resiliência subiu um degrauzinho. ;)
Finalizar o programa assim também me traz outros sentimentos: autoconfiança, autoestima. Valorizar minhas pequenas realizações - ser mais eu, admitir e aceitar que sou "diferente" num mundo de tantos "iguais" e que sempre serei "a estranha" porque tenho sonhos e objetivos diferentes, pois vejo realização maior em viajar, curtir, brincar, descobrir e me encantar com o novo do que sentar horas a fio numa cadeira investindo tempo-de-vida num tempo-futuro que é incerto ao invés de batalhar para sustentar a única coisa da qual posso ter certeza: AGORA. "O que posso fazer por mim agora?" é o que me pergunto todos os dias e a resposta é diferente a cada dia.
(em 10.12.2015, #8dias)
Estou preocupada com gastos extras. Meu cartão do Brasil não uso há dois anos e não sei se ainda está ativo ou se a agência já considerou como conta inativa. Isso me preocupa por não saber se posso usá-lo quando pousar em GRU, afinal vou ficar por lá por um dia inteiro antes de meu destino final. Estas últimas semanas me dediquei a curtir os amigos que fiz aqui, os momentos, as curtições, as pequenas festas e etc, então lhes garanto que o que juntei aqui não dá pra render um saldo surpreendente quando pousar lá hahaha.
Quanto ao fim do programa... cara! Como tô feliz em poder dizer "missão comprida, mas cumprida!". Se eu tivesse que embarcar de volta ao Brasil imediatamente depois de todos os rematches/mudanças voltaria depressiva, desanimada e sem brilho. Voltaria semente infértil, acredito. Conseguir um lugar pra chamar de meu, um cantinho que sei que posso voltar e conhecer uma família legal, normal, sem firulas... normal! hahaha me faz ter esse sentimento de que as coisas tinham que ser como foram e passar por cada situação foi necessária. Resiliência é um termo muito na moda ultimamente, e acredito que reconheço que meu nível de resiliência subiu um degrauzinho. ;)
Finalizar o programa assim também me traz outros sentimentos: autoconfiança, autoestima. Valorizar minhas pequenas realizações - ser mais eu, admitir e aceitar que sou "diferente" num mundo de tantos "iguais" e que sempre serei "a estranha" porque tenho sonhos e objetivos diferentes, pois vejo realização maior em viajar, curtir, brincar, descobrir e me encantar com o novo do que sentar horas a fio numa cadeira investindo tempo-de-vida num tempo-futuro que é incerto ao invés de batalhar para sustentar a única coisa da qual posso ter certeza: AGORA. "O que posso fazer por mim agora?" é o que me pergunto todos os dias e a resposta é diferente a cada dia.
(em 10.12.2015, #8dias)
Em 6 dias chego ao Brasil, em 8 dias chego a minha linda e acalorada Bahia. Deus seja comigo, pois minhas pernas estão curtas e meu coração parece não querer repousar. São 10:23pm e nem sinal de sono pra tentar colocar a cabeça pra descansar.
As malas estão todas prontas. Estou levando um total de duas malas grandes, um mochila, um ukulele e uma carry-on. Organizei uma mala com todas as tranqueiras e coleções de objetos e papeis que fui acumulando durante os anos e outra apenas de roupas. Como a de roupas tá bem murchinha, semana que vem, antes de embarcar vou balancear o peso pra não ficar uma mala hiper pesada e a outra pela metade. Estou levando a mochila como "bolsa", minha carry-on e meu uku comigo na aeronave. Tomara Deus, tomara que possa levar tudo comigo, não quero despachar meu uku no porão porque tenho medo de voltar quebrado.
Tenho lido bastante, escrito um pouco, comido muito, ainda não chorei haha tenho buscado viver devagar. Há esse sentimento de que "acabou e agora é só esperar chegar no Brasil". Esse é um sentimento ruim quando penso que, além de ler, meus dias se resumem a aconchegar no sofá com o cachorro, comer, beber e dormir. Sinto que essa semana está bem improdutiva, mas creio que seja normal, afinal, não tenho grana pra esbanjar.
(em 15.12.2015, 24h antes do voo pra GRU, #3dias pra chegar na Bahia)
Malas prontas, coração miudinho de me despedir do "meu quarto", dos amigos, das parceiros de balada. Ontem um amigo (amigo!) cozinhou pra mim e ficamos bestando até umas 9 e tiquinho porque hoje ele tinha que trabalhar. Hoje marquei com uma amiga de irmos tomar um café e tricotar por mais uma manhã antes de voltar pro Brasil. Um outro amigo vei passar a tarde comigo e daqui umas horas uma outra amiga vem me ver.
Amanha logo cedo a nova babá chega. Ela não é Au Pair, é americana mesmo e foi a melhor decisão que meu host poderia ter tomado. Meu voo é somente a noite, mas pela manhã o Au Pair que conseguimos pegar o mesmo voo vem me buscar, pois meu host está viajando.
Comprei algumas lembrancinhas de Natal pra eles e tô deixando em cima dos travesseiros. O que eu ganhei? Bem, um muito obrigado e uma carta toda rabiscada dizendo sentiremos sua falta. E a vida segue.
(em 16.12.2015, 2h antes do voo pra GRU, #2dias pra chegar na Bahia)
Então! Coisas de Gabriella. hahaha esqueci de pôr um locker de segurança nas minhas malas. Coisa boa é que ambas estão com peso inferior a 55lb. Como eu consegui? Desapeguei. Sabe aquelas peças de roupa que ficaram no armário por meses? ou ainda aquelas que você usou tanto, mas tanto que quando se deu conta elas já eram parte integrante da sua pele. haha Desapeguei de roupas, sapatos, maquiagem antiga, espelho velho. Desapeguei do celular velho, do meu homework organizadíssimo do college. Desapeguei. Chegarei em casa com malas "vazias", repletas de esperanças para uma próxima aventura.
(em 16.12.2015, em GRU há 7h, 15h antes de chegar na Bahia)
Logo no avião, saindo da conexão em Orlando foi aquele burburinho de gente falando em português. Dá uma sensação boa e ao mesmo tempo assustadora. Mas estou aqui e cada passo que dei dentro de GRU foi uma confirmação do que já sabia: estranharia o vuco-vuco sem rumo de gente. Ninguém anda em linha reta, ninguém caminha ou do lado esquerdo ou do lado direito, caminham por onde há espaço. Na hora do almoça um restaurante estava anunciando R$6,39 por 100g de comida. Sério? Achei louco os preços. Paguei quase 6 reais nunca garrafinha d'água. Ok, ok, estou dentro do aeroporto, mas ainda assim... assusta.
Já tenho reserva no hotel e devo fazer check-in às 8pm. Só volta a escrever da Bahia. Aguenta coração!
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Quantas emoções vc conseguiu transmitir no seu texto! Gostei bastante
ResponderExcluirGrata, Izadora!
ExcluirDaqui uns dias tem o "Diário de uma chegada". Vem conferir!
#SucessoPraNós
Não vejo a hora de ler o próximo! Hahaha Realmente... quantas emoções! ↑
ResponderExcluirNem eu imaginada que sairia assim haha
ExcluirSó li todo no final, já em GRU.
Esse mês tem mais!
#SucessoPraNós
Nem eu imaginada que sairia assim haha
ExcluirSó li todo no final, já em GRU.
Esse mês tem mais!
#SucessoPraNós