Pessoas que largaram tudo para se aventurar nesse mundão de Au Pair!

Inserir ou não o Au Pair no currículo?

O que as empresas precisam ultimamente é de gente inteligente e que aprende rápido. E esse tipo de habilidade nós, au pairs, temos de sobra!

Au Pair na Europa

Você tem mais que 26 anos? Não tem CNH? É casada ou tem filhos? Ou também não tem como comprovar sua experiência com crianças? Talvez fazer o programa de Au Pair na Europa seja uma boa alternativa pra você.

Agências para os Estados Unidos

Tudo sobre diversas agências que fazem o programa de Au Pair para os Estados Unidos.

30 novembro 2013

The Time of My Life





Hello there! Meu nome é Lara, vou fazer 23 anos em duas semanas, sou a nova colaboradora do blog e ex-au pair-futura-nanny em DC. Dos meus textos vocês podem esperar um olhar bem otimista e também realista sobre o mundo auperiano. Sou daquelas que ama as kids e se considera parte da família, mas também já teve vontade de jogar tudo pro alto e sabe que o intercâmbio está longe de ser o mundo cor de rosa que as agências nos vendem (e também que pode ser muito melhor que o que elas vendem). O meu match foi bem unusual, meus 18 meses mais ainda, e vou fazer um breve resumo de tudo aqui. 

A história do meu match é o tipo de história que eu não gosto de contar porque parece mentira e todo mundo me odeia. Eu queria poder dizer que fiquei onze meses e treze dias online, que falei com cinquenta e sete famílias, que fiz inúmeros skypes ou que tive um visto negado, só pra dramatizar um pouco. Mas foi actually painless, vou contar anyway e tentarei ser breve.

Era março de 2011 e eu tinha planos de escolher uma agência em julho. Eu me inscrevi no GAP dia 26, um sábado, pra começar a conversar com famílias porque tinham me dito que era bom “ensaiar” um pouco. Na mesma noite, favoritei trinta famílias. Vinte e nove me responderam que eu não era um good match pra eles e me desejaram boa sorte. UMA falou que talvez eu poderia me dar bem com eles. Me mandaram uma mensagem no GAP com o email deles e eu já mandei outro maior que o antigo testamento me apresentando. Isso dia 27. Dia 28 a host me respondeu dizendo que adorou meu entusiamo e meu inglês. Conversamos mais um pouco, dia 30 marcamos ligação (sim, telefone, não skype, sou old school), não trocamos email nos dias 31 e 1 e dia 2 ela me ligou e falamos por mais de uma hora. A ligação foi no sábado, uma semana depois de eu ter me inscrito no GAP, e fizemos o match na segunda, dia 4 de abril. Pequeno detalhe: eu não tinha agência e eles me queriam pra maio.

Disclaimer: eu não sou a louca que correu o risco de fazer match com uma família perigo. Mas eu tive a sorte, cagada, ou o que quer que você queira chamar, de descobrir que a família que me adorou era a família da au pair cujo blog eu AMAVA e que só falava bem dos hosts. A host me mandou o email dela no primeiro contato e só pelo nomesobrenome no email eu descobri que a família era a do blog. Como eu sabia que eram uma família de verdade e que não eram muito loucos (for au pair stardards, anyway), e depois de ter certeza que a menina não falava bem deles à toa, resolvi me jogar. 

Um mês e meio depois eu estava em DC. Durante meus 18 meses eu visitei 11 cidades em todos os cantos do país (Nova York, Orlando, Los Angeles, São Francisco, Williamsburg, Charlottesville e Jamestown na Virgínia, Denver, Boulder e Erie no Colorado, e Saint Petersburg, na Flórida, durante o treinamento. Isso sem contar as cidades que você pode conhecer dando um rolê pelo metrô de DC, como Rockville e Bethesda em Maryland, Fairfax, Falls Church e Arlington na Virgínia, além de Silver Spring, que era onde eu morava, e  alguma outra cidade que eu provavelmente esqueci), fiz um curso na New York Film Academy, tive um unlimited summer pass pro Six Flags de Maryland, fiz trick or treat com as kids dois anos consecutivos, fui em uma ghost tour, fiz aula de boxe, escolhi minha abóbora numa plantação de abóboras, fiz três amizades pra vida toda (uma delas com uma alemã que hoje está morando convenientemente em Berlin) e – não tenho vergonha de dizer – ganhei uma família americana.

Cuidei de uma baby que tinha 13 meses quando cheguei e um boy que tinha 3 anos (“and a half, Lara!”). Eles não eram perfeitos – o menino era ou irritantemente obediente ou tirava o dia pra me deixar louca e a baby era super sassy e não ouvia ninguém... I mean, que não fosse a au pair que vos fala. O menino já fugiu de casa enquanto estava comigo durante um playdate (contarei com detalhes no futuro) e a baby decidiu marcar território pintando a parede da sala, a porta do basement e os armários da cozinha com uma sharpie preta. Mas ela também se agarrava na minha perna quando a mãe chegava em casa pra ficar mais comigo e o menino me desenhava como a amiga pirata dele pra depois me perguntar como se escrevia “I love you”. 

Pra mim, ser au pair é um trabalho como qualquer outro e você tem que aprender tanto a engolir sapo quanto a não se deixar ser explorada. Aprendi a dizer “não”, aprendi a lidar melhor com as pessoas, aprendi que cada pessoa tem um jeito diferente de demonstrar que gosta de você, aprendi a ser mais flexível e ter mais paciência e que se eu posso chegar em Nova York e me localizar sozinha, posso me localizar em qualquer lugar do mundo. Valeu MUITO a pena e se eu pudesse voltar no tempo, viveria tudo de novo.

Nos próximos meses eu pretendo contar tudo sobre minhas famílias americanas (no plural mesmo), minhas viagens e férias, minhas dicas de como eu domei as feras (hosts e kids), as emergências que passei com as kids, as muitas besteiras que fiz e histórias aleatórias sobre o meu tempo como au pair, assim como minha saga atual pra voltar como estudante. Pra quem ainda não foi, eu espero ter te animado ainda mais e pra quem está aí, aproveite muito porque passa mais rápido do que você imagina!

E até o próximo dia 30!
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29 novembro 2013

A famosa Black Friday chegou, e agora?

Enfiiiim Black Friday, uhul!!
Oi meu povo, ansiosos?  Eu estou! E muito rs
Na verdade fiquei em dúvida se realmente iria escrever sobre a Black Friday, afinal, é a minha primeira aqui e não tenho experiência alguma...
Assim como eu, tenho certeza que muitas ou muitos au pairs estão na mesma situação que eu... Então, aqui vão umas dicas valiosas pra que vocês consigam ter um sucesso no final do dia HAHAH Algumas eu pesquisei, afinal, como disse não tenho experiência... Mas outras vem do bom senso e da minha opinião. Sei que tá meio em cima, então leia as minhas dicas e corra para as lojas ok?
 
1) Vá confortável e aquecido, já sabemos que está frio e que não queremos virar pinguins nas filas certo?
 
2) Não leve todo o seu dinheiro em cash... Procure levar cartão,  aqui nos EUA, qualquer lugar aceita e além disso você evita de perder, caso você seja tipo eu.
 
3) Faça um plano ou um mapinha dos lugares que você quer ir... Entre nos sites das lojas participantes! Veja seus respectivos horários de funcionamento (muitas delas abrem na tarde de quinta feira!), onde ficam, etc.
 
4) Se você já tem em mente o que você quer comprar, faça uma breve pesquisa online pra evitar perder tempo em lojas que estão caras ou nem mudaram o preço.
 
5) Indo pra fila de madrugada você pega frio, mas você também compra as melhores ofertas.
 
6) Tá sem dinheiro?  Faça o possível para ir com o mínimo que tiver... Se não tiver nada, deixe pro ano que vem e vê se economiza e se planeja melhor...
 
 
 
7) Seja educado por mais que você queira muito aquela última peça que aquela FOFA tá pegando... Gente, a regra é clara, quem chegar primeiro pega! Então, seja rápido...
 
8) Pegue um carrinho, faça um zig zag na loja porque aí é certeza de passar em todas as prateleiras... Faça que nem eu, joga tudo no carrinho e na fila (SIM, SE PREPAREM) você vai selecionando o que realmente vale a pena ou não.
 
 
 
9) Vá com o espírito tranquilo... Relaxe, durma... É uma oportunidade de comprar e se divertir, não um dia pra ficar estressada... Não achou o que quer?  Tenha paciência, olha o tamanho desse país e a quantidade de lojas que ele tem...
 
10) Boa sorte!! Happy Thanksgiving (já se foi...) and Black Friday!
 
 

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27 novembro 2013

And I would do everything again!

E quando me perguntam se eu me arrependo de ter vindo pros EUA como Au Pair essa eh a minha resposta. 




Diariamente, as meninas(os) que acompanham os posts nos grupos de Au Pair no Facebook e em outras redes sociais conseguem perceber como, as vezes, esse mundinho de Au Pair consegue ser ingrato.
Nao por ingratidao das Au Pairs com relacao ao programa, porque isso nao vem ao caso, eh opiniao de acordo com a vivencia de cada um, mas sim, como essa vida de Au Pair eh um jogo de azar, e as vezes parece que as cartas estao marcadas, e nao ao nosso favor.

As pessoas me perguntam se eu indicaria o programa pra outras meninas, minhas amigas e pessoas proximas. 

Minha resposta eh e ssempre sera um YES, bem grandao e lindo!



Certos de que a vivencia as vezes pode nao ser boa, ainda assim... ha uma grande change de voce,  aprender e crescer de tal forma que as poucas coisas ( ou grandes) que voce passe se torne razoaveis. Pra ir direto ao ponto, eu faria tudo de novo, e indicaria o programa apos esses quatro mesmes porque:

1. Custo Beneficio.

Obviamente, o preco por um ano de intercambio, eh ridiculo. Ok, voce vai trabalhar, mas voce tambem ja deu uma olhadinha nos precos do Work and Study. Pois eh.

2. Vivencia

Nao so no sentido de estar em outro pais, mas de conhecer mais ate do seu proprio pais. Acho que aprendi mais do povo Brasileiro agora que estou aqui, do que quando eu estava no Brasil.

3. "Sofrimento"

Sim, sofrimento entre aspas porque, querendo ou nao, a gente sempre passa por alguma coisinha aqui, outra ali. Eu passei por um vendaval. Ainda nao sei se estou feliz por nao estar em casa quando tudo aconteceu, ou se fico triste por nao estar presente pra apoiar minha familia, mas a gente vai vivendo na medida do possivel.

4. AMIGOS

Sim, eu tambem sei que fazer amigos aqui eh uma coisa muito dificil, mas quando se faz, eles sao os melhores, e mais queridos. Os que te entendem, e que te apoiam nos melhores e piores momentos.

5. Weekenf OFF! 

Nem precisa de definicao ne?!


Pra voce que nao veio, e pra voce que ja esta aqui, fica a dica.

Vir pors Estados Unidos como Au Pair, - ou nao- eh muito bom, as coisas que voce faz, ou pode fazer so por estar aqui sao inexplicaveis. 

As vezes as coisas ficam um pouco mais complicadas, as vezes voce esta muito cansada, ou stressada com essa vida. Mas voce ja parou pra pensar, - voce que ja eh Au Pair - em tudo de bom, que estar aqui.. vindo como Au Pair, todas as coisas boas que ja te aconteceram? Os sorrisos, os encontros, os dates meio sem nocao, as baladas com as amigas, e as vezes ate a descoberta do sentimento pelos pais e amigos..

Ou pra voce que ainda nao veio, mas que tudo eh um sonho idealizado da forma mais perfeita. Relaxa, nao vai ser perfeito assim, mas, eh normal. Que seu choro de quinta a noite, pela semana que nao foi uma das melhores, vai ser abafado pela risada das amigas no final de semana.

Au Pair life.
Cheia de Ups and Downs, mas nao deixe os "Downs" te prenderem.
Essa vida, tem muita coisa boa, e que da forma que eu acredito, voce tem que passar... ja estava na sua historia... E isso tudo, so vai fazer de voce uma pessoa melhor.

Sim, com tudo de "errado" que ja deu, e tudo o que eu ja sofri, e todas as lagrimas derramadas... eu faria tudo de novo! 

Depois de 08 meses ( que serao exatos no dia que eu chegar) Eu volto ao Brasil. So pra passear gente!! Mas eu volto! 
Fico uma semana com a minha maezinha que precisa de mim agora, mais do que eu preciso dela, mas vir pra ca me tornou a mulher e o apoio que ela precisa agora. Apos essa semana, volto para os Estados Unidos, pra me descobrir um pouco mais, e ficar aqui por um total de um ano e meio.





PS. O post eh so pra lembrar que a vida nao para enquanto estamos aqui, ela melhora e toma um novo rumo.

Post criado amparado apenas pelo fato de se ser uma Au Pair, nao levando em questao o tratamenro da Host Family para com a  Au Pair, ou relacoes do tipo.  

See you next month.

Sara.



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25 novembro 2013

Uma Nova 26!

Acordei esta manhã atrasada e cansada. Eram quase 8 horas e eu deveria estar no trabalho pronta para começar exatamente às 8h. Ótimo! Já vou começar a semana bem ¬¬. Descansei o fim de semana todo e dormi bastante, até mais do que deveria. E ainda acordo cansada sem saber exatamente porque.

Penso que devo ser diferente e considero ter algum problema. Quando era au pair também era assim que me sentia. Trabalhava a semana toda, descansava o fim de semana todo e na segunda-feira acordava com a sensação de “ai! E lá vamos nós para guerra”. E o pior de tudo era que eu amava tudo sobre minha experiência fora de terras brasileiras.

Em Den Haag
Embarquei para a Holanda como au pair em meados de 2009 e retornei conforme planejado no ano seguinte. Morei com uma família linda e maluca e passei poucas e boas com eles. Não havia pesquisado nada sobre meus direitos, deveres e o que mais pudesse ser relevante para o sucesso do meu intercâmbio. Fui na cara e na coragem tendo como base os depoimentos das au pairs anteriores da mesma família.

 Confiei nelas cegamente e já adianto que elas nunca mentiram... mas nenhuma de nós se quer pensou que a rotina e as necessidades dos hosts poderiam mudar (e MUITO) de um ano para outro... e logicamente foi o que aconteceu quando cheguei.

Para citar as mudanças mais drásticas: A família estava se mudando para outra cidade onde era preciso que a au pair dirigisse; o host havia arrumado um novo emprego no norte do país (passando um mínimo de 3 dias seguidos por lá); a menina mais velha havia sido diagnosticada com hiperatividade, dislexia e déficit de atenção e estava tomando remédio pesado.

Com a mesma família morei em três cidades diferentes: Den Haag, Scheveningen e Wassenaar. Quando tivemos nosso match eles moravam em Den Haag, próximo a tudo onde eu poderia levar às crianças para a escola e atividades extra curriculares sempre de bicicleta. Não que eu não dirigisse, eu tinha carta... mas pavor de dirigir naquela época. E deixei bem claro isso aos hosts. Ou melhor... Um dos meus erros era achar que estava falando com os dois hosts, quando claramente conversava por e-mails apenas com o Host Father. A Host Mother estava sempre ocupada, mesmo para me conhecer no Skype e não tinha paciência para lidar comigo e em combinar as coisas. Eu achei normal...

As au pairs anteriores tinham poucos serviços de casa. Acordavam com os hosts e colocavam o café da manhã para todos, aprontavam as lancheiras da escola e estavam livres até meio dia, quando deveria buscar o mais novo na creche. Depois buscavam as meninas na escola e ficava com eles até às 17hs, quando o host retornava a casa. E estavam livres. O host adorava cozinhar e preparava a janta, punha a mesa e cuidava de tudo referente à casa. O próprio host havia me dito que tinha as sextas-feiras livres e deixava suas au pairs livres também para viajar... e eu achei o máximo! Lógico!

Cheguei na Holanda em junho de 2009 e por um mês curti essa rotina conforme havia sido combinado comigo por e-mail. Mas eu já havia percebido que tudo iria mudar, mas não me preocupei muito... afinal, tudo havia sido combinado por escrito... Eles estavam construindo sua nova casa em Wassenaar, que deveria estar pronta em julho. Com isto em vista, correram e conseguiram alugar a casa em Den Haag (que estávamos morando) para uma outra família a partir de julho. Pedreiros são pedreiros em todo mundo, e não diferente do que acontece no Brasil, eles não estavam nem com metade da casa pronta na data que deveríamos mudar... e acabamos sem ter para onde ir e os hosts com passagens marcadas para passar um mês de férias na Croácia.

Sorte que uns amigos dos meus hosts tinham uma casa para alugar ao lado da deles, na praia de Scheveningen. E para lá nós fomos. Mandamos as crianças para a casa da avó e fizemos toda a mudança, além de termos feito faxina na casa que estávamos deixando em Den Haag (e na nova!). Foi uma semana exaustiva. Era empacotar, desempacotar, limpar, esfregar e ainda ter de lidar com chuveiro gelado pois a nova casa não era habitada a anos... Não passei por isso sozinha, fiz tudo ao lado dos hosts como em uma família mesmo.


Em Keukenhof, parque das flores
 Uma parte de mim estava feliz, pois foi um momento que nos uniu muito, pois passávamos o dia trabalhando na casa e depois jantávamos juntos tomando vinho e víamos filmes. Já uma outra parte de mim esperava por uma pequena compensação quando tudo estivesse pronto... Essa compensação não veio da forma que eu havia imaginado, mas também vejo hoje que eles não deixaram meus esforços passar em branco, me levaram para sair à noite com eles e obviamente não se incomodavam se eu passasse mais tempo descansando após ter ralado lavando as paredes da casa. Também não me senti com direito de cobrar nada sendo que eu não havia conversado sobre isso antes e decidi ficar calada.

As crianças voltaram da casa dos avós e eles foram todos à Croácia. E eu, sem ter feito nenhum amigo ainda, sem conhecer nada (entrando no meu segundo mês de Holanda) tive minhas férias. E fui viajar. Sozinha. Foi apenas após a retomada da rotina que os problemas começaram a aparecer, as crianças já estudavam na escola da cidade em que deveríamos ter ido morar, Wassenaar. E o Host Father nunca havia comentado com a Host Mother que eu tinha medo de dirigir... ele também nunca havia comentado que eu não sabia cozinhar, que estava disposta a aprender, mas que não tinha pratica.

Fomos viajar para a Bélgica e os hosts aproveitaram para me deixar dirigir no caminho de volta. Sim, de carro com toda família, dirigindo a no mínimo 130km/h (eu nunca tinha passado de mais de 45km/h no Brasil...) na estrada. Meu coração a mil... Em casa tivemos nossa primeira discussão, quando a host começou a dizer tudo que sentia naquele jeito curto e grosso dos holandeses. Seu marido, sua mãe e seu irmão me defendiam, o que a deixava cada vez mais brava. E eu chorando, quieta, segurando a mim mesma sem responder nada, mesmo quando teria algum bom argumento para dar. Fiquei muda, com medo, assustada. A única coisa que disse era que eu havia sido sincera nos e-mails, quando disse que não queria dirigir porque tinha medo e que não sabia cozinhar. Que não me importava em fazer tarefas de casa, mas que ninguém havia me falado sobre isso em nenhum momento, nem depois de eu ter chegado na Holanda. Enquanto o host havia combinado comigo que eu não faria tarefas de casa, a host esperava que eu as fizesse. Mas ninguém nunca me disse nada.

Naquela noite eu chorei muito e ouvi muita coisa desnecessária. O irmão da host me levou pra passear e espairecer, enquanto o host father e a avó conversavam com ela. Eu me sentia muito mal, durante toda a confusão ficava pensando que pelo menos alguém deveria ficar do lado dela, pois todo mundo me defendendo... a host ficava cada vez mais brava! Ficamos decididos que eu levaria as kids de ônibus à nova escola e às atividades a tarde e que pouco antes de sair do emprego a host me ligaria e me daria umas instruções para o jantar. No começo cozinhamos juntas. E foi num desses momentos que ela se abriu para mim a primeira vez. E eu pude entender melhor seu lado. 

Ela me confidenciou , depois de toda aquela confusão, que havia pensado em se separar do marido (!!!), porque em nenhum momento ele havia pensado nela ou nas necessidades dela, sendo que supostamente ele era aquele que mais a conhecia (sabia que ela detestava cozinhar, sabia que ela detestava cuidar da casa, etc) e que ele realmente havia combinado coisas comigo que estavam muito distantes da realidade da família. Eu concordei, cheguei a perguntar se ela queria que eu procurasse outra Host Family, mas enquanto ela cozinhava comigo, ela quase sorriu e disse que deveríamos tentar desse jeito, já que não tinha sido nada culpa nossa. Aceitei.

Não digo que tudo melhorou depois da nossa conversa e ficou às mil maravilhas. Mas muitas coisas mudaram e pudemos acertar o passo. Eu usava o ônibus com as kids para tudo e se fosse perto, a bakfiets. Calculava os horários direitinho para não chegar atrasada e antes de sair do trabalho, a host me ligava para falar do jantar e eu já começava a fazer tudo, para que quando ela chegasse tudo estivesse pronto (ou quase pronto!). Também concordamos que com as tarefas de casa meu horário tinha aumentado demais, então eles também aumentaram meu pocket Money (na época eu achei ótimo, hoje vejo que mesmo assim era muito pouco pelo tanto de horas que eu trabalhava!).  

Depois que voltei ao Brasil, com a experiência de ter feito tudo errado, fui procurada por uma agência holandesa de au pairs. Que gostaria de usar a minha experiência para guiar e preparar as meninas, justamente dar a elas todo apoio que eu não tive quando fui. A idéia me deixou animada e eu logo comecei a ter contato com as meninas da agência, dando todo tipo de apoio e conselhos. Minha experiência e as dificuldades que vivi ajudaram muito a entender os dois lados da moeda. E também a manter a cabeça fria para argumentar, organizar a mente com argumentos lógicos. Justamente como eu não consegui fazer quando precisei. Hoje parece tudo mais fácil... mais tangível e eu sempre procuro colocar um pouco do que aprendi em cada conversa que tenho com minhas meninas, para que elas não precisem aprender da mesma forma que eu.

Então, a partir de hoje, os posts do dia 26 serão uma conversa minha com minhas meninas (através do blog, com todas vocês!) e também bastante da minha vida maluca de au pair, de cada erro que cometi e cada furada em que me meti e dicas práticas para que você não passe pela mesma coisa... e se estiver passando, para que você saiba que existe luz no fim do túnel e que você pode sim fazer limonada com esses limões que a vida teima em lhe oferecer ;)

Kusjes a todas e até o próximo dia 26 J
Eu, com minha mãe, meus hosts e minhas dutch kids!

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Medo do inverno?




Vou te dizer que ser Au Pair na Alemanha foi a minha primeira experiência fora do Brasil, e de cara me joguei pra ficar um ano inteirinho por lá. O que mais me preocupou nessa história toda foi a tal da estação mais fria do ano. Aqui onde moro, no Brasil, os invernos são frios e às vezes, cedinho, dizem que os termômetros marcam 2ºC! Mas esse é o mínimo e eu sou muuito friorenta e já achava essa temperatura gelaaaada!

Meu maior medo era congelar! Eu não tive medo do povo alemão, da língua, de ninguém me entender, nem de cuidar de três filhos que não eram meus, nem de cozinhar (vez e outra) pra eles, nem de perder algum guri no lago congelado ou de ser assaltada no meio do mato enquanto voltava pra casa de madrugada; meu medo era morrer congelada e virar atração turística, num canto qualquer de algum lugar, como a au pair brasileira que congelou no inverno alemão! Já pensou? Seria, no mínimo, engraçado.

Contudo, nada disso aconteceu! Assim que a neve resolveu dar o ar graça, por falar nisso tu já viu um floquinho de neve de perto? Vou te mostrar:



Assim que os primeiros floquinhos de neve começaram a cair, minha mãe postiça me emprestou roupa pra neve - um casaco e uma calça que pareciam um edredom em forma de roupa! Que coisa mais quentinha de gostosa! Eu pulava e rolava na neve com essa roupa! Então, aos pouquinhos, fui aprendendo que eu só passaria frio - e congelaria - se eu quisesse! Com a roupa me emprestaram também uma bota, porém eu teria que dividí-la com o filho do meio deles (ideia meio ridícula, eu achei) e aí resolvi comprar uma só pra mim - encontrei uma bota resistente a àgua e toda forradinha de pelúcia por dentro. E botas assim tem em tudo quanto é loja, podendo custar de quinze até centenas de euros. Depois da compra eu pensei: nunca mais passarei frio nos pés!! Enganei-me redondamente, pois enquanto eu estava na rua, na neve, meus pés nunca estavam quentes! Foi a única parte de mim que estava sempre congelada quando eu estava fora de casa. Ah, na hora de comprar a bota é importante ver como é o solado, fuja dos super lisos, pois eles são a receita perfeita para escorregões na rua, dê preferência aos solados com ranhuras.

Depois de perguntar ao meus pais postiços como eles não passavam frio (haha eu perguntei isso, sim!!) e de pesquisar um tanto na internet eu encontrei uma receita super divertida: primeiro uma blusa de manga comprida, depois um casaco de microfibra e por último um casaco quente, e os mais quentes são os de pelo/pena de bicho – lã, pena de ganso/pato. Minhas lojas favoritas para comprar roupas eram a Tchibo! e a C&A, pois lá as roupas eram úteis por um preço ótimo! Então eu tinha blusas térmicas/segunda pele, casaquinhos de microfibra e um super casacão de penas de ganso, também resistente a àgua. Cachecol pro pescoço, gorro para as orelhas e luvas para as mãos - nada de congelar! \o/ (Uma vez eu saí de bicicleta pra levar o menino pequeno na aula de piano, e esqueci de por algo na cabeça pra esquentar as orelhas. Eu não sabia que minhas orelhas podiam doer tanto. Foi a sensação mais terrível que eu já tive!!)

E viajar no inverno? Pensei que no inverno as ruas ficassem desertas de neve e ninguém saísse às ruas. O inverno na Alemanha só não é igual ao verão porque falta sol em 3/4 das horas do dia, mas as pessoas saem de casa mesmo com o céu chorando congeladamente e com alguns graus faltando, as crianças vão ao parquinho brincar de fazer bonecos de neve e escorregar de trenó dos morros e as pessoas saem de casa sim! Quando ainda era verão eu pensei: vou viajar tudo o que der agora e no inverno eu não sairei de casa! HAHAHA Eu acabei viajando bastante no inverno, também, mas o pique é diferente. Não tem como ficar o dia inteiro caminhando, como no verão, e um café/chá/tequila/jägermeister se faz necessário a cada duas horas. Passeios de barco são gélidos e os lagos ficam congelados! A mala fica maior e mais pesada, mas vale à pena por cenários como este:

aqui é Salzburg, na Áustria

ou esses:

aqui é Berna, na Suíça

aqui também ;)

e aqui é o castelo Neuschwanstein, na Alemanha

Pra ti que ta no inverno agora, aproveite-o! Cada estação tem a sua beleza, suas partes boas e ruins, seja esperto/a e saiba tirar proveito de cada uma ;D

Até mês que vem! o//

E se quiser me ler mais, eu estou por aqui.
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24 novembro 2013

Minha american life indiana


O "sonho de ser au pair" (sonho mesmo? oi?) é a nossa adaptação para o "American dream"!
Conhecer a Califórnia (Califa, se você quer parecer moderninha e antenada!), Las Vegas, parties e turismo em NYC, São Francisco, DC, Boston... etc. etc. conhecer o Grand Canyon, Yellowstone, e a lista goes on, and on, and on....
E daí, que eu já vou contar o que aconteceu com o MEU American dream! A host family do meu segundo ano de au pair (o meu primeiro ano foi o American nightmare, mas, falarei sobre isso outra hora!) - minha familia é Indiana!
Eles são uns queridos! Moro com eles há quase 4 meses, e a maioria das vezes (na medida do possível) sou acolhida como família mesmo, e não digo só pelos hosts (ambos nasceram na India, a host veio com 2 ou 3 anos de idade, e o host aos 18) mas, pelos pais e irmãos deles.
É jantar indiano pelo menos 3 vezes por semana, é festa e get together sempre, é gente falando Hindi o tempo todo, chai todo dia... costumes, crendices e tudo mais. A maioria do tempo eu esqueço que estou na tal da América!
O lado bom de se ter uma família de outra nacionalidade é, obviamente, aprender sobre uma nova cultura que você nem sonharia em aprender. Valores, e tradições que esperamos num intercâmbio, só que ao quadrado, porque claro, eles também celebram e manjam de coisas tipicamente americanas.
Sobre os valores, é o que mais me agrega aqui... eu tenho valores meio que fora do padrão. Sou vegetariana, super chata com essas coisas de ter as coisas certinhas, reciclagem, ser duro com os filhos, regular televisão e sobremesa... essas coisas de gente chata. E meus hosts, um casal jovem, tem valores que eu boto muita fé. E tem sido ótimo tê-los como exemplo e aprender com eles. (E eles são vegetarianos, pra alegria geral do meu mundinho!)
Meu American dream tem sido xuxu-beleza sem toda aquela porcaria de lado ruim de famílias americanas em que não existe padrões ou rotina, que "tudo bem comer pizza 3 vezes por semana" e achar que applesauce industrializado é tão saudável quanto comer uma maçã. Ou de não achar que dar 15 brinquedos (literalmente) na manhã de Natal para o seu filho mal criado seja estragá-lo. 
O bom de ter um ano com uma família non-americana é evitar essas coisas, que cruficique-me quem achar que estou dizendo bobagem... vai ter pelo menos um exemplo, um exemplozinho no seu ano de aupair que você vai lembrar do esteriótipo da "família americana" de um jeitinho bem pejorativo, e correr o risco de ficar horrorizada!!!
Claro... que nem tudo são flores, e sempre tem algo que te desagrada ou que você discorda... que podia ser melhor. Mas, o meu ponto hoje é dizer que, existem famílias em que um dos pais, ou a família inteira é de outra nacionalidade... e aprender sobre novas culturas e valores é sempre bemvindo ao nosso crescimento pessoal. Se você tem alguma família assim no seu perfil, não torça o nariz... pode ser uma mega oportunidade para você! Go for it! 
Se alguém se interessar em saber algo mais específico sobre minha experiência indiana nos States, só deixar um comentário aqui embaixo, e responderei com prazer!

:)
Tchau now!
Karen Rito

(Pois é, foi a Karen e não o Eddy que postou hoje. Ahn? É... O Eddy teve um probleminha, mas já ta tudo resolvido! Dia 06 ele vem aqui recompensar a ausência de hoje!) 
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22 novembro 2013

Connecticut, Newport e Boston

Hoje vou contar para vocês um pouquinho da minha breve estadia em uma das cidades que eu mais gostei de visitar :  Boston  , com breve pausa em Connecticut e Newport.


Estava chegando ao final do meu programa  (menos de um mês) , quando decidi que me juntaria a uma au pair que já havia comprado este pacote de fim de semana com a  Tours4Fun. Inicialmente fiquei meio com o pé atrás, não confiava muito nessas agências , já tinha ouvido bad reviews mas quem tem menos de um mês para curtir os Estados Unidos sem saber quando vai voltar , se joga de cabeça e coração.
Saímos de NY em um sábado, de manhã ensolarado,pegamos o ônibus pontualmente no horário que não me lembro mais e partimos.

Primeira parada que fizemos :
O Aquário Místico (sério, por que tem que ficar tão tosco quando escrito em portugês ?)
The Mystic Aquarium (ok, é tosco em inglês também)
ENFIM ,
O aquário, (místico kkkk) foi a nossa primeira parada no tour. Achei meio salgadinho o preço, nós au poors  pairs sabemos que 30 obamas representam uma parte significantiva em nosso orçamento, mas como já citei anteriormente, fui de cabeça e coração para aproveitar e então paguei pra ver peixe mesmo (hellyeah)
E se vocês querem saber valeu super a pena. Conheci pessoalmente um dos animais mais fantásticos do mundo, a Beluga <3 Sério gente, que animal incrível , poderia ter ficado o resto da tour por ali mesmo, vivendo com ela para sempre e considerei me oferecer para ser voluntária do aquário por tempo indeterminado, nem que fosse para limpar aquário e dar comida na boca da baleia.

Beluga e um ser humano idiota 

Saindo de lá passamos também pela Universidade de Yale, passeamos um pouco pelo campus e ouvimos alguns fatos históricos sobre o local, foi bem interessante e o campus é lindo, embora não tenha dado tempo de ver tudo. 


Yale 

 Breve pausa em Newport ,Rhode Island, que cidadezinha simpática eu pensei enquanto olhava pela janela. Me lembra aqueles filmes de comédia romântica em cidades fofas que você nunca sabe onde fica. Aparentemente a cidade é bem pequena e tudo é bem caro. Pelo que entendi o movimento lá é bem grande durante o verão. Adoraria voltar para ficar e poder explorar mais. Fomos conhecer a Breakers Mansion, essa casona ridiculamente grande da foto abaixo. O dia estava lindo e a paisagem era inspiradora hahaha.

Breakers Mansion

Depois de lá partimos para Boston, chegamos quase na hora do jantar, o pessoal foi comer lagosta e eu fui comer pizza porque sou vegetariana e mesmo que eu comesse bichos não teria coragem de comer lagosta porque tenho medo da aparência dela, iria imaginar ela ressucitando dentro do meu estômago e me comendo de dentro para fora. (I know I know :c menos haha). Depois do jantar fomos para o hotel, onde eu pude finalmente tirar minhas botinhas e pular nesta camona.

Primo Itt pulando na cama 

O dia seguinte foi um dos mais legais da minha vida, fomos conhecer Harvard, pqp que campus enorme, nos estados unidos eles levam a sério essa coisa de cidade universitária. Tem de tudo por lá.

Primo Itt passeando em Harvard

Passamos pela Trinity Curch também. O que eu mais acho legal é o contraste entre o velho e o novo , esse prédio ao lado da igreja é um dos mais altos do mundo, John Hancock Tower.

Trinity Church e Hancock Tower


 Fizemos um cruise depois de conhecer estes pontos turisticos e terminamos o dia no Quincy Market, comprei várias coisas que eu não precisava, conversei com pessoas diferentes e dei muita risada, tudo que eu aprecio em uma viagem rápida, adoraria poder voltar para lá com mais tempo, o fim de semana foi muito rápido mas com certeza os lugares que eu conheci serão lembrados para sempre.

KKKKKKKKKKKK

 Termino o post com essa foto linda que eu tirei do barco em que fizemos o cruise . 

Boston Skyline 

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