Pessoas que largaram tudo para se aventurar nesse mundão de Au Pair!

05 abril 2015

E voce se torna Mae

#Mae

Calma! Nao engravidei! hahaha Nao que eu saiba ou possa provar hahaha 

O tema hoje e simples: Voce e mae ou torna-se mae? No meu derradeiro post aqui no Blog das 30 Au Pairs falei sobre os diversos papeis que as familias querem que nos exercamos, mas que, acima de tudo, devemos ser o que nos queremos ser #nomatterwhat.
Voce assumiria o papel de mae de criancas que moram com os pais? O que e caregiver? E qual o papel da Au Pair?
Disse no post anterior que na primeira familia assumi o papel de mae. Assumi mesmo! punha limite e as criancas obedeciam mais a mim que os proprios pais. Chegou ao ponto da guria perguntar se eu era mae dela, e o guri chamar "Mae" e correr pra mim. Gente! Isso nao foi saudavel nem pra mim nem pra mae das crias. Ela nao controlava os filhos nos finais de semana, e eles faziam jogos sentimentais em que falavam "mas a Gabi deixa..." ou "mas minha mae faz assim-assado". Jogos inocentes que quando voce esta sentimentalmente envolvida, ferem.

Desculpa parecer fria, mas o papel de caregiver nao delineia que devemos estar envolvidas sentimentalmente com a pessoa/crianca. Descobri isso da pior maneira possivel. Minha relacao com a crianca mais velha da minha primeira familia era de nojo e repulsa. Quando tinha que dar banho nela, era meu tormento, porque qualquer "deslize" em controlar a ideia fixa de que "ela e apenas uma crianca e nao sabe tudo que esta fazendo" vinha a vontade de deixa-la sozinha no banheiro gritando e chorando. Ela tinha 4 anos e - mesmo que os pais e a escola nao adimitissem - tinha idade mental de 2 anos.

Ser Au Pair para essa familia, era ser mae, pai, avos, parentes das criancas, pois eram uma familia bastante isolada sentimentalmente. Dentro de casa, eles nem sequer pareciam familia. Pareciam um bando de estranhos (sim, estou incluindo as criancas) vivendo na mesma casa #eraestranho. Foi dessa experiencia de ser mae de criancas com pais presentes-ausentes que comecei a pensar sobre o meu desejo de ser Mae.

"Toda mulher e potencialmente mae", isto foi o que aprendi com meu professor de Matematica no 3ro ano do Ensino Medio, que e um dos (ate 2012) 5 unicos Matematicos-Filosofos do pais (isso significa dizer apenas que concluiram os Becharelados em Matematica e Filosofia e exercem ambas as formacoes em palestras e artigos cientificos). Essa frase significar dizer, simplesmente, que nos mulheres nascemos com o poder, forca motivadora, condicoes fisicas de gerarmos um ser (considerando que o percentual de mulheres que sao estereis ainda e inferior aquele das mulheres com sistema reprodutor saudavel).

"E?", voce me pergunta.

E hoje tive esse "passarinho no peito" me perguntando inumeras vezes, como muitas vezes antes, se eu quero ser mae. A resposta ao final do dia e sempre sim. Vou alem disso: quero ser mae e ser Au Pair tem me auxiliado a ver a realidade de diferentes maes e de diferentes criancas e criacoes e personalidades e comportamentos. Ser Au Pair me auxilia a ver meus erros e minhas impaciencias e minhas imperfeicoes.

Quantas vezes ja disse "quero ser mae e nao quero ser como minha mae"? Hoje me pego dizendo"quero ser mae e nao quero ser como minha host mom" #quemnunca? "Quando eu tiver filhos, vai ser diferente". "Quando eu tiver os meus isso nao vai acontecer". "Se fossem filhos meus, nao fariam isso ou aquilo". "Se..."

Bem, aprendo um pouco de mim a cada dia e vejo que, se fosse mae hoje, nao seria tao diferente de minha mae ou minha host mom. Vejo que, as vezes, eu tenho reacoes similares as de minha mae ou as de minha avo ou as de minhas tias. Toda vez que isso acontece me pergunto "que tipo de mae quero ser?" - ainda nao tenho resposta pra isso, vale dizer.

Eu desdenhava das meninas que diziam que ser Au Pair e como treino para ser mae, mas hoje vejo que #pqp e muito verdade! E morro de medo de que esse treino seja como a prova real! "Mas serao meus!" e o que digo para mim mesma,"E vou poder criar do jeito que quiser" digo pra mim mesma. O que nao deixa de ser verdade. Entao, me pergunto: o que posso mudar? O que posso melhorar? Posso melhorar? Posso mudar? A resposta e que devo ser mais tolerante, mais eu, ser mais intima... e sim, posso melhorar e, consequentemente, mudar.

Como disse, nao assumo mais a maternidade de filho dos outros, portanto nao me vejo no papel de mae das criancas que cuido. Sou bem old school: mesmo que sejam adotados, os filhos sao dela. Foi uma escolha dela abraca-los e conduzi-los, nao minha. Como pessoa contratada para a funcao de cuidadora, o maximo que posso fazer e cuidar e zelar por eles.

O passarinho no meu peito me diz que ser mae vem ser a melhor experiencia de minha vida; vem ser um desafio num campo de flores e rosas: terei espinhos para enfrentar, mas todas as lindas e diversas cores para desfrutar. Vi em um sonho que numa sala de sofa branco e tapete claro duas lindas criancas, amigas e parceiras, irao preencher minha casa de risos. Seriam filhos meus? hahaah vai saber!

Tornarei-me Mae quando, da boca de alguem, ouvir esta palavra e olharei para aquele pequeno ser sabendo que e a mim que ele chama e mais ninguem. Tornarei-me Mae quando Gabriella nao for mais chamamento para mim. Tornarei-me Mae quando minha identidade mudar para "Esta e a Mae de fulano/a". Tornarei-me Mae assim que meu espirito tiver forca suficiente para gerar e dar entrada a mais um ser humano, perfeito em seu modo e existencia, pleno em sua realidade e necessidade. 

E voce? Quer ser Mae? Voce e parecida com a sua Mae/Avo/Tia/Host Mom?
Duvidas? Perguntas? Comenta no final do texto ou no meu blog ou manda uma mensagem pra mim na Nossa Pagina do Facebook.



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Gabriella Almeida

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